Petraglia descarta técnico estrangeiro, confirma conversa com Sylvinho e fala sobre o futuro

Mário Celso Petraglia. Foto: FURACAO.COM/Joka Madruga

O presidente Mario Celso Petraglia participou nesta segunda-feira (11/04/2022) do programa Bate Papo de Esportes, da CATVE, emissora de Cascavel.

No programa, Petraglia falou sobre a saída de Alberto Valentim, a busca de um novo técnico, contratações e os planos para o clube.

Confira as principais declarações do presidente:

PEDIU PARA SAIR

“Existiu a revolta, a pressão para sair , e nosso técnico resolveu pedir para sair. Nós aceitamos porque quando o profissional não se sente seguro na função, a tradição no Brasil acaba trocando o técnico. É um contra 30 e poucos jogadores. Roda a minoria”

TORCIDA PASSIONAL

“A torcida realmente é passional, a torcida é apaixonada. Temos um problema seriíssimo no Brasil que eu vivo dizendo que o brasileiro não gosta de esporte. O brasileiro é apaixonado pela vitória”

CAMPEONATO PARANAENSE

“Foi um ano muito difícil. Temos como política não participarmos com o time principal do Campeonato Paranaense. Acho que foi um erro nosso, deveríamos ter participado esse ano com o principal. Mas águas passadas.

FIQUEM TRANQUILOS

“Já estamos vendo, a torcida que fique tranquila que logo teremos um novo técnico. Esse ano fizemos investimento como nunca fizemos. Retomamos o futebol fortemente a partir de 2018. Aí paralisamos os investimentos em função da pandemia. 20 e 21 foram dois anos praticamente perdidos. Pisamos no freio. ”

LIBERTADORES

“Agora retomamos os investimentos fortemente no futebol. A pretensão nossa é ganharmos o último título que nos falta, que é a Libertadores da América. É um campeonato difícil, mas hoje estamos entre os principais clubes, somos os 12 do ranking da Conmebol, o 5 do ranking da CBF nesse século”

ALBERTO

“O calendário do ano passado foi muito complicado e o planejamento para este ano não foi dos melhores que a gente tem feito. O Alberto pegou um período muito difícil. Nós sempre privilegiamos as competições mata-mata. Então fomos para a final da Copa do Brasil e ganhamos a Sul-Americana. Aí tivemos problemas com o Brasileiro, que estávamos numa situação muito delicada e não poderíamos corrermos o risco de cairmos para a Segunda Divisão. Aí liberamos o grupo. Retomamos o futebol um pouco tarde. Tudo isso ficou por conta da responsabilidade do presidente e do técnico. Quem acaba pagando o pato é o treinador. Mas eu insistia para dar mais tempo a ele [Alberto Valentim].”

VITOR ROQUE

“Fizemos neste ano investimentos muito fortes no futebol, mesmo aí hoje estamos depositando a multa de um grande jogador, uma promessa do Cruzeiro, para trazer, se encerram agora as contratações, a janela se fecha. No verão terá uma outra janela, nós vamos continuar contratando, reforçando os pontos mais vulneráveis que nós temos, caso de um lateral-direito e outras funções mais necessárias”

MOTIVOS DA DEMISSÃO DE ALBERTO

“É uma somatória. É a pressão da torcida, uma pressão interna, os resultados que não vêm, realmente nós poderíamos ter vencido o jogo lá na Venezuela, tivemos várias oportunidades, assim como poderíamos ter perdido. O futebol é resultado. Se você não tiver resultado é difícil, o próprio profissional se sente….o grupo não fica harmônico. Perder para o São Paulo na casa dele é normal, mas da forma como perdemos, a falta de oportunidades de marcar.

INDÚSTRIA DO FUTEBOL

“Futebol é complexo. Por isso que a gente fica dominado pela adrenalina disso. Eu tenho uma visão muito realista da indústria do futebol. Futebol é como Carnaval, vestibular, Páscoa. Temos todo ano. Você perde um ano, quem mais ganhou ganhou 7, perdeu 43. É um esporte muito difícil. Se fosse fácil todo mundo faria”

FUTSAL

“Vamos construir um ginásio multidesportivo e vamos investir fortemente no futsal. Até gostaria de ter uma parceria com o Cascavel. Vamos realmente investir fortemente no futsal porque com a vida moderna, com tudo o que a gente está vivendo no Século XXI, a gente não tem mais os campinhos, a menina vai brincar é dentro de pequenas canchas de futsal, tem menos risco”

ACADEMIA

“A Funcap está criando uma academia de formação de profissionais, de educadores. A grande dificuldade do Brasil é que as pessoas saem das faculdades sem uma especialização. Estamos preparando os cursos para formar formadores. Nosso projeto é de parcerias. O Athletico tem parceiros de futebol de campo, já formalizamos com clubes da América do Sul, estamos indo para a África, Estados Unidos. Faremos o mesmo projeto da escola de futebol de campo para futsal. Vamos ter o nosso time, a nossa formação de 6 anos para cima”

QUEM?

“Tem uma máxima muito válida: quando começa a pressão para trocar de técnico vem a pergunta clássica: quem você vai trazer? Aí começa uma lista de nomes, aí você vai eliminando: esse já treinou aqui, a gente não quer. O trabalho é mais por eliminação do que por escolha. Tem os empregados que dificilmente sairiam, tem os que ganham absurdamente que o Athletico ainda não tem condições de trazer”

SYLVINHO

“Conversamos com o Sylvinho e com vários. Não sei porque vazou o Sylvinho, porque começam as especulações e a possibilidade de trazer é baixa e só leva a fofocas. Então, por regra a gente não divulga”

PRESSA PARA ACERTAR

“Temos pressa, temos intenção de contratar logo. Quinta-feira temos jogos da Libertadores fundamental e determinante que precisamos vencer. Os jogos em casa não pode perder, se perder está fora. Sylvinho é uma das alternativas. Conversamos com ele, ele mora hoje em Portugal, gostaria de treinador clubes europeus, cada profissional tem suas nuances. A coisa mais difícil que tem no futebol é o técnico”

CUCA E TIAGO NUNES

“Nenhum dos dois”

SAF

“Os clubes precisam ter donos. Ter a responsabilidade dos resultados. Ninguém terá lucro se não for campeão, se não vender bons jogadores….e você só vende os vencedores. As duas coisas caminham juntas”

BANCO INTERNACIONAL COMO ADVISER

“Já contratamos um grande banco internacional e estamos fazendo um planejamento estratégico do que faremos com o dinheiro. O Athletico não tem dívida. [A operação] tem mais que 9 zeros. Esse dinheiro entrará e todo ele ficará no projeto. Estamos fazendo esse planejamento estratégico dos próximos 5 anos. O que fazer com esse dinheiro? O Athletico já definiu que vai investir em formação. Teremos grandes atletas para jogar e para vender”

CENTENÁRIO

“Nós perdemos dois anos da nossa história: 20 e 21 a gente não fez absolutamente nada. Eu prometi que seríamos campeões do mundo dez anos depois da Copa. Seria 2024, mas lamentavelmente tivemos a pandemia. Nós estaremos entre os melhores clubes das Américas, não tenho dúvida que até 24, com abertura do capital, com SAF, nós estaremos entre os melhores. Não há dúvida nenhuma. Minha formação é empresarial, então eu faço uma comparação do benchmarking. Nosso produto é o jogador, e estamos investindo na formação dele. Definimos que o negócio do Athletico Paranaense é o jogo. Todos nós trabalhamos para os 90 minutos. Quem joga? Não é o presidente, não é o técnico, não é o gandula. É o atleta, o jogador. Então vamos investir no meio do jogo, que é o atleta que corre os 90 minutos”

CUCA

“O Cuca está em ano sabático. Foi campeão pelo Atlético Mineiro, deixou claro que não quer treinar ninguém este ano. O Cuca é um torcedor nosso, amigo da casa, está sempre junto conosco vendo os nossos jogos, mora aqui em Santa Felicidade. Então, o Cuca não pretende trabalhar nesse ano. A não ser que ele mude de ideia, futebol é muito dinâmico”

AGUIRRE

“Agora, nós não pretendemos trazer técnicos de fora. Ficou uma mania atualmente no Brasil que os técnicos brasileiros perderam o valor, não tem nenhum sentido. Ou é português ou é….temos até turco, né? Paraguaio e blá, blá, blá. É a moda, né? O Brasil vive de moda. Agora é a moda do treinador estrangeiro. Nós já tivemos treinador estrangeiro, eu trouxe até um alemão, mas isso faz 15 anos atrás. Mas nesse momento nós vamos ficar fora da moda – e de moda”.

ACORDO TRIPARTITE

“Está muito próximo. A gente tem conversado com Prefeito, Governador e houve um problema de valores e esse assunto ficou muito polêmico no Brasil. As grandes empreiteiras tomaram conta de todos os estádios no Brasil, nós fomos a exceção. A OAS seria a construtora do estádio aqui em Curitiba, nós não permitimos. Aí veio o escândalo da Lava-Jato, dos estádios e fica essa história de que o preço subiu. Aí pedimos uma antecipação de provas e foi feita uma perícia pela FGV, que levou três anos trabalhando e analisando todas as notas fiscais e concluíram que foi o metro quadrado mais barato do Brasil, que o valor que a Price apresentou – a Price foi contratada pelo Estado para acompanhar toda a construção e já tinha dado o seu laudo sobre os valores. Quem assinou e deu carta branca à FIFA foi o Governo do Estado e a Prefeitura, dando um cheque em branco para a FIFA. E a FIFA quando ficou com o estádio exigiu a mudança de tudo, aumento de capacidade, iluminação mais forte. Eles tinham uma carta que lhes autorizava a fazer o que quisessem. E acabou custando mais caro do que o orçamento estimativo inicial. A FGV atestou, tem a perícia judicial. Isso foi feito num laudo judicial. Já transitou em julgado que o valor gasto foi aquele. Aí o Tribunal de Contas do Estado, baseado na perícia da FGV, julgou o processo e determinou que tanto o Estado e a Prefeitura complementassem o acordo tripartite. A posição da FGV, que me deu pessoalmente um atestado de boa conduta porque não houve sobrepreço, não houve corrupção, pelo contrário. Eles não acreditaram. Aqui não foi roubado, foi mais barato mesmo. Nós custamos 1/5 de Brasília. Nós custamos 1/3 do valor gasto do Corinthians, para fazer 42 mil lugares. Nosso estádio não tem escada rolante, granito, mármore. Estamos muito próximos, agora fundamentados na realidade e nas provas, que o complemento terá que ser dividido também entre as partes. O Athletico pagará a sua parte, o seu terço. Não é justo que a gente pague 3/3 do que custou a mais de um contrato que nós não firmamos, por imposição da FIFA. Estamos muito próximos de fazer o acordo e ficar livre desses 2/3 que não nos cabem”