17 abr 2022 - 22h51

Que pena… que pena: Athletico mostra organização, mas perde por erro individual

Quando saí cabisbaixo da Arena neste domingo de Páscoa (17), pensava apenas na falha que nos custou a derrota. Não pensava na bola que o Marlos recebeu na cara do gol e chutou nas mãos do goleiro do Galo no fim da partida; não pensava nos bons lances do Vitor Roque nos poucos minutos que esteve em campo; não pensava no bom jogo que o time de Carille fez, principalmente no primeiro tempo. Pensava, unicamente, na falha de Abner que resultou no gol do Atlético/MG logo no início da etapa final.

Aí fui encontrar os amigos para tomar uma cerveja e lamentar mais uma derrota neste Brasileirão que começamos por baixo, bem por baixo. Mas, quando entrei no Siréne, no boulevard da Baixada, o músico tocava a canção do Jorge Ben Jor: “Que pena… que pena…”

Pois é. Que pena.

O jogo foi maravilhoso? Não, não foi. O Athletico jogou melhor? Não, não jogou. E jogou pior? Também não. O resultado foi justo? Talvez. Justo teria sido um empate, quem sabe… mas foi uma pena, sem dúvida. Que pena…

O time de Fabio Carille está em formação. E a corrida é contra o tempo. Se não fizemos um jogo maravilhoso, vimos organização e vontade, coisa que há muito não víamos. Vimos que temos peças importantes que podem render muito mais. E renderão.

Perdemos? Sim. Poderíamos ter ganhado? Também. De um dos melhores times do Brasil, senão o melhor. Então, minha gente, que pena…

Que pena que o Abner falhou, como tem falhado frequentemente. Que pena que o Marlos não entrou antes e, quando entrou, errou. Que pena que o Bento não alcançou aquela bola e que o Canobbio não desencantou. Que pena.

Mas, se querem saber, hoje vou preferir falar sobre o que está por vir ao invés de falar sobre o que já foi. E é por isso que, deixando de lado o lance a lance da partida, vou priorizar o daqui pra frente.

O Furacão investiu demais no elenco. E investiu certo. Trouxe um treinador que, em poucos dias, mostrou que sabe muito bem o que fazer com as peças que tem à disposição, chamou a torcida para o seu lado e, mal ou bem, organizou a equipe. O que vamos fazer? Apoiá-lo. Porque é o que precisamos fazer para que esse grande elenco sinta confiança e comece a render.

Então, galera rubro-negra, o momento é de apoiar. Erramos? Sim. Perdemos? Sim! Mas não estamos mais perdidos, como uma nau à deriva, como estivemos há pouco. Jogamos, tentamos, acertamos e erramos. Com esse time, com esse técnico, com essa torcida… a nossa hora vai chegar – e não vai demorar.

Dito isso, caso queira, veja abaixo como foi o jogo:

Equilíbrio na primeira etapa

O Rubro-Negro começou organizado e buscando o ataque. Mas foi o Galo que criou a primeira chance do jogo, em cabeçada de Rubens. Depois o Furacão dominou as ações, mas sem muita efetividade. Canobbio e Vitinho tiveram boas oportunidades, mas não aproveitaram. No fim do primeiro tempo, depois de uma falta evidente cometida contra o Athletico e não marcada pela arbitragem, o time parou. O Atlético/MG então dominou e levou algum perigo à meta de Bento, que segurou o resultado antes do intervalo.

Bobeada que custou caro

Logo no início do segundo tempo, em bola despretenciosa, o Galo cruzou para a área e Abner, ingenuamente, cabeceou para o meio. Fraco. Quase preguiçoso. A bola caiu nos pés do adversário que, aproveitando a falha, tocou para o lado. Na trama alvinegra, a bola sobrou para Zaracho que, com classe, bateu por cima de Bento e meteu na forquilha, marcando o gol da partida. Um golaço. Depois, o Athletico até tentou reagir, mas sem muita força. Enquanto isso, o Galo adotou uma postura medíocre, caindo e brigando a cada disputa de bola para impedir que a partida fluísse. As mudanças de Carille não surtiram efeito e, ao final, o Rubro-Negro amargou a segunda derrota em dois jogos, permanecendo na lanterna do Brasileirão.

O que de bom sobrou?

Vitor Roque, menino de ouro, jogou pouco, mas jogou muito. Não há como manter esse garoto no banco. Se a ideia é ter três atacantes, o 39 tem que ser titular. Se a ideia é ter um, também. Não dá pra deixar o piá sem jogar. Acorda, Carille.

A vontade do Canobbio, a garra do Hugo Moura e a qualidade de Matheus Felipe são outros pontos positivos.

Mas, acima de tudo, a confiança da torcida em saber que, com meia semana de trabalho, o treinador que (agora) comanda o time sabe exatamente o que tem nas mãos para trabalhar… e trabalha, faz a gente perder sem se descontrolar, sem temer.

Temos técnico, afinal, Carille. Não nos decepcione. A temporada está começando… e é sua. Estamos com você.



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