29 set 2022 - 10h40

Passo a passo

O mundo anda acelerado demais. Era um processo que já vínhamos passando mas parece que se acelerou no período pós pandemia, pois todo mundo parece querer “tirar o atraso” dos quase dois anos em que o mundo ficou parado. As tecnologias que foram supostamente criadas para ajudar-nos a melhor administrar o tempo, nos roubam o tempo, não sobrando tempo para as coisas efetivamente importantes.

Tudo é rápido, dinâmico mas também efêmero. Cada vez mais!

O Athletico de hoje (29 de setembro quando teclo essas simples palavras) não vive o presente e de maneira afobada e precipitada, só pensa no futuro. O futuro que é daqui exatos 30 dias, com a grande final da Taça Libertadores da América. Mas tudo tem sua hora, tudo sem seu sentido, tudo tem o seu porquê.

Existe um ditado, que me ensinaram como se fora chinês que diz: “tropeçamos nas pequenas pedras, pois as grandes a gente enxerga”. Eu interpreto essa frase como os tropeços diante de adversários que deveríamos ter vencido em casa (América e Cuiabá) e outros que poderíamos ter ganho fora com um pouco mais de vontade de ganhar (Avaí e Santos), o que nos deixou longe demais do topo pois foram somados somente 3 dos 12 pontos possíveis nesses confrontos. Estamos olhando só para a enorme pedra carioca lá adiante, mas temos escorregado e tropeçado nas menores logo aqui debaixo do nosso nariz.

E os motivos?

De longe e sem viver o dia a dia do clube a análise fica difícil, mas acompanhando atentamente os últimos jogos algumas coisas parecem perceptíveis: a cabeça não está no HOJE e sim no FUTURO. Ah o futuro, esse enigma incerto e não sabido! Vale a pena focar só nele e esquecer de viver o dia a dia, jogo a jogo, passo a passo? O Athletico ainda não tem a vida resolvida ou tão bem encaminhada no Brasileirão para, assim tão cedo, apostar todas as fichas nos 90 ou 120 minutos diante do Flamengo em Guayaquil.

Uma coisa de cada vez!

O navegador brasileiro Amyr Klink em interessante entrevista (abaixo trecho dela) falou algo extremamente inteligente. Que por vezes nós, os mais jovens principalmente, na ansiedade de irmos para o fim da história, por querermos sempre um atalho, um resumo, acabamos não respeitando o processo. É como se a gente forçasse a criança a correr para brincar acelerada o quanto antes, não deixando com que houvesse o natural processo de aprender engatinhar, depois andar, caindo muito até aprender correr. Tudo tem seu tempo e sua hora.

Faz parte do processo. Inclusive esses resultados ruins podem ser parte desse processo, mas desde que sirvam de aprendizado, algo que parece não estar acontecendo, pois erros como as falhas defensivas no jogo aéreo, poucos arremates a gol e a lentidão na transição para o ataque, mesmo com semanas cheias de treinamento como tivemos, seguem se repetindo jogo a jogo. O pior não são só os resultados decepcionantes, mas as atuações de quem não fez muito por merecer melhor sorte já há quase um mês no Campeonato Brasileiro.

Há tempo, há jogos e o Athletico tem ainda 6 desafios caseiros antes da busca da Glória Eterna com 4 jogos em casa e somente 2 fora, um contra um possível Corinthians reserva por causa da final da Copa do Brasil. Chance de jogo a jogo, passo a passo voltarmos ao caminho das vitórias, cravarmos nossos pés no pelotão de cima do Brasileiro e chegarmos com tudo, fortes e motivados para o maior desafio da última década e meia do Furacão.

Que não só o time, mas também a torcida que está comparecendo em baixíssimo número nos jogos em casa ultimamente se foquem no presente, no jogo do dia para na hora certa estarmos prontos e confiantes para o jogo da vida, que por enquanto ainda está só no futuro.

 

 



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