28 out 2022 - 14h04

Tudo que nóis tem é nóis

Dezessete anos se passaram desde a primeira vez em que tivemos a chance de estar aqui. O mundo era outro, nós éramos outros.

Vínhamos de 10 anos colecionando histórias que jamais imaginávamos viver. Com um quê de inocência, nos agarrávamos à nossa valentia, que era a única arma da qual dispúnhamos, e lutávamos contra os gigantes. Derrubamos alguns. Fomos derrubados por outros. Até que em 2005 veio o maior tombo. Uma trajetória marcante, mas com um final amargo. Quando iríamos ter outra chance?

Mas nós nos levantamos. Só nós, sem ajuda, como sempre foi. E dezessete anos depois, estamos aqui de novo.

Neste meio tempo, construímos – clube e torcida – um sentimento de confiança. Não somos mais acaso. Antes éramos a valentia e só. Hoje ainda temos essa coragem, mas também temos no peito a alegria que os ditos grandes nunca vão ter.

Nós éramos felizes quando tínhamos pouco. Orgulho das nossas cores, dos nossos ídolos (constantemente diminuídos ou sequer conhecidos pelo lado de lá), das histórias que nos fizeram ser o que somos. Era isso que tínhamos.

Mas hoje, além dessas coisas, nós também temos a convicção de que o Athletico não tem mais limites. E isso incomoda o resto, como incomoda. Somos a tragédia inevitável do lado de lá. O anticlímax que um dia vai acontecer. Se não for agora, logo menos.

Dezessete anos se passaram e hoje estamos mais leves. Existe alegria. Existe também a raiva, porque não se faz fogo sem chispa. Mas ela é só a fagulha. O que queima de verdade em nossos peitos é a convicção. Ela nos diz que este sábado é só mais um começo, independente do que aconteça. Outros sábados deste vão acontecer, não demora muito.

No fim do ano passado, após a final da Copa do Brasil, escrevi que estava nascendo um novo Athletico ali, naquela derrota. Desta vez perder não era mais um tombo, mas sim um tropeço. E no tropeço nos agigantamos mostrando para o Brasil do que somos feitos: orgulho, valentia e felicidade por amar o Athletico, não as vitórias. No dia seguinte já estávamos prontos pra estar onde estamos agora. Quem apostaria em nós, além de nós mesmos?

Não foi necessária nem uma volta inteira ao sol para minha previsão se confirmar. O que fizemos este ano já está na história, e esta história ainda tem capítulos grandes por serem escritos.

Vão ser escritos.

É inevitável.

Quem segura o dia de amanhã na mão?



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