20 jun 2023 - 11h46

Do caos a lama: Felipão fora do Athletico

Durou pouco mais de um ano a passagem do vitorioso treinador e depois diretor técnico Luiz Felipe Scolari pelo Athletico Paranaense. Chegando para apagar o incêndio e dar rumo a um time que vinha de seguidas derrotas, em especial na Libertadores por 5 X 0 na altitude boliviana com 5 gols de cabeça do The Strongest, Felipão logo instituiu seu famoso sistema paternal, abraçou o elenco e os resultados foram aparecendo.

Desde a campanha do vice campeonato da Libertadores de 2005 que o Furacão não ultrapassava a barreira das oitavas de final. Com Felipão o clube não só passou pelo Libertad no Paraguai, indo às quartas diante do Estudiantes da Argentina e ainda superou o então campeão da competição, poderoso Palmeiras, decidindo todas essas partidas fora de casa.

O título novamente não veio, e com críticas à postura e escalação do time na final contra o forte Flamengo, mas existiu a gratidão e reconhecimento pela campanha feita pelo time na mais importante competição que participa.

COPA DO BRASIL E BRASILEIRÃO

Na Copa do Brasil o time enfrentou (só pra variar) o Flamengo e ali foi a primeira vez que seu trabalho foi colocado em xeque. O time jogou não só fechado e retrancado, mas de maneira extremamente covarde, mal pegando na bola e passando sufoco o jogo inteiro num Maracanã lotado. O objetivo de trazer a decisão para a Baixada porém foi conseguido com êxito, mas o 0 X 0 no Rio se foi com o time carioca novamente jogando melhor e se impondo na Baixada com um belo gol do atacante Pedro e eliminando o Furacão da competição.

No Brasileiro foram 14 jogos de invencibilidade em casa com o time voltando a também pontuar fora. Uma boa campanha de recuperação, mas que se viu ameaçada entre os jogos da semi e final da Libertadores, quando o Athletico permaneceu estagnado e só não perdendo posições pela inércia dos times concorrentes.

Ao final da temporada uma bela e convincente vitória diante do Botafogo, um rival direto na busca por uma vaga na Libertadores 2023 e comemoração ao final da partida, com homenagens ao veterano treinador que se despedia do banco de reservas e começaria a carreira de supervisor/gerente/diretor técnico de futebol, alçando seu auxiliar Paulo Turra ao posto de treinador do elenco principal.

Segundo matéria do portal UM DOIS ESPORTES, Felipão encerrou seu ciclo no Athletico com 24 vitórias, 4 empates e 7 derrotas.

2023 E PAULO TURRA NO COMANDO

Sob desconfiança e receosa com as inúmeras experiências mal sucedidas com treinadores novatos no comando do clube, a torcida do Athletico não recebeu com euforia a indicação do auxiliar de Felipão, o jovem Paulo Turra para comandar o time em 2023.

Diferentemente de outros anos, o rubro-negro encarou o estadual com sua força máxima desde o começo, tendo disparado a melhor campanha geral e chegando ao título de forma invicta, ainda que já houvesse críticas da torcida pelo pouco brilho técnico e excesso de conservadorismo defensivo do time nas fases finais do certame, mesmo diante de adversários tecnicamente muito inferiores.

Paulo Turra foi muito criticado pela forma do time jogar. [foto: divulgação]
Na Libertadores uma campanha linear e consistente, com o Furacão garantindo a vaga nas oitavas já na penúltima rodada. Algumas críticas quanto a forma da equipe jogar, mas elas vieram com força mesmo na campanha do Athletico na Copa do Brasil.

Diante do CRB o time até que começou bem a partida, mas logo se viu dominado e sem conseguir agredir o singelo, porém aplicado adversário. O goleiro Bento começou uma sequencia de jogos em que se destacava, ficando evidente que o time, mesmo com uma postura extremamente defensiva em campo, se defendia mal porque era atacado a todo momento.

A derrota em Maceio acendeu a luz amarela que chegou a se tornar quase vermelha na partida volta da Copa do Brasil. Inerte e pouco criativo, o Furacão viu os alagoanos abrirem o marcador novamente. Pior ….. mesmo não jogando nada o torcedor via um Paulo Turra com a eterna mão no queixo com aquela feição de quem não sabe o que fazer.

Dominado e jogando mal, o Athletico viu o bravo CRB ainda fazer o segundo gol ao final do primeiro tempo, correta e felizmente anulado pelo VAR para somente aí processar alterações e mudar a forma da equipe jogar. Com 2 gols do volante Alex Santana na etapa complementar o Athletico levou a partida para os penais onde brilhou o goleiro Bento, classificando o time para a próxima fase onde enfrentou o Botafogo.

A partida de ida na Baixada talvez tenha sido a melhor exibição do time comandado pelo pupilo de Felipão. O placar de 0 X 2 para os cariocas não espelhava o jogo e com calma e inteligência o time soube se impor e virar o marcador levando a vantagem para o confronto no Rio de Janeiro. Lá mais uma vez o time jogou muito retrancado, apático, foi bombardeado pelo Botafogo mas perdeu somente de 1 gol, levando novamente a decisão para os pênaltis onde seguiu com 100% de acerto e viu Bento brilhar novamente pegando duas penalidades.

SAIDA REPENTINA

Após o frustrante empate contra o América em Minas e com a parada para os jogos da data FIFA, o elenco teve folga de 3 dias e na volta uma verdadeira reviravolta. Coincidentemente após uma de uma série de entrevistas com a jornalista Nadja Mauad, em que o diretor Luiz Felipe falava do projeto, fez juras de amor ao clube e a cidade e reiterou que foi procurado por clubes estrangeiros, mas que “não iria mais trabalhar como treinador em clube brasileiro”, Felipão acertou em poucas horas sua ida para o Atlético Mineiro (rival direto do Athletico Paranaense na mesma chave da Libertadores) para surpresa geral de todos, inclusive do clube.

Ato contínuo o CEO do clube Alexandre Mattos acabou desligando o treinador Paulo Turra, pois o mesmo estava no “pacote Felipão”. Assim, de forma inesperada e surpreendente o treinador do penta saiu do clube, jogando por terra sua palavra, credibilidade e mostrando uma face diferente daquela que mostrava ter no dia a dia.

O treinador do penta parece se esforçar para ser mais lembrado pela vergonha do 7 X 1 em casa numa Copa do Mundo do que pelos inúmeros títulos conquistados, jogando na lama uma carreira brilhante dentro de campo, mas nem tanto fora dele.



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