É, não deu…
O Athletico está eliminado da Copa Libertadores de 2023.
O que era para ser uma festa para uma possível remontada, virou desespero no pênalti final desperdiçado por Thiago Heleno.
O Athletico vence no tempo normal por 2×0, mas perde nas penalidades máximas por 5×4. O Bolívar, de La Paz, passa para as quartas de final do torneio.
O Furacão entrou desconcentrado no primeiro tempo. Mais na base da vontade, e atabalhoado na criação das jogadas, mas ainda assim concentrava um volume de jogo bem superior ao time boliviano.
Vitor Roque tentou por 4 vezes nos 10 primeiros minutos, mas sem perigo ao gol de Lampe.
A melhor chance vem na sequência com Erick, que completa com perigo para o gol após bom cruzamento de Khellven. Antes disso, Pablo tentava de cabeça para a fácil defesa do goleiro boliviano.
O gol do Athletico sai aos 25´. Canobbio recebe na esquerda, faz linda jogada cortando o zagueiro Bentaberry, que estica o braço mesmo caído e comete pênalti. Juizão não marca no início, mas o VAR corrige o erro e assinala a penalidade.
Fernandinho bate com firmeza e abre a contagem para o Furacão: 1×0.
A partir daí o Athletico tem mais 60 minutos corridos para tentar o segundo gol (que quase vem com Arturo Vidal aos 35´), mas o time continua afobado, com dificuldades de criação e meia cancha pouco inspirada.
Só que é o Bolívar quem marca. Numa bola alçada à área, esta sobra para o atacante Quinteros empatar.
Entretanto, o VAR assinala falta de Ronnie Fernandez em Thiago Heleno. O Athletico respira.
O segundo tempo começa da mesma forma. Muita transpiração. Pouca inspiração.
Para quem precisa fazer mais dois gols, a postura do Athletico até o gol na metade do segundo tempo, é simplesmente irritante.
O Bolívar quase marca em duas oportunidades. Aos 9´ do 2T, onde Bento realiza uma defesa simplesmente espetacular. E aos 18´com Sagredo chutando perigosamente de fora da área.
Logo depois aos 22´, Canobbio faz grande jogada e assiste para Vitor Roque chutar forte para vencer o bom goleiro Lampe. Athletico 2×0.
O gol deveria acordar o Athletico, e incendiar a Baixada em busca do terceiro gol, que garantiria a classificação.
Deveria, mas não aconteceu.
O Athletico continua com o futebol burocrático e modorrento, trocando passes laterais e sem objetividade.
Foram mais de 20 minutos sem uma única chance criada. Até que Canobbio (melhor do Furacão na partida), aos 42´, chuta no canto esquerdo baixo da meta boliviana e acerta a trave.
Fim do tempo normal.
Apostando no histórico recente, o Athletico vai confiante para a disputa de pênaltis.
Só que é o Bolívar quem vence. Bejarano, Justiniano, Salcedo, Algaranaz e Bruno Sávio são competentes e convertem as 5 cobranças.
Pelo Athletico, Cirino, Vitor Bueno, Fernandinho e Vidal marcam seus gols.
A última das 10 cobranças fica à cargo do General Thiago Heleno. Ele que, com sua bomba de pé direito, garantiu o pênalti derradeiro contra o Junior Barranquilla na final da Sul-Americana de 2018.
Mas hoje não deu. A forte cobrança do general acerta o travessão do goleiro Lampe.
Athletico eliminado em casa, dando adeus à Copa Libertadores nas oitavas de final de forma melancólica.
Podemos dizer que foi merecido? Creio que sim. Em La Paz cometemos erros bobos em nossa defesa e hoje não soubemos fazer mais do que dois gols numa fraquíssima equipe do Bolívar.
Erramos também quando colocamos em Wesley Carvalho (técnico interino) as esperanças para guiar o time em duas eliminatórias complicadíssimas, onde o Furacão foi eliminado: Copa do Brasil contra o Flamengo. Libertadores contra o Bolívar.
O simplismo com que a diretoria do Athletico tratou o futebol no ano de 2023 trouxe as esperadas consequências.
Iniciando o principal torneio continental com o inexperiente Paulo Turra, e concretizando a eliminação pelas mãos de Wesley Carvalho, o Athletico joga no lixo suas maiores chances de obter título em competições importantes em 2023: as Copas.
Ainda dá tempo de terminar dignamente o ano, trazer um treinador decente, e conquistar a vaga para a Libertadores 2024 via Brasileirão. Temos todo um segundo turno pela frente.
O ano do centenário se inicia em 5 meses. O Athletico tem obrigação de fazer melhor do que em 2023.