Um guerreiro moderno em meio a desafios antigos
Ao desafiar um novo dia, atravessar a chuva com destino ao compromisso, eu coloco uma playlist para tocar. Várias músicas passam, sem que eu dê muita razão ou sentido, quase como plano de fundo para os pensamentos que rodam a mente. Eis que uma frase específica me chama a atenção e ressoa com os sentimentos em relação ao Club Athletico.
“Sempre esperançoso, mas descontente”, em uma tradução simples e livre da clássica “Tom Sawyer”, lançada pela banda canadense Rush em 1981, me traz ao momento em que nós vivemos. Ou pelo menos é assim que gosto de tentar ver o futuro do Furacão. Afinal, se nós não tivermos esperança em nosso futuro, quem terá? Se constantemente brigamos com tudo e todos pelo que achamos certo, acertando e errando no caminho, mas confiando nos ventos de inovação que o clube se propõe a seguir?
Rebeldia, inclusive, é um desses ventos, e talvez o que faz o melhor paralelo com o garoto Tom Sawyer, das histórias do escritor americano Mark Twain e grande referência para a canção que cito. Um rebelde que caminha pelo mundo questionando regras pré-estabelecidas e buscando propósito.
No fim das contas, ser Athletico é pensar dessa forma. Questionar as decisões do clube, sim, mas não deixando de confiar e acreditar quando é necessário. Temos o mesmo objetivo, apesar de, como torcedores, por vezes idealizarmos caminhos diferentes para alcançá-lo.
A sequência da letra é ainda mais poderosa. “Ele sabe que as mudanças não são permanentes, mas que a mudança, é”. Nada que se faça deve permanecer para sempre sem alterações, pois a única coisa que é permanente é o fato de que é preciso mudar constantemente. Propor soluções para os problemas e avaliar os resultados de forma precisa. Guardar o que deu certo e mudar novamente para evitar os novos problemas e aqueles que não foram resolvidos. É isso que o clube precisa agora.
E se a mente do clube “não está para alugar, para qualquer Deus ou governo”, que ela esteja voltada, não apenas aos feitos do presente e às glórias do passado, mas também para o interesse do próprio futuro. Manter os olhos bem abertos para não cometer os mesmos erros e atingir, finalmente, os objetivos.