5 set 2023 - 12h00

Paciência tem limites…

Sim, eu sei. É chato voltar aqui para escrever sobre o mesmo assunto. Sobre o mesmo tema que já nos emputece há dias: o comando técnico do Club Athletico Paranaense.

Não vou mais fazer críticas ao trabalho do pseudo-treinador, Wesley Carvalho. O trabalho está aí para quem quiser ver: eliminação na Copa do Brasil sem oposição alguma ao Flamengo, eliminação na Copa Libertadores pelas mãos do fraquíssimo Bolívar, distanciamento do G-6 com apenas uma vitória nos últimos 5 jogos. Futebol pobre, frágil, desconexo, sem convicção, apático (entram em campo com sono ou desmotivados).

Ta aí, acho que ninguém precisa ser um “PVC” da vida na análise técnica para perceber que há algo muito errado com o futebol desempenhado pelo Athletico.

Mas a questão é: o que a diretoria do clube pensa sobre isso?

Enquanto a torcida gritou à plenos pulmões “Fora Estagiário!” na partida contra o Atlético de Minas, a jornalista Monique Vilela trouxe no dia seguinte a informação de que Wesley seguia prestigiado no comando técnico.

Na última segunda feira (04), uma postagem no Instagram do CEO Esportivo Alexandre Mattos, informou que o Athletico Paranaense é o clube brasileiro que cederá mais jogadores para a próxima data FIFA. A postagem ainda indica “Mudança de Patamar”.

Isto é fato. Nunca tivemos tantas contratações de peso, tantos “selecionáveis”, e cuja cereja do bolo é este incrível garoto chamado Vitor Roque, talvez nossa única fonte de alegria nos últimos 60 dias. E mesmo os “medianos” não são ruins: Erick, Alex Santana, Cuello, Vitor Bueno, Pablo… cada um foi útil em algum momento este ano. São carregadores de piano ou reservas úteis.

Um elenco como tão poucas vezes tivemos em nossa história!

Mas qual o sentido de entregar um bom elenco como este, a caras tão inexperientes como Paulo Turra e Wesley?

Eu respondo, a TEIMOSIA. Pura e simples TEIMOSIA.

O pensamento parte da cabeça de ninguém mais, ninguém menos, do que MÁRIO CELSO PETRAGLIA.

Com a premissa de que “técnico não ganha campeonato”, fomos obrigados a engolir, nos últimos 20 anos, mais de uma dezena de estagiários (Leandro Niuehes, Lio Evaristo, Eduardo Barros, Leandro Ávila, Pivetti, Sandro Forner, Antônio Oliveira), e por aí vai…

Além dos técnicos EXÓTICOS como Casemiro Mior, Miguel Ángel Portugal, Carrasco, Professor Drubscky, Bob Testosterona Fernandes, Professor Waldemar, Artur Neto e mais uma dúzia de figuras grotescas sentadas no banco de reservas.

Sempre na base da tentativa-e-erro. Sempre o mais barato. Sempre a “inovação”, tais quais as invencionices do Coyote tentando capturar o Papa-Léguas: bizarrices que nunca deram certo!

Aliás, uma vez funcionou! Com Tiago Nunes! Uma rara exceção nos últimos 28 anos de Era Petraglia. Exceção esta que talvez leve 100 anos para se repetir. Mas segue a tentativa-e-erro! Seguem as experiências! Seguem os mais baratos! Afinal de contas, o técnico possui um papel irrelevante, não é mesmo?

Certa vez, Petraglia numa entrevista à Transamérica afirmou que contratou e manteve Alberto Valentim pela quantidade de cursos que este tinha (mesmo caso de Fabiano Soares), e que tinha vontade de criar uma Escola de Formação ou Universidade de Treinadores dentro do clube.

Só que técnico “bom” não se forma da noite pro dia! É preciso conhecimento fisiológico, técnico, tático, midiático, gestão de pessoas, mas principalmente, EXPERIÊNCIA, VIVÊNCIA, KNOW-HOW…

Não foi à toa que os melhores resultados da história do Athletico, além da exceção Tiago Nunes, aconteceram nas mãos de Oswaldo Alvarez, Geninho, Levir Culpi, Antônio Lopes, Paulo Autuori e Luiz Felipe Scolari. Por que será??

O Athletico sabe negociar. Sabe comprar e vender bem seus jogadores. Sabe gerir seu patrimônio. Sabe gerar superávit. Sabe ser rebelde e brigar com os poderosos do Eixo por melhores condições nas cotas e premiações. Sabe ser inovação, vanguarda, pujança!

Mas não sabe fazer o básico: contratar um LÍDER, um MESTRE, um COMANDANTE para levar adiante um dos melhores elencos da sua história. O Athletico com Wesley é como uma Lamborghini na mão de um rapaz recém saído da auto-escola.

A “Escolinha” deveria ter outra conotação: bons “alunos” não passam no vestibular sem bom ensino e bom “professor”. Tal como Geninho fora em 2001, aparando arestas e construindo um time campeão após a saída conturbada do Mário Sérgio.

Não vejo saída à curto-prazo. Peço apenas à Deus que ilumine a cabeça do nosso presidente, e que esta mentalidade possa um dia mudar. Assim como um dia mudaram as decisões sobre proibições de faixas, baterias e adereços dentro da Baixada, que Petraglia possa definitivamente refletir sobre isso tudo e se render ao óbvio: TÉCNICO GANHA JOGO! TÉCNICO GANHA CAMPEONATO!

Queremos a Copa Libertadores! Não queremos disputar Sula no Centenário!

Sem a libertação da TEIMOSIA, o Athletico não pode alçar vôos mais altos. E o mesmo cara que nos colocou na porta do paraíso, está nos segurando para não adentrarmos por ela…

Dito isso,

FORA WESLEY!!!!!



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