A decepcionante temporada do Athletico até agora tem sido motivo de cobrança por parte da torcida que, inconformada com as eliminações precoces na Libertadores e na Copa do Brasil, agora está preocupada com a queda de rendimento no Brasileirão e o risco de não obter a classificação para a competição continental na próxima temporada, justamente a do centenário do clube.
O assunto já é batido, a repetição chega a ser chata, mas é necessária. Com a manutenção de Wesley Carvalho no comando técnico, mesmo após os sucessivos tropeços do time e o descontentamento que os próprios atletas demonstram em suas entrevistas, o Rubro-Negro deixa claro que não almeja muito em termos de resultados esportivos em 2023. O que vier é lucro.
Em recente declaração, o CEO Alexandre Mattos reafirmou o pensamento da diretoria de não cometer loucuras, não pagar altos salários para não levar o Athletico a uma “vala comum”. Disse que entende a insatisfação da torcida, mas que não dá pra ganhar sempre e é preciso focar no projeto. Mas, afinal, qual é o projeto?
Talvez Mattos não saiba, mas o torcedor rubro-negro passou mais de 20 anos ouvindo o discurso de que era preciso “focar no projeto” e vendo o time ser castigado em campo. A essa altura do campeonato, com as contas equilibradas, estádio concluído, CT completíssimo e grandes investimentos na contratação de jogadores, o discurso do projeto já não cola mais.
Agora, entregar um dos melhores e mais caros elencos da história do clube nas mãos de treinadores sem capacidade para conduzi-lo não é apenas irresponsável, mas um tanto burro. É como colocar um puro sangue nas mãos de um jóquei amador e vê-lo derrotado por um pangaré no páreo. E é isso que vem ocorrendo com o Athletico este ano, comandado por estagiários desde o início da temporada.
Ninguém defende que o Furacão faça loucuras, contrate treinadores com salários milionários e gaste o que não tem. Longe disso. O que se pede é o mínimo de responsabilidade nas escolhas, a contratação de um profissional reconhecidamente competente e que possa levar o clube aos melhores resultados possíveis. Todos sabem que não é possível ganhar sempre, mas o Athletico brinca com a sorte ao permitir que todo investimento feito no elenco resulte em nada.
Certa vez Ariano Suassuna, em uma de suas palestras, debochou de um funk criado por um conhecido seu: “um cavalo morto é um animal sem vida”. Ora! De nada adianta colecionar convocações de jogadores para suas respectivas seleções, como destacado por Mattos, e não conquistar nada em campo. Se o pior acontecer e a classificação para a Libertadores não vier, o caríssimo elenco do Athletico no ano do centenário vai passar como o cavalo do funk do Suassuna: morto, sem vida.
Portanto, não adianta esperar a água bater na bunda para tomar uma atitude. Até porque, como dizia o saudoso autor pernambucano, “ao redor do buraco, tudo é beira” e não é preciso ser nenhum cientista, como “Rutherford-Bohr” para perceber que o projeto Libertadores 2024 está na beira do buraco.
Dito isso, faço coro ao amigo Marcelo Ostrowski e repito, mais uma vez: FORA WESLEY, enquanto é tempo.
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