Eduardo Souza

A seleção brasileira estreia pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 hoje a noite às 21h45 contra a Bolívia, no estádio Mangueirão, em Belém, no Paraná.

A partida será a primeira dos selecionados sob o comando do novo técnico, ainda interino, Fernando Diniz.

E no 11 titular para o jogo de hoje à noite se encontram dois jogadores que foram treinados por Diniz em sua passagem pelo rubro-negro em 2018: o lateral esquerdo, Renan Lodi e o meio campo, Bruno Guimarães.

A passagem de Diniz pelo Athletico não trás boas lembranças ao torcedor atleticano, em 21 jogos teve apenas 34% de aproveitamento, com cinco vitórias, sete empates e nove derrotas. Quando demitido, o rubro-negro amargava a vice lanterna do campeonato brasileiro.

A demissão em prol dos péssimos resultados encurtou a passagem do treinador no Athletico, o que também resultou em uma baixa utilização de Renan e Bruno sob seu comando (que ao final do ano se mostraram peças fundamentais para o título da Copa Sul-Americana de 2018). Ainda mais aliado ao fato de que ambos faziam parte da equipe sub-23 que foi campeã paranaense em 2018, e que ambos só foram integrados a equipe principal após o final do torneio.

Renan Lodi terminou 2018 como titular incontestável da equipe principal, algo que nem o mais dos otimistas poderia imaginar no começo do ano.

Renan era, de fato, o titular absoluto da posição na equipe sub-23 comandada por Tiago Nunes no campeonato paranaense. No entanto, os nomes para equipe principal já estavam definidos para a posição: Thiago Carleto e Sidcley.

A saída de Sidcley para o Corinthians acelerou a transição do jovem, que virou o reserva imediato de Carleto na posição, mas que mesmo assim foi acionado em poucas oportunidades por Fernando Diniz.

Ao todo foram sete partidas sob o comando de Diniz, sendo apenas quatro delas como titular, e em duas oportunidades por motivo de suspensão do titular Thiago Carleto.

Renan teve duas assistências neste breve período e uma delas foi na sua estreia pela equipe principal, sendo ambas nas duas partidas contra o Newell’s Old Boys, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana.

Renan Lodi só foi assumir a posição de titular após a demissão de Fernando Diniz. Com a efetivação do então técnico da equipe sub-23, Tiago Nunes, somada a negociação de Carleto para o futebol saudita.

Bruno Guimarães passou por situação semelhante até assumir a titularidade na equipe principal.

Vale lembrar que o técnico já havia trabalhado com o jogador no Audax-SP em 2017.

Apesar de ter entrado nos minutos finais da primeira fase da Copa do Brasil em 2018 e no jogo de ida contra o Newell’s, Bruno também teve a sua primeira oportunidade como titular na equipe de Fernando Diniz apenas após o campeonato paranaense, na primeira rodada do campeonato brasileiro.

Estranho lembrar que o meio de campo que brilha hoje na Premier League era improvisado como terceiro zagueiro por Fernando Diniz aqui no Athletico.

Mais uma de tantas invenções que Diniz nos proporcionou enquanto comandava o rubro-negro, acredito que esta seja a mais marcante na memória do torcedor atleticano.

Ao todo, Bruno foi utilizado em 13 oportunidades, sendo apenas cinco delas como titular.

Da mesma maneira que Renan Lodi, apenas assumiu a titularidade definitiva da posição após a saída de Fernando Diniz do comando.

Desde então, ambos os jogadores desfrutam de suas carreiras no futebol europeu.

Renan foi vendido em 2019 para o Athletico de Madrid por 20 milhões de euros, se tornando na época a maior venda da história do Athletico. Após alguns anos de altos e baixos, convocações e um empréstimo para o Nottingham Forest na última temporada, hoje o lateral esquerdo tem um bom início de temporada pelo Olympique de Marselha, o que o condicionou a ser convocado novamente.

Já Bruno Guimarães é um remanescente das últimas convocações de Tite. Desde sua saída do Athletico em 2020 para o Lyon, também por 20 milhões de euros, o meia deslanchou na Europa.

Após boas temporadas no futebol francês foi adquirido pelo Newcastle por 52 milhões de euros no ano passado e rapidamente virou um dos pilares do time, e ainda carimbando sua temporada com o retorno da equipe a Champions League, da qual não participava a 20 anos.

Fernando Diniz melhorou muito desde sua passagem pelo Athletico, seu trabalho no Fluminense hoje é um reflexo disso.

Nos basta hoje ficar na torcida para que a nossa seleção possa reencontrar o bom futebol e que os nossos Piás do Caju sigam fazendo parte deste processo de renovação.