Coragem, Wesley! Deixa os três volantes pra depois. Joga sem medo. Como Furacão…
Se André Rizek falasse mais sobre o Athletico, talvez ele mesmo faria a referência ao seu infame tuíte na Copa do Mundo de 2014. À época, o jornalista pedia a Felipão, então técnico da Canarinho, a escalar William para a semifinal contra a Alemanha, dizendo que os europeus não tinham um meio de muita marcação, e pedia um jogo mais ofensivo. “Como Brasil”, nas palavras dele.
A vida imita a arte, eu diria. Ou talvez, a teimosia de Wesley Carvalho tenha raízes no Scolarismo, uma vez que o multi campeão técnico daquela campanha mundial do Brasil tenha passado recentemente pelo Club Athletico. Mas hoje eu não quero supor muitas coisas. Hoje é dia de comemorar o acerto do estagiário.
Uma das coisas que mais me incomoda no tal “futebol moderno” são jogadores de uma função que tem um “papel tático” importantíssimo em outra, mas desempenham de forma pífia na sua função “de origem”. Não me incomoda, por exemplo, que um atacante, como Cuello, por exemplo, cumpra uma função defensiva e faça a cobertura do corredor. O que me incomoda, é um atacante, como Cuello, por exemplo, diversas vezes tomar decisões ruins e cometer erros ofensivos, além de perder gols com extrema facilidade.
Dito isso, os três volantes nunca fizeram sentido pra nós. Erick, que vinha desempenhando um futebol muito honesto, perdeu quase completamente sua função desde a chegada de Vidal. E isso, na verdade, é um elogio ao chileno, uma vez que ele consegue desempenhar a função defensiva e também tem um passe mais qualificado e pisa na área adversária. Precisamos de um meia ofensivo, um cara que tenha a qualidade do passe e a visão de jogo para colocar os atacantes na cara do gol. E por sorte, ou trabalho do departamento de scout, encontramos Zapelli.
Ora, como diabos o garoto de 21 anos é bom o suficiente para ser convocado para a seleção do seu país, atual campeã mundial, mas é banco do Club Athletico Paranaense? Pior ainda, como esse jogador por vezes nem entra em campo, mesmo em momentos decisivos como na Copa Libertadores?
Com a lesão de Vidal, Wesley parece ter sido “obrigado” a deixar os três volantes de lado e apostar na titularidade de Zapelli, tendo Vitor Bueno como extremo ao lado direito. Dessa forma, o time ficou mais leve e ofensivo. Criou mais oportunidades, apesar de ainda perder muitos gols. Sem Vidal, Erick voltou a render e Zapelli fez o time jogar futebol. Vitor Bueno voltou a desempenhar bem. Tivemos uma noite fantástica, finalmente.
E não me entenda mal, não acho Vidal um problema, pelo contrário. O chileno tem feito boas partidas e tem, sim, função nesse elenco. A obrigatoriedade da sua titularidade, por outro lado, me incomoda. Especialmente quando o preterido é Zapelli.
O time rendeu. O esquema funcionou. Wesley acertou. Três frases que eu quero escrever há muito tempo, mas que o Athletico não tem ajudado. Mas um bom jogo não nos garante a vaga para a Libertadores no ano que vem. Que a vtória contra o Flamengo seja interpretada da forma correta. É preciso querer vencer, para de fato vencer.