Olho no Brasileiro, cabeça no Centenário…
Ainda faltam 15 jogos para acabar o Brasileirão. O Athletico, já eliminado das Copas do Brasil e Libertadores, tem ainda este sprint final para garantir a vaga na Libertadores 2024 via G-6 do Campeonato Brasileiro.
E o momento exige seriedade. Na 7ª posição nesta altura do certame, parece ser bastante factível e de fácil alcance a meta de subir mais uma posição e garantir o acesso ao mais importante torneio continental.
A goleada de 3×0 sobre o Flamengo em Cariacica, mostrou um time mais coeso, ciente das suas limitações e que agiu de forma correta e segura para açoitar o rubro-negro carioca dentro dos seus domínios. Wesley também mostrou um pouco mais de maturidade, escalando e mexendo bem no time, que entrara bem desfalcado em campo.
Se por hora, o momento é de uma tranquilidade pouco vista nos últimos dois meses, a proximidade com o ano do centenário já nos permite projetar alguns cenários e iniciar um planejamento aderente ao que o momento merece.
O Athletico errou muito em planejamento em 2023. Poderíamos ter transformado este, num dos melhores anos do nosso futebol. Com vários atletas de destaque, convocados para suas seleções olímpica ou principal, foi bastante chato a queda nas Copas e este finalzinho lutando por uma classificação para a Liberta.
Tínhamos condições de ir mais longe!
No intuito de não repetir os mesmos erros de planejamento de 2023, segue aqui uma série de pitacos com insights para contratações pontuais e qualificação do elenco para o ano vindouro:
COMANDO TÉCNICO
Desde a saída de Luiz Felipe Scolari, o Athletico não tem um diretor de futebol. Função no momento ocupada por Alexandre Mattos e Márcio Lara, o primeiro, negociante nato, e o segundo ótimo em administração e finanças, não encaixam bem numa função que faz o link entre o intramuros do CT e a alta direção do clube, colocando ordem no comando da boleirada. É preciso contratar. Parece que o negócio anda meio “frouxo” no meio dos atletas. Falta pulso, “malandragem”, gestão de pessoas.
Da mesma forma, não me parece que Wesley Carvalho seja o nome ideal para guiar o Athletico no ano mais importante da sua história. Chamado muitas vezes de “Estagiário”, falta ao treineiro tarimba, experiência, análise fria para momentos quentes. Não sou favorável à sua saída. Mas sim, a um downgrade para um Sub-23 ou a algum time alternativo para disputa do PR ou jogos menos importantes. Foco em formação. Nisso, Wesley dá show!
Um bem sucedido 2024 começa, OBRIGATORIAMENTE, pela contratação de um técnico do tamanho do ano do Centenário.
GOLEIROS
Bento é um goleiro de topo, de seleção, que será vendido para a Europa mais dia, menos dia. Nem conto com ele mais para 2024. Merece ganhar em Euro e merece uma carreira muito bem sucedida no velho continente.
Os substitutos Léo Linck, Mycael e Gabriel Pereira são ótimos valores para repor a saída do nosso titular.
Neste quesito, confio na formação do CAT do Caju, e apostaria nestes moleques para a sequencia do próximo ano.
DEFESA
O maior problema do Athletico em 2023. Com a lesão de Pedro Henrique, vários se revezaram ao lado do General Thiago Heleno, e foram mal. Nico Hernández negociado com o Inter-RS, Matheus Felipe lamentável em várias jornadas, Zé Ivaldo com a cabeça na transferência para o Cruzeiro, Kaíque Rocha sem dizer a que veio, e por fim, a contratação do ótimo Cacá, que acertou o miolo de zaga nas últimas partidas.
É pouco. Ainda mais se considerarmos que o tempo passa para todos e o maior zagueiro da nossa história, nosso capitão, já se ressente fisicamente, e não tem mais a mesma performance de 2 anos atrás.
O Athletico precisa de no mínimo 2 zagueiros bons para iniciar 2024.
LATERAIS
Khellven não era um primor. Foi uma promessa em que sempre esperávamos um pouco mais. Vendido para o CSKA, restaram-nos duas opções. Madson – lateral apenas regular e com uma série de deficiências, e Bruno Peres, que sequer entrou em forma para a disputa do Brasileiro. Precisamos de alguém mais qualificado para esta posição de ala-direito. Ao lado da zaga, outro ponto de URGÊNCIA para o equilíbrio do elenco.
Na esquerda, achamos o ótimo Esquivel. Convocado para a seleção argentina olímpica, mostra segurança defensiva e acha ótimos cruzamentos e lançamentos quando sobe no apoio. Temos um titular. Na reserva, a esperança é que o bom Fernando retorne logo aos gramados e recupere seu melhor futebol. Não preocupa tanto.
MEIO CAMPO.
Fernandinho, Zapelli, Alex Santana, Arturo Vidal, Vitor Bueno, Hugo Moura, Daniel, Erick e Christian.
Um bom meio campo, não? E ainda contará com o retorno de Dudu Scheit, em ótima fase disputando divisões inferiores.
Aí o Athletico é bem qualificado. Mas quem sabe uma contratação pontual de um meia-atacante, possa auxiliar-nos ano que vem. Falta alguém para o enganche, para a mesma função do Terans.
Não me preocupa. Mas o que vier, ajuda.
ATAQUE
Outro setor que merece atenção redobrada é o ataque.
Vitor Roque, ao que tudo indica, nos deixará no início do ano.
Na “Centroavância” contamos somente com Pablo (que no frigir dos ovos é um ótimo e esforçado reserva), com Rômulo (que vem sempre sendo mal utilizado como ponta) e Arriagada, que pouco vimos em ação. Além de William Bigode, que fez seus golzinhos mas foi apenas mais um a encher a prateleira. Deve ser devolvido no final do ano.
Ter um centroavante tarimbado para 2024 é ESSENCIAL para que o Athletico concretize em gols as chances criadas pela ótima meia-cancha.
As pontas indicam uma situação ainda mais crítica: Cirino foi dispensado, Thiago Andrade não tem a mínima condição de atuar em uma partida de Série A, e Cuello vive péssima fase. O único destaque é Agustin Canobbio, que ainda tem momentos de mais transpiração do que inspiração.
Aliás, o clube não tem conduzido treinamentos específicos de finalização para Canobbio e Cuello? Não é possível que estes dois não tenham melhorado os chutes a gol… Acho que o Athletico peca neste quesito.
Trazer dois ou três ponteiros confiáveis é vital para melhorar a performance do ataque.
Enfim, caro leitor… são só pitacos.
Mas neste momento meio morno, sem nenhum grande título em disputa, a cabeça voa imaginando o próximo ano.
O ano do Centenário. Quiçá com uma SAF!
Mas assim como voa a cabeça deste que vos escreve, que a cabeça de Mattos, Lara e Petraglia já esteja pensando em 2024. E que ações estejam sendo conduzidas.
Avante!