18 jan 2024 - 15h27

O atleticano

Quando eu coloquei os pés na Vila Capanema para ver o Athletico jogar a primeira partida do ano do seu centenário foi inevitável não lembrar do dia 13 de outubro de 1993. Há pouco mais de 30 anos eu entrava pela primeira vez na Vila Capanema, a primeira vez num estádio de futebol, a primeira vez na arquibancada, a primeira vez que vi o, então, Atlético jogar! Vencemos o Paraná por 4 X 0, mas isso foi o menos importante.

Naquela época eu já amava o Athletico, mas a partir daquele dia passei a amar o que o Furacão tinha de mais precioso: o atleticano!

Do que aconteceu no gramado tenho poucas lembranças. Eu estava na curva “da linha do trem” e, como só tinha 10 anos de idade, uma criança pequena, mal vi os 2 primeiros gols que marcamos na primeira etapa, já que saímos atacando pro lado da Engenheiros Rebouças. Já no 2º tempo, com o time atacando “pro nosso lado”, vi o terceiro gol de relance e foi apenas quando João Carlos Cavalo fechou o caixão tricolor, de pênalti, que consegui acompanhar a magia de celebrar um gol na arquibancada.

Mas, se pouco lembro da partida, tenho uma memória muito forte de tudo que vivi ao lado do torcedor atleticano. A viagem de ônibus, a chegada no estádio, a cavalaria da PM, desviar das pedras que jogavam na gente por cima da reta do relógio, as músicas da TOF, o bandeirão, o jeitão dos atleticanos, as provocações, as celebrações de gol com vários desconhecidos.

Desconhecidos? Não sei se posso chamar assim. Na arquibancada a gente é tudo atleticano. E isso basta! Temos o mesmo sangue, somos uma família, temos uma história em comum, eventos passados nos unem, estávamos presentes nos mesmos locais em determinadas datas, compartilhamos frustações e celebramos vitórias. Temos memórias que se entrelaçam. Foi na arquibancada, naquele início da década de 90, que eu aprendi que o maior presente que o Athletico me daria durante toda a minha vida era a oportunidade de conhecer outros atleticanos que, como eu, eram completamente apaixonados pelo Furacão.

Neste ano em que celebraremos os 100 anos de existência do Club Athletico Paranaense iremos relembrar tantas histórias, títulos e passagens marcantes. Essas histórias são contadas por atleticanos, alguns mais famosos outros completamente desconhecidos. Alguns que tiveram seu nome marcado na história e tantos outros milhões de anônimos que são o motivo de existir desse clube.

Eu sou um desses motivos. Meus pais também o são. Meus irmãos também. Minha filha também é. Os meus sobrinhos também são. E também meus tios. Meus Primos. Meu afilhado. E você! Você, meu querido atleticano! Você mesma, minha irmã atleticana! Você tem o privilégio de celebrar os 100 do Furacão. Privilégio que tantos que vieram antes de nós não terão. Façamos valer esse presente, que possamos desfrutar desse 2024 como nunca antes na nossa história!



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