CENTENÁRIO: 2004 – o ano do quase
O ano era cheio de expectativas e o Atlético fez um Paranaense brilhante. Com um time bastante reformulado após um 2003 apenas mediano, a equipe trouxe jogadores como os defensores Marinho e Marcão, apostou na recuperação médica e física do atacante Washington e viu jovens como Fernandinho e Jadson se firmarem entre os profissionais.
O rubro-negro fez uma campanha impressionante na Primeira Fase com 6 vitórias e 1 empate liderando o Grupo A com 19 dos 21 pontos possíveis. Na Segunda Fase o ritmo seguiu o mesmo, com 4 vitórias e 1 empate nos 5 jogos que definiram os semi-finalistas. Nessa fase o Atlético empatou fora por 1 X 1 e venceu o Londrina na Arena da Baixada por 3 X 1, enquanto o Coritiba venceu o Cianorte por 1 X 0 em ambos os confrontos.
O Furacão chegava a final invicto e com um time forte, melhor campanha geral, melhor ataque e melhor defesa do campeonato. O jogo derradeiro seria no Joaquim Américo pela melhor campanha e no jogo de ida uma arbitragem tenebrosa do sempre polêmico Heber Roberto Lopes acabou prejudicando o Furacão que teve o volante Vanderson expulso antes dos 20’ do 1º tempo. O coxa acabou vencendo por 2 X 1 levando a vantagem do empate.
E foi o que aconteceu, num dos Atletibas decisivos mais emocionantes da história. Uma Baixada ensandecida não se calou quando os coxas aumentaram a vantagem ainda na 1ª etapa: Rogério Correia e Jadson viraram antes dos 30’. Porém aos 35’ o veterano Tuta, ex-Atlético e que formava um bom ataque rival ao lado dos também experientes Aristazabal e Luis Mario empatou a partida, cabendo ao zagueiro Igor deixar novamente o Furacão em vantagem em 45 minutos completamente alucinantes!
Jogo pegado com chances perdidas e coube novamente a Tuta marcar aos 34’ da etapa complementar, acabar com o sonho e tirar do Furacão um título que seria muito merecido.
BRASILEIRÃO
Com a decepção da perda do título em casa para o maior rival o Furacão começou mal o Brasileirão 2004. Duas derrotas na largada, sendo uma delas uma sapecada de 0 X 3 diante do Figueirense em casa.
Depois da chegada do treinador Levir Culpi e de ajustes no time, a equipe deslanchou. O Furacão ficou 18 partidas invicto, a maior da história da competição e a liderou entre a 33ª e 37ª rodada e entre a 40ª e 44º (antepenúltima) daquele campeonato, quando disputou ponto a ponto o título com o Santos de Robinho, Elano, Deivid e Vanderlei Luxemburgo.
Ainda que tenha perdido para o Vasco em São Januário numa partida repleta de contratempos fora de campo na penúltima rodada e empatado em casa diante do Botafogo na partida final, boa parte da torcida jamais esqueceu foi do empate por 3X3 diante do Grêmio na cidade de Erechim, quando o Atlético vencia o tricolor gaúcho com relativa facilidade por 0X3 até os 30’ do segundo tempo mas deixou-os empatar, dando o fôlego que o Peixe precisava para a arrancada final. Santos 89 pontos contra 86 do Atlético e o sonho do bi campeonato brasileiro ficou adiado.
Foi um duro golpe num ano em que o Atlético esteve com uma das mãos nas taças que disputou, mas que por descuido, detalhe, por obra do destino, acabou não levantando nenhum caneco.
PERSONAGENS
Mário Sérgio (treinador) = muitos reputam a ele a montagem de dois times inesquecíveis do Furacão. Ele que teria arquitetado o Campeão Brasileiro de 2001 que foi campeão com Geninho e que teria feito a mesma coisa no time vice campeão brasileiro de 2004. O fato é que parte da torcida não o perdoou por ter deixado o artilheiro Washington de fora da primeira final do estadual por “questões físicas” e que nunca tenha levantado troféu algum por aqui.
Washington (atacante) = aqui nasceu o apelido “Coração Valente”. O alto, porém hábil atacante acabou se entrosando com o craque Dagoberto formando mais uma das diabólicas duplas de ataque da história do Furacão. Mesmo depois que o jovem atleticano se machucou, fez o reserva Denis Marques entrar no esquema e fez 34 gols no Brasileiro daquele ano, sendo a maior marca até hoje numa mesma edição.