CENTENÁRIO: 2005 – subindo mais um degrau
Ainda que sem títulos em 2004 e com o gosto amargo de dois vices que estiveram muito próximos das mãos, a esperança do torcedor atleticano era que finalmente em 2005 o time se mantivesse forte. Porém o Furacão iniciou um ano em que voltava a Libertadores após o vice brasileiro sem Fabiano, Adriano Gabiru, Dagoberto ainda se recuperando da cirurgia no joelho e principalmente sem o atacante Washington.
Pior foram as vindas de jogadores desconhecidos como os zagueiros Durval e Danilo e de jogadores que vinham somente compor o elenco como o lateral Beto, o então rebaixado pelo Grêmio, zagueiro Baloy e um ex-coxa branca que não tinha vingado na carreira, o atacante Lima.
Além do mais, Levir Culpi, treinador já de reconhecida capacidade e campeão Brasil afora, se desentendeu com o Presidente Petraglia e foi substituído pelo desconhecido Casemiro Mior. Apesar de alguns bons resultados o Atlético se arrastava e, via de regra, jogava mal pelo estadual. Fez uma primeira fase com 8 vitórias, 5 empates e 1 derrota para o Nacional de Rolandia. Somente empatou com o Império do Futebol com um gol em que a bola claramente passou por fora das traves!
Pior era a situação pela Libertadores com os liderados de Casemiro tendo somente vencido em casa o Libertad nas primeiras 3 partidas. O contestado treinador começava a contar com novos recém chegados como o lateral Marín, o atacante Aluisio e o meia Fabricio.
Nas fases seguintes do estadual bateu o Roma de Apucarana e eliminou o Londrina na semi-final. Quis o destino que em abril de 2005 o Atlético tivesse a chance de se vingar do rival Coritiba na final do estadual
E entre a primeira final no Couto Pereira com derrota por 1 X 0 e jogo seguinte com a vitória diante do América de Cali, o Furacão demitiu o exótico técnico e trouxesse Edinho Nazareth para o seu lugar.
Como ele o Atlético devolveu o 1 X 0 no rival e venceu nas penalidades, numa comemoração que estava engasgada na garganta e no peito do torcedor atleticano. Coube a Denis Marques fazer o gol no tempo normal e ao carrasco Lima fazer o penal decisivo na Baixada.
A AMÉRICA CONHECE UM FURACÃO
Entre os dois clássicos que definiram o campeão paranaense de 2005 o Atlético venceu os colombianos do América e precisavam pontuar para decidir a vaga em casa contra o Independiente Medelin. No Paraguai o Furacão bateu o Libertad, mas na última rodada da fase levou um sonoro 0X4 dos colombianos e se via fora do torneio, eliminado ainda na primeira fase como na sua última participação na Libertadores da América de 2002.
Mas quiseram os “deuses do futebol” oferecer mais uma chance e o América perdeu para o já eliminado Libertad em casa, errando ainda uma penalidade no final da partida. Assim e demitindo o treinador Edinho no mesmo dia, o Furacão passava às oitavas de final da maior competição do continente como em seu debut no ano de 2000.
Com o interino Borba Filho no comando, o Furacão venceu em casa e perdeu fora pelos mesmos 2X1 o Cerro Portenho do Paraguai, avançando após vencer nos pênaltis. Nas quartas o badalado e midiático Santos de Robinho & arbitragem & Cia., algozes do vice brasileiro do ano anterior foram derrotados em casa por 3X2 e na Vila Belmiro por 0X2, numa noite inspirada do goleiro Diego lá atrás e do atacante Aluisio no ataque, desta feita já sob o comando do experiente treinador Antonio Lopes.
Em lamentáveis manobras extra campo (links abaixo), o São Paulo conseguiu tirar a decisão da Baixada, mesmo com os laudos, atestados e liberação para uso de arquibancadas tubulares aumentando a capacidade da Baixada para 40 mil pessoas como exigia o regulamento da Libertadores. Sendo assim, o jogo “em casa” foi há 800km de distância da Baixada. E mesmo com o apoio dos mais de 10 mil atleticanos que se deslocaram para Porto Alegre, o Beira Rio foi um campo neutro que ajudou o tricolor paulista segurar o empate em 1X1.
Na volta um Atlético um pouco espantado com a magnitude do jogo viu um São Paulo que decididamente era MUTO forte com Rogério Ceni, Lugano, Cicinho, Mineiro, Danilo, Amoroso e Luisão tomar conta do jogo e vencer ao natural. O Furacão ainda teve a chance de empatar o jogo quando estava somente 1X0 para o São Paulo no final da primeira etapa, mas Fabricio chutou uma penalidade na trave.
No segundo tempo o time paulista sobrou em campo, fez mais 3 gols e sacramentou seu tri campeonato da América. Mas desde então o atleticano passou a ter a obsessão pela conquista da Libertadores.
BRASILEIRÃO
Com o campeonato tendo começado logo após o final dos estaduais e coincidindo com as rodadas decisivas da primeira fase da Libertadores, o Atlético recorreu a um sistema que acabou sendo repetido ao longo da história do clube nas últimas décadas: decidiu poupar por vezes o time titular inteiro no campeonato mais longo e desgastante, o Brasileirão.
Sendo assim o Furacão marcou seu primeiro ponto no empate em casa diante do Figueirense, depois de perder na estreia para a Ponte Preta e na sequencia de derrotas para Juventude, Sport Recife, Corinthians, Internacional e Botafogo.
A nova vitória diante do Coxa antes da finalíssima da Libertadores foi um motivador para o clube que depois do sonho frustrado de conquistar a América fez uma linda campanha de recuperação, tendo uma boa invencibilidade e jogos históricos como a goleada por 7 X 2 diante do Vasco, as goleadas por 4 gols em sequencia contra o Fortaleza e o Brasiliense e novamente uma vitória sobre o rival Coritiba por 1 X 2 no Couto Pereira, ajudando no rebaixamento do alviverde.
O rubro negro acabou o Brasileirão 2005 na 6ª colocação com 61 pontos.
PERSONAGENS
Lima (atacante) = surgir no rival, sair de lá brigado com a torcida, não se firmar em outros clubes e aparecer num ano cercado de expectativas. A vinda de Lima não era bem vista pela torcida e suas primeiras atuações não foram nada animadoras. Mas o “falso lento” fez o gol decisivo sobre o rival no estadual (e outro no returno do Brasileiro) e vários outros importantes na bela caminhada do vice da Libertadores.
Cocito (volante) = a alma, o sangue, o pulmão do Atlético estava em casa novamente. Um dos símbolos de raça do Campeão Brasileiro de 2001 estava de volta, vindo sob desconfiança depois do rebaixamento do seu ultimo clube (Grêmio) mas voltou a comandar o time sempre com muito vigor, energia e ajudando o time atleticano a chegar longe.
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