2 mar 2024 - 8h00

CENTENÁRIO: 2011 – Um ano para esquecer!!

O título faz jus ao péssimo ano do Furacão.

Seis trocas de treinadores (recorde), 50(!) jogadores utilizados em toda a temporada, bastidores agitados devido a briga entre Marcos Malucelli (presidente do clube) e Mário Celso Petraglia, perda do estadual após sofrer goleada para o maior rival, e por fim, rebaixamento para a Série B após uma campanha sofrível no campeonato brasileiro.

O 2011 do torcedor rubro-negro não foi fácil.

Um técnico a cada dois meses. Quem chegava, nem esquentava o banco.

O Athletico iniciava o ano com Sérgio Soares como treinador, vindo de 2010 e participando da montagem do elenco. Havia uma certa esperança devido ao bom final de campeonato do ano anterior, e principalmente por este haver sido o treinador que deu o título da Copa do Brasil ao pequeno Santo André, do ABC Paulista.

Mas não deu certo. Derrota para o Arapongas por 2×1 na estréia do Paranaense. Com 3 derrotas, sendo a última (da demissão) para o lanterna Cascavel, e 3 empates, decretaram o desligamento do treinador.

Assume interinamente Leandro Nieuhes, que vai bem, vencendo os 3 próximos jogos até a chegada de Geninho.

O campeão brasileiro de 2001 inicia muito bem, com 6 vitórias em 8 jogos na sequencia do campeonato estadual. Mas o imediatismo da inexperiente diretoria atleticana, faz com que seu contrato seja rescindido ainda no Paranaense, após uma derrota para o Operário-PR. Ninguém entendeu na época. E nenhum outro técnico teve aproveitamento sequer parecido. Geninho sai bastante magoado. Como um dos maiores da história do CAP, não recebeu tratamento justo. Foi demitido com 83% de aproveitamento!

Adilson Batista assume ainda em abril, porém o Athletico sucumbe na final do Paranaense.

O Athletico perde o clássico na partida final. O bom time do Coritiba conquista o bi-campeonato estadual, após vencer o Furacão por 3×0 na Baixada, em uma final marcada pela agressão do zagueiro Manoel em Bill, o que deixou o CAP com 10 jogadores ainda no primeiro tempo.

 

BRASILEIRO, SUL-AMERICANA E COPA DO BRASIL

 

O Athletico não conquistou nenhum título em 2011.

Além da perda do Estadual, o Athletico não rende nas competições nacionais e internacionais. Na Copa do Brasil de 2011, mesmo eliminando Rio Branco-AC, Paulista de Jundiaí e Bahia, é eliminado pelo Vasco da Gama nas quartas de final.

Empates em 1×1 no Rio de Janeiro e 2×2 na Arena da Baixada deixaram o Furacão fora da disputa (na época havia vantagem de gols marcados fora de casa nos mata-matas).

 

 

No segundo semestre, na Copa Sul-Americana, já treinado por Renato Gaúcho e em dificuldades no Campeonato Brasileiro, o CAP decide encarar o Flamengo com time reserva nos dois jogos. Resultado: duas derrotas por 1×0 e eliminação precoce no torneio internacional.

 

 

No Brasileiro, talvez o maior fiasco da história do clube.

O clube, que manteve uma base razoável em 2010, se reforçou com alguns jogadores conhecidos e experientes dentro do futebol brasileiro:

 

– Wagner Diniz (lateral)

– Wendell (lateral)

– Edílson “Barriga-de-Cadela” (lateral)

– Marcos Pimentel (lateral)

– Rômulo (lateral)

– Fabrício (zagueiro)

– Dalton (zagueiro)

– Kleberson (campeão brasileiro de 2001 e grande esperança para o ano, lesionou-se)

– Robston (volante)

– Madson (meia)

– Cléber Santana (meia)

– Marcinho (meia)

– Ivan González (atacante)

– Lucas (“Eu sou o Lucas”) – (atacante, retornando ao Furacão em 2011)

– Henan (atacante)

– Wescley (atacante)

 

E talvez a mais emblemática contratação da história do Club Athletico Paranaense: Santiago “Morro” Garcia.

O uruguaio foi o pivô de uma das maiores discussões entre presidentes do clube, e contratado por Marcos Malucelli e Alfredo Ibiapina por puro desespero, que não analisaram seu histórico pregresso dentro do Uruguay.

Chegou com status de estrela, artilheiro da edição 2010 do Campeonato Uruguaio, jogando pelo Nacional de Montevideo. Custou US$ 4 milhões aos cofres do Athletico.

Se a quantia é vultuosa até para os dias de hoje, imagine na época.

Jogou 16 partidas e fez dois gols somente, numa partida contra o Botafogo-RJ.

Dado os valores envolvidos na contratação, Morro foi criticado publicamente pelo técnico Renato Gaúcho, amargou banco, e logo depois teve seu contrato rescindido pelo Athletico, que pleiteou e conseguiu reaver o investimento alguns anos depois.

Lamentavelmente, após seu retorno ao futebol uruguaio, foi pego no exame e suspenso por doping devido uso de cocaína e passou dois anos sem atuar no futebol profissional.

Morro Garcia, que convivia com quadro recorrente de depressão, suicidou-se em 2021 com apenas 31 anos de idade.

 

 

Voltando ao Brasileirão de 2011.

Adilson Batista inicia o Brasileiro, porém, na ânsia de forçar seu sistema tático a qualquer custo (4-3-1-2), o Athletico derrapa várias vezes e, em 14 jogos, vence apenas 4 partidas com um futebol muito pobre.

Ex-jogador e ídolo do Athletico, Pezão não conseguiu ter a mesma segurança e performance como treinador e foi demitido.

Renato Gaúcho assume em sequencia, e pega um Rubro-Negro na lanterna do Brasileirão.

Iniciam-se várias polêmicas na gestão do treinador.

Em pouco tempo, Renato barra Guerrón (até então destaque do time).

Demite o psicólogo Gilberto Gaertner, alegando que o melhor psicólogo para o time, era ele mesmo.

Prejudicado pelas contusões de Paulo Baier e Kleberson, Renato dá declarações públicas de que precisa de reforços e entra em choque com a diretoria.

Por “birra”, escala Fransérgio como centroavante.

 

 

Em 15 jogos, foram 4 vitórias, 5 empates e 6 derrotas. Em 1º de setembro, contra o Atlético-MG, Portaluppi pede demissão e o Athletico contrata Antonio Lopes, antigo conhecido da torcida, mas que nada pôde fazer.

O experiente comandante não conseguiu evitar a queda do Athletico para a Série B do Nacional em 2012. Numa campanha com 40% de aproveitamento no segundo turno, ficou a 3 pontos de escapar da Zona de Descenso, em 17° lugar.

Por ironia, o Athletico venceu o Coritiba na última rodada por 1×0, e tirou do rival a chance de qualificação para a Libertadores.

Este fato, amenizou a dor do torcedor atleticano ao final do ano.

Mas não apagou o fato de 2011 ter sido um dos PIORES anos da história do centenário Club Athletico Paranaense.

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