15 mar 2024 - 9h54

CENTENÁRIO: 2016 – Campeão no Couto e de volta à Libertadores

O ano de 2016 foi mais um ano que se iniciou após uma disputa de eleições em dezembro do ano anterior.

Relembrando a retrospectiva de 2015, foi uma das eleições mais disputadas na história do Athletico, pouco mais de 200 votos de diferença garantiram a continuidade de Mario Celso Petraglia no comando do clube.

E após um ano bastante decepcionante para o torcedor, mais uma vez as promessas de campanha teriam que ser colocadas em prática, principalmente os investimentos no futebol.

ELENCO

O elenco que seria comandado pelo treinador Cristóvão Borges começou a ser reforçado ainda em dezembro de 2015, inclusive até surpreendendo a torcida rubro-negra, já que não era comum ver o Furacão ativo no mercado.

De destaque, as contratações do meio-campo Vina, vindo com o rótulo de ser atleticano de berço, o zagueiro Paulo André que já tinha tido boa passagem pelo clube em 2005 e 2006, e o zagueiro Thiago Heleno, que veio após temporada muito boa no Figueirense, nem imaginávamos que se tornaria um dos maiores ídolos da história do clube.

Outra chegada, porém, que passou despercebida, foi o retorno de empréstimo do atacante Pablo, que passou o ano anterior no Cerezo Ozaka do Japão.

INÍCIO DO CAMPEONATO PARANAENSE

O Athletico estava vivendo uma época de vacas magras de títulos, já completavam 7 anos desde a última conquista do campeonato estadual.

Dessa vez o clube decidiu disputar o campeonato com força máxima, já que nos últimos anos estava colocando a equipe de aspirantes (sub-23).

Mas lembram que 2015 foi ano de eleição, né? Esse tema foi uma das pautas mais presentes durante a disputa, ou seja, a pressão da torcida estava grande para sair da fila.

O Furacão iniciou o campeonato com 3 vitórias seguidas, mas logo começaram os tropeços, empates contra J. Malucelli e Cascavel, derrota para o Paraná Clube e mais um empate, agora contra o Foz do Iguaçu, que resultou na demissão de Cristovão Borges.

PRIMEIRA LIGA

Precisamos dar uma pequena pausa no Campeonato Paranaense para falar da Primeira Liga, campeonato que foi idealizado como o retorno da Copa Sul-Minas, autorizado pela CBF, e que acabou contando com a presença de Flamengo e Fluminense.

O grupo do Athletico tinha Fluminense, Cruzeiro e Criciúma, os primeiros colocados de cada grupo se classificavam para as semifinais, junto com o segundo colocado de melhor campanha.

A estreia foi no Rio de Janeiro e já contou com uma vitória do Furacão, 1 a 0 (Vina), o jogo seguinte foi na Baixada para um público de mais de 30 mil pessoas, mais uma vez vitória por 1 a 0, com gol do volante Otávio já no final do jogo.* 

Depois disso veio o primeiro tropeço, contra o Cruzeiro no Mineirão por 2 a 1, jogo marcado por um pênalti perdido de Nikão na etapa final que garantiria a primeira colocação para o Athletico, mas mesmo assim o rubro-negro garantiu a classificação como melhor segundo colocado.

A semifinal foi contra o Flamengo em Juiz de Fora, vitória atleticana por 1 a 0, gol de Marcos Guilherme. A decisão foi no mesmo estádio contra outro carioca, dessa vez o Fluminense, mas o Athletico amargou o vice-campeonato numa derrota por 1 a 0.

Esta derrota foi um pouco sentida na época, mas hoje em dia garanto que muitos atleticanos nem lembram mais deste campeonato.

VOLTAMOS AO CAMPEONATO PARANAENSE

Após a demissão de Cristovão Borges, o Athletico agiu rápido e buscou Paulo Autuori para o comando do elenco. Mais uma contratação surpreendente para o torcedor atleticano, que nos últimos anos só via o clube investir em “apostas” para o cargo de treinador.

OBS: Autuori já esteva à frente no mata-mata da Primeira Liga, citada anteriormente.

Chegou o primeiro clássico Atletiba do ano, na Arena da Baixada, e o rubro-negro decepcionou, derrota por 2 a 0, deixando o torcedor na bronca por mais uma derrota em clássicos.

E assim terminou a primeira fase do campeonato, com o Furacão em 4º colocado, classificado entre os 8 melhores para as quartas de final.

O primeiro adversário foi o Londrina, 1 a 1 fora de casa e um 2 a 0 na Baixada classificou o Furacão. A semifinal foi com o líder do primeiro turno, Paraná Clube, vitória por 2 a 1 na Baixada (Nikão e André Lima), seguida de derrota por 1 a 0 na Vila Capanema que levou a decisão para os pênaltis. Após um 4 a 2 nos pênaltis, classificação rubro-negra para a final.

Mais uma vez a decisão seria um Atletiba e com ela vários tabus poderiam ser quebrados pelo Athletico. O Furacão não conquistava um Campeonato Paranaense desde 2009, não vencia uma final Atletiba desde 2005 e não vencia uma decisão no Couto Pereira desde 1990. Dá para imaginar o peso dessa decisão, né?

E a primeira partida da final foi histórica, um 3 a 0 na Baixada que começou com um gol de cabeça de Thiago Heleno aos 5’ do segundo tempo, o primeiro sinal de idolatria do nosso general, Ewandro aumentou a vantagem aos 19’ após uma falha da defesa coxa-branca, e por fim, Hernani selou a goleada com um golaço de falta aos 23’, deixando o Furacão com uma mão na taça.

No Couto Pereira, uma derrota de até 2 gols de diferença ainda garantia o título para o Furacão, mas 2 gols de diferença foi exatamente o tamanho da vitória rubro-negra. Aos 30’ do primeiro tempo Walter desencantou de uma sequência sem marcar e abriu o placar, ainda no primeiro tempo, Ewandro aumentou aos 50’, gol que sacramentou o 22º título paranaense do Athletico.

Esse Campeonato Paranaense é lembrado até hoje pela comemoração do atacante Walter falando que iria comer apenas 5 coxinhas!

COPA DO BRASIL

A Copa do Brasil de 2016 foi uma daquelas edições traumáticas para o torcedor atleticano.

A primeira fase foi contra o Brasil de Pelotas, 1 a 1 em Pelotas e 1 a 0 na Baixada classificaram o Furacão. Na segunda fase o adversário foi o Dom Bosco/MT, empate em 2 a 2 na ida e 5 a 0 no Caldeirão.

O caminho rubro-negro começou a ficar mais complicado na terceira fase, o Athletico enfrentou a Chapecoense e as partidas ficaram empatadas por 0 a 0 em Curitiba e 1 a 1 em Chapecó, classificando o Furacão pelo critério de gol fora de casa.

Porém, mais uma vez o Athletico esbarrou na equipe que seria a campeã da edição, o sorteio das oitavas de final definiu o Grêmio com adversário. A partida de ida foi na Baixada, e o pequeno público (14.300) viu um jogo bem apático do Furacão, sendo derrotado por 1 a 0.

A partida de volta foi cerca de 1 mês depois da ida, o torcedor atleticano nem tinha muitas expectativas de reverter o resultado fora de casa, mas o rubro-negro surpreendeu devolveu o placar, gol de André Lima, e levou a decisão para os pênaltis.

Aqui que a história começou a ficar traumática para o torcedor, o Athletico tinha um excelente pegador de pênaltis e recém campeão olímpico, Weverton, mas foi ele mesmo que no fim acabou se tornando o vilão daquela disputa.

João Pedro, Otávio, Zé Ivaldo, Weverton e Paulo André, todos esses desperdiçaram suas cobranças na derrota do Furacão, mas a cena mais dolorosa foi quando o Athletico teve a chance de encerrar a disputa se convertesse a cobrança, Weverton tomou a bola do atacante Juninho que bateria o pênalti decisivo, mas parou no goleiro Marcelo Grohe. Paulo André ainda desperdiçaria depois dele, dando a classificação para equipe gremista.

CAMPEONATO BRASILEIRO

O Campeonato Brasileiro de 2016 marcou o retorno do Furacão para a Copa Libertadores da América, fechando o ano com chave de ouro.

Este campeonato mostrou uma grande regularidade do Athletico em dois aspectos, o time terminou a competição como melhor mandante (15V, 3E e 1D), vale lembrar que foi o ano de inauguração do gramado sintético na Arena da Baixada, foi aí que se popularizou o famoso “tapetinho”.

Outro ponto forte do Furacão foi sua defesa comandada por Weverton, Thiago Heleno, Paulo André e pelo esquema de Paulo Autuori, terminando a competição empatada com o Palmeiras, campeão daquela edição, com menos gols sofridos, apenas 32 em 38 partidas.

Além da defesa, outro destaque atleticano foi o atacante Pablo, que terminou o ano como artilheiro da equipe na competição com 9 gols marcados.

Por outro lado, o rubro-negro decepcionou muito fora de casa, teve campanha de rebaixado como visitante, vencendo apenas duas partidas (São Paulo e Cruzeiro).

Uma partida marcante daquela edição foi o clássico Atletiba disputado na Vila Capanema, vitória por 2 a 0 que marcou a primeira aparição do lateral esquerdo Renan Lodi com a camisa rubro-negra.

VOLTA À LIBERTADORES

Com o final da competição se aproximando, o rubro-negro foi vendo suas chances de garantir uma vaga no G6 aumentarem a cada rodada.

Nas últimas 4 rodadas o Furacão foi decisivo e não perdeu nenhuma partida, além de segurar um dos adversários diretos, o Corinthians (0 a 0), em pleno Itaquerão.

Na última rodada, um empate na Arena da Baixada poderia dar a classificação para o rubro-negro, o adversário era o Flamengo. Caldeirão lotado e foi exatamente um empate (0 a 0 novamente) que levou o Furacão de volta para a Libertadores.

E assim, encerrando o ano de 2016 para o Club Athletico Paranaense.

  • Agradecimentos ao leitor Rodrigo pela correção!



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