19 mar 2024 - 11h48

CENTENÁRIO: 2018 – quebra o muro Furacão

No Paranaense 2018 o Athletico voltou a utilizar seu elenco alternativo, em geral composto por jogadores muito jovens, mas agora, e como reivindicava boa parte da torcida, pontuado com alguns atletas mais experientes, sendo assim um time de “aspirantes”.

O comando técnico era do jovem Tiago Nunes, já com alguma experiência em times principais do Rio Grande do Sul. As 12 equipes foram divididas em 2 grupos, classificando-se as duas primeiras num cruzamento olímpico gerando os finalistas de cada turno. No primeiro, o Coritiba passou pelo Foz do Iguaçu nas penalidades enfrentando o Rio Branco que eliminou o Furacão também nas penalidades. Assim, o alviverde vence a Taça Dionísio Filho e se classifica para a finalíssima.

No returno o Atlético volta a vencer seu grupo, mas dessa fez passa das semifinais goleando o Maringá por 5 X 0, enfrentando e vencendo a final da Taça Caio Jr., o Londrina por 1 X 0.

A final seria mais uma vez um Atletiba, assim como ocorrera nos dois anos anteriores. Na partida de ida com menos de 10 mil pessoas no Couto Pereira, um gol de Julio Rusch deu a vitória ao time da casa numa partida equilibrada. Vale lembrar que o time atleticano contava com jovens como Renan Lodi, Bruno Guimarães, Léo Pereira, João Pedro, Matheus Anjos, Yago e Zé Ivaldo, tendo o apoio e experiência do zagueiro Pierre e com a volta do atacante Ederson, que foi artilheiro do campeonato.

Na grande final e após polêmica sobre a transmissão da partida, o Furacão motivado pelo grito de mais de 23 mil torcedores encurralou o Coritiba desde o início e mostrou que teria bola para reverter o placar adverso. Porém o primeiro gol saiu somente no final da primeira etapa após Bruno Guimarães enfileirar a zaga coxa e bater no canto, fazendo o Caldeirão explodir.

Na segunda etapa a pressão seguiu até Ederson mandar para as redes e decretar a vitória rubro-negra por 2 X 0 sobre o rival na Baixada. Merecida festa de um time que ainda daria muitas alegrias ao apaixonado torcedor atleticano.

Em abril ninguém imaginava que seriam últimos meses desse escudo.
[foto: FURACAO.COM/Joka Madruga]
Classificação: CAMPEÃO

COPA DO BRASIL E BRASILEIRÃO

O Atlético disputou integralmente o estadual com uma equipe alternativa, deixando a equipe principal sob o comando do então ainda imaturo Fernando Diniz. Devido a Copa do Mundo, a Copa do Brasil começou mais cedo e o Furacão começou a competição em fins de janeiro, empatando em zero com o Caxias no interior gaúcho.

Na rodada seguinte, o Atlético recebeu em casa o Tubarão de Santa Catarina, num jogo maluco com 3 viradas no placar e que acabou com a vitória atleticana por 5 X 4. Ali já se via que havia um abismo entre o treinador Diniz ter suas convicções sobre o futebol e a parte prática de suas invencionices.

Na sequencia um empate sem gols contra o Ceará em casa e novo empate, mas por 1 X 1 com vitória nos pênaltis no nordeste. As críticas já eram mais duras, pois o time tinha uma grande posse de bola, porém bastante estéril, ao passo que se expunha em demasia aos ataques dos adversários.

Na quarta fase o Furacão bate o São Paulo por 2 X 1 em casa e  segura um 2 X 2 no Morumbi, perdendo, antes da pausa para a Copa do Mundo por 1 X 2 em casa diante do Cruzeiro. Em paralelo a equipe de Diniz já colecionava 3 derrotas, 3 empates e somente 1 vitória na largada do Brasileiro, estando na vice lanterna da competição.

Na partida de volta das oitavas, já no pós Copa e com o então técnico interino Tiago Nunes no comando, um bom jogo, mas empate em 1 X 1 contra o Cruzeiro, eliminou a equipe atleticana da competição. Mais uma vez o rubro-negro caiu diante de um futuro campeão, uma sina que se repetiu diversas vezes na Copa do Brasil.

Classificação: oitavas de final

No Brasileirão, como já explanado, o Atlético começou muito mal. Além dos péssimos resultados a torcida via uma equipe enfraquecida, com excesso de toques inúteis, muito vulnerável na defesa além de ter que assistir situações inexplicáveis como o bom volante Bruno Guimarães improvisado de zagueiro, o meia esquerda e canhoteiro Raphael Veiga na ala direita ou preterir o habilidoso jovem lateral Renan Lodi a Thiago Carletto!

O time vivia de espasmos como a vitória por 3X 0 em casa contra o Newell´s Old Boys com grande atuação coletiva, para na sequencia levar de 3 X 1 do América em Minas sem ter visto a cor da bola!

Porém no Brasileiro a equipe chegou a ficar 5 partidas seguidas sem vitória, fincou o pé na zona de rebaixamento e ficou na lanterna antes da parada a Copa. O Presidente Petraglia afirmava que ficaria com Diniz mesmo se a equipe caísse.

Mas, pressionado pelo mau futebol e péssimos resultados, o Furacão demitiu Diniz e agora com Tiago Nunes, embalou, voltou e ter uma boa série invicta dentro da Baixada, em paralelo chegava nas fases agudas da Copa Sul Americana, teve um sprint final invejável e chegou no terço final da competição livre de qualquer ameaça, com 57 pontos e tendo feito 54 gols em 38 jogos, sendo o quarto melhor ataque da competição.

Classificação: 7º lugar

SUL AMERICANA

Pelo aperto no calendário em ano de Copa do Mundo, os torneios em 2018 foram correndo em paralelo. O Furacão fez uma partida perfeita em casa contra o Newell’s da Argentina vencendo por 3 X 0 e fora sustentou a pressão e se classificou mesmo perdendo por 2 X 1.

Na sequencia bateu o Penharol do Uruguai, tanto fora como em casa, sapecando inapeláveis 6 X 1 no placar agregado. Nas quartas e semi finais dois tricolores brasileiros no caminho: vitória fora, derrota em casa e triunfo nos penais diante do Bahia e dois passeios por 2 X 0 diante do Fluminense.

Eis que o torcedor, 13 anos depois do sonho em decidir uma Libertadores, vê mais uma vez o Atlético numa final continental. O adversário seria o Junior Barranquila que havia, assim como o rubro negro, despachado um rival local, no caso o Santa Fé da Colombia, com suas vitórias na semi final.

Na partida de ida apesar de toda a pressão, o Furacão sai na frente com Pablo após rápido contra ataque. Os colombianos pressionaram muito, fazendo do goleiro Santos o grande destaque da partida.

Pênalti para os colombianos com a bola explodindo com força fenomenal no travessão do arqueiro atleticano! Mas não teve jeito, o Barranquila empatou a partida, mostrou um futebol rápido e envolvente mostrando que o Atlético teria MUITO trabalho para conquistar a tão sonhada taça.

A noite de 12 de dezembro de 2018 está marcada nas mentes e corações de todo torcedor atleticano. Como uma ópera, teve alegria, choro de contentamento, teve drama, lamentação, choro de agonia, caos, mais choro, mais sorrisos, um ápice, a apoteose!

Athletico campeão da Sul-Americana 2018. Foto: Joka Madruga/Furacao.com

De novo Pablo, o iluminado, marca e Furacão sai na frente. De novo o time colombiano tem o domínio das ações e empata. Jogo tenso, nervoso. O adversário não se abala, é surdo diante da pressão da nação atleticana e joga a vontade.

Na prorrogação, pênalti incontestável para os visitantes e o craque, o camisa 10 Barrera isola. Premonição do que viria pela frente.

O novo empate em 1 X 1 e manutenção na prorrogação aponta decisão por pênaltis. Misto de alívio por ter conseguido postergar até o último momento a decisão com a inequívoca tensão que só uma final decidida assim provoca.

Mas superando todos os medos, traumas no tirambaço do capitão Thiago Heleno quebrou um muro naquele momento, cravando seu pé entre os grandes!

Ali começava uma nova era na história do Atlético.

Classificação: CAMPEÃO

PERSONAGENS E FATOS

Muda TUDO: na noite que antecedeu a grande final da Copa Sul Americana o Conselho Deliberativo do Atlético aceitou mudanças significativas no clube. De uma hora para outra o nome do clube mudou, de Clube Atlético Paranaense para Club Athletico Paranaense, modernizou seu escudo oficial e alterou radicalmente a disposição do rubro-negro do uniforme. O título da Sul Americana de 2018 foi o último com a camisa listrada em vertical.

Pablo: sempre contestado, tendo que ter jogado improvisado até mesmo de lateral, formado em casa, o agora mais rodado paranaense de Londrina, que chegou ao CT do Caju aos 13 anos de idade voltava para casa. Artilheiro do clube naquele ano, se destacou, foi vendido para o São Paulo por milhões de dólares, voltou sem custo ao clube e até os dias atuais segue fazendo seus gols, tendo entrado em março de 2024 na galeria dos 10 maiores artilheiros da história do clube!

Pablo foi artilheiro da Sul Americana. (Pablo -Sul-Americana 2018)


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