10 maio 2024 - 10h41

Oitenta vezes Sicupira

De bicicleta, de voleio, de sem pulo. Driblando pra cá, pra lá ao som da torcida. De direita, de esquerda  e de cabeça. De fora ou dentro da área.

Repetitivo seria falar das qualidades e habilidades do eterno “Craque da Camisa 8” em seus incríveis 157 gols com aquela que só se veste por amor.

Sicupira viveu uma época difícil, onde o maior rival além de melhor, contava com o famoso apito amigo quando necessário. Se disputavam Paranaense atrás de Paranaense para ver quem poderia bater o Coxa.

Ele venceu muitos clássicos. Ele também perdeu muitos. Mas sempre altivo, esse lapeano com coração atleticano, nunca desrespeitou seus rivais e por isso conta com o respeito deles também.

Homenagem ao Sicupira. Foto: FURACAO.COM/Joka Madruga

Um craque por vezes indomável. Um fora de série das Araucárias que jogou ao lado de Garrincha, Jairzinho e Gerson. Que jogou ao lado do craque Rivelino. Que mesmo com uma única taça levantada no Atlético (então sem H) se eternizou, justamente pela forma e conteúdo que o emblemático título de 70 representa em nossa história. Que por aqui foi infernal ao lado de Nilson Borges, Alfredo, Julio, do gigantesco Djalma Santos dentre outros.

Não escrevo aqui somente sobre os 157 momentos de alegria que Sicupira nos deu mas sim dos 80 motivos que temos para amá-lo. Oitenta anos que estão eternizados no coração e na memória de todo atleticano.

Obrigado e parabéns Sicupira. O número 8 que tanto marcou a sua, a nossa vida, também é símbolo do infinito, como nosso carinho e admiração. Desde novembro de 2021, sua passagem para o céu, venho cultivando um honesto bigode em sua homenagem. Você é eterno!

EFABULATIVO

Num CAP x CAF (Clube Atlético Paranaense x Clube Atlético Ferroviário), clássico na época, um zagueiro estava marcando forte e bem o craque atleticano. Provocação daqui, de lá, placar fechado e o tricolor sai na frente.

Naquela tarde no Couto Pereira, o beque rival estava levando a melhor sobre Sicupira, que, frustrado, bateu boca com o zagueiro e lhe deu uma cusparada. O defensor, sem pestanejar, aplicou uma cotovelada no Craque da Camisa 8.

Expulso o agressor e Sicupira, com a boca meio torta, ainda ajudou o Atlético empatar aquela partida com um homem a mais. O zagueiro chamado Juarez Villela é o meu pai.

Ambos se reencontraram dezenas de vezes nos anos seguintes, dando risada da situação, um dizendo que nem foi cuspe proposital, que salivou demais e acabou atingindo o adversário enquanto o outro dizia que a cotovelada nem foi forte, senão o outro não voltaria pro jogo.

Histórias da bola.



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