João Pedro Veiga Pimentel

Enquanto muitos Athleticanos idolatram jogador X ou Y (especialmente os gringos “raçudos”) que sequer tem título expressivo por aqui, eu prefiro desfrutar do bom futebol que a joia Argentina apresenta nos gramados.

Não é veloz, é verdade, mas vem em uma evolução até mais rápida se comparado a outros tantos que por aqui estão há mais tempo e que entregam menos. Apesar da oscilação, Zapelli constantemente compensa em qualidade, em visão de jogo e com seus dribles curtos.

Em poucos segundos, lembro de sua assistência magistral no empate em 2×2 contra o Inter, no Beira-Rio. Recentemente, pisando mais na área, marcou contra Bragantino, pelas oitavas da Copa do Brasil e contra o Vasco, no jogo da eliminação nas quartas. Em ambas ocasiões, atacou o espaço nas costas de Gonzalo Mastriani, marcando com um cabeceio.

Zapelli tem, na temporada de 2024, 14 participações diretas em gols, sendo elas nove assistências e cinco gols. Mas, de que adianta se “não corre”, “é sonolento” e “não tem raça”, né?

Esse é o tipo de comentário raso que você pode ouvir em qualquer um dos setores da Ligga Arena, que ignoram o desempenho do argentino na partida, independente do jogo.

Além de muito bom por si só, Zapelli já mostrou que um bom companheiro ao seu lado potencializa suas habilidades. Quando jogou junto com João Cruz no meio campo, o jogo do Athletico fluiu muito mais. A inteligência de ambos somada a qualidade que têm, dão um respiro ao torcedor que prefere apreciar um jogo técnico.

Recentemente, no jogo de volta contra o Vasco pelas quartas da CDB, me arrisco a dizer que fez seu melhor jogo com o manto rubro-negro, e sua saída ao ser substituído foi sentida por grande parte da torcida, no estádio ou fora dele. Indicando, talvez, uma mudança de opinião com relação ao camisa 10.

Se você, assim como a maioria, é um dos “haters” de Bruno Zapelli, te convido a assistir um jogo do Athletico com um olhar mais crítico. Deixando um pouco do passional, ou não, mas buscando apreciar um bom futebol. Você pode encontrar a qualidade que acha que falta em nosso elenco nele.

Sem Fernandinho, é o nosso principal armador e tem tudo pra ser o principal jogador nessa etapa delicada e conturbada da temporada.