23 out 2024 - 23h59

O tempo é o senhor da razão

A famosa frase dita e repetida inúmeras vezes pelo mandatário mor do Athletico, como que numa profecia, se torna realidade. Nada como o tempo para dar as coisas seu devido valor e as colocar em seu devido lugar.

Houve um tempo em que o Atlético tinha nada mais do que sua torcida, um estádio pequeno mas aconchegante e sonhos. Sonhos esses que nos levaram perder uma década jogando no maldito Pinheirão. Sonho em ser forte e muitas vezes campeão como o rival e quem sabe também colocar uma estrela dourada na camisa.

Atlético campeão paranaense 1988. (foto: ARQUIVO FURACAO.COM)

E nessa caminhada, lado a lado, por vezes até mesmo carregando o clube nas costas, estava seu povo, sua torcida, a razão de ser e de existir de qualquer clube de futebol. E após um domingo de Páscoa onde o rival transformou aquela tarde cinza, meio chuvosa num enorme pesadelo, o maior dos sonhadores resolveu assumir o clube e tentar mudar nossos rumos.

E mudou! Por mais crítico que seja, e sou com muito orgulho desde seu isolamento no poder em 2002, não se pode negar o crescimento do Furacão. A fase mais gloriosa, tanto de títulos relevantes como de crescimento estrutural e patrimonial está aí. Ao contrário deles, eu não quero mudar nem apagar a história: o que foi feito está feito!

Mas por alguma razão que honestamente NUNCA entendi, ele renegou o apoio, a força e a gênese da nossa torcida. Torcida que sempre esteve ao lado do clube e, como já disse, tendo carregado o clube nas costas por diversas vezes.

Negou não só a torcida, como nega nossa história, nega nossa camisa, nosso escudo, nos humilha com lançamentos cada vez piores e mais sem sentido de outros uniformes e por fim, nega o passado, pois para eles 2024 não é ano de festa, não é um centenário, porque para eles o clube só existe e partir de 1995.

O tempo é implacável e mostra que eles passam, os modismos passam, as invenções passam, dirigentes e jogadores são efêmeros, mas quem fica é o clube e seu torcedor. O Atlético (com ou sem H) e seu torcedor é que seguem firmes e fortes defendendo nossas cores em qualquer lugar que seja.

Janguito recebe torcida atleticana [foto: FURACAO.COM/Joka Madruga]
O tal projeto que nunca acaba, vai enfim terminando, mas de forma melancólica, guiado por telefone sob o véu da mediocridade de meros cumpridores de ordens que nada fazem em favor do clube, somente repetem frases feitas, são inúteis, sem voz nem vez diante de tantos e repetidos erros cometidos pelo seu senhor.

Um elenco fraquíssimo e sem alma, enquanto os cofres do clube seguem cheios são mais uma clara demonstração da total inversão de prioridades no Athletico: um clube eminentemente de futebol, que despreza, ignora e não entende de futebol. Um clube que transformou os negócios não mais num meio para sua finalidade que deveria ser o futebol, mas um fim em si mesmo, o negócio para fazer mais negócios e lucrar com eles.

O tempo realmente é o senhor da razão. E o tempo desse povo decididamente se encerrou. Que ao final desse pesadelo tenham um mínimo de hombridade, façam algo minimamente relevante para fazer esse timeco que montaram escapar do rebaixamento que se avizinha perigosamente e sumam do clube.

O Athletico não precisa de gente assim. Precisamos do nosso povo a todo momento e em qualquer tempo, porque ele é sim o senhor da razão.

 

Em tempo: ouçam o material espetacular do jornalista Filipe Andretta: SENHOR DA RAZÃO



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