Amigos, pode parecer perseguição da minha parte, mas garanto que não é. Os coxas vivem me recriminando pelo fato de eu falar mal do Coritiba, porém eu me defendo dizendo: o dia em que o Coritiba fizer algo de bom, eu paro de falar mal. No entanto esse dia não vai chegar nunca e, por isso mesmo, eu sento o pau nos verdes e me divirto muito fazendo isso.
Mas, amigos, dêem-me razão: essa eleição do Coritiba foi coisa de português (que me perdoe o meu bisavô português, Alberto Rodrigues Xavier; mas foi coisa de lusitano). Vejam só, analisem comigo, prezados amigos.
O time foi rebaixado no domingo. Na ocasião, o presidente era o tal Giovani Gionédis. Pois bem. No domingo, era um tal de coxa-branca chorando, arrancando os cabelos, querendo morrer, virar purpurina, enfim, toda essa gritaria que nós acompanhamos pela mídia (aliás, eu gravei tudo em VHS e dentro em breve passarei para DVD).
Já na segunda (segunda-feira, esteja claro), quis o destino que houvesse eleições para presidente lá pelas bandas do Pinga-Mijo, certo? Certo! E eis que surgiu um candidato de oposição chamado Tico Fontoura (Tico? Pelamordedeus…) e um candidato a vice-presidente chamado Ricardo Gomide (é um bonequinho que já foi de tudo: deputado, cara-pintada, presidente da Paraná Esportes, comunista de freqüentar Mc Donald´s e agora resolveu brincar de homem-da-bola, tá certo, sei…).
Pois eu ia dizendo que o tal Gionédis, presidente rebaixado do Coritiba, ia enfrentar um bate-chapa com o Tico Fontoura e com o vice à moda Che Guevara de Palm Beach, esse era o quadro sucessório no clube verde, recém rebaixado para a série B.
O que era normal se esperar? Ora, senhores, o normal era que o Gionédis perdesse e perdesse de muito (era de se esperar que ele tivesse apenas um voto o próprio sendo que os votos restantes seriam destinados ao tal Tico e ao seu amigo vermelhinho de butique). Essa era a lógica, certo? Errado! O Gionédis ganhou a eleição, recebeu mais um mandato e agora vai dirigir o Coritiba por mais um período de não sei quantos anos.
Ou seja, o tal Coritiba, time de origem alemã, fez coisa de português. Porque parece piada de lusitano! Imaginem só: o cara rebaixa o time, daí tem uma eleição com bate-chapa, os conselheiros se reúnem, votam, e no final mantêm o presidente rebaixado! Isso é coisa de português! Só pode ser, ora pois! Uma coisa bestial!
Doravante, sugiro que o Coritiba Football Club mude de nome para Coritiba da Gama Futebol e Fiascos. Ou, aproveitando a maré de trapalhadas e a disputa da série B, troque de nome para Coritiba Náutico de Futebol e Naufrágios (o fato de a cidade de Curitiba não ter mar nem há de ser impeditivo), afinal, para quem reelege um presidente rebaixado, tudo que vier é lucro, tudo é possível (e Náutico soa bem com a série B).
E diante dessa nova realidade, deixo aqui algumas anedotas que poderiam muito bem ter sido protagonizadas pelos atrapalhados dirigentes do Coritiba da Gama (ou Coritiba Náutico, se preferirem). Vamos à primeira piada (enquanto eles vão para a segunda, como já sabemos)!
O Gionédis entra para a Aeronáutica, na divisão de pára-quedismo. Recebe a primeira aula prática:
– Estamos a dois mil metros de altura. Seu equipamento foi todo checado. O senhor saltará por aquela porta. Ao puxar a primeira cordinha, o pára-quedas se abrirá. Se isso não acontecer, o que é pouco provável, puxe a segunda (cordinha, não segunda divisão). Se ainda assim o pára-quedas não se abrir, o que é improbabilíssimo, puxe a terceira (cordinha) e ele se abrirá. Lá embaixo, haverá um jipe a sua espera, para levá-lo de volta ao quartel.
O Gionédis salta. Puxa a primeira cordinha e o pára-quedas não se abre, puxa a segunda, nada. Puxa a terceira e nem assim o equipamento funciona. Ele começa a ficar preocupado e exclama:
– Ai, Jesus! Agora só falta o jipe não estar lá embaixo!
Não gostaram muito da primeira piada? Mando a segunda (é até maldade falar de segunda e de Coritiba num mesmo texto, mas vamos lá).
O amigo chega e convida o Tico Fontoura:
– Ó, Tico, estou a lhe convidaire para a festa de quinze anos de minha filha.
– Ai, mas que beleza, ó Jacob Mehl, fique tranqüilo que eu irei. Mas ficarei no máximo uns dois anos, pois quinze anos eu não posso ficaire.
O quê? Não gostaram dessa também? Tudo bem, eu mando a terceira, se bem que com um ano de antecedência, pois terceira e Coritiba só em 2007. Vamos lá, de novo.
Tinha um primo do Gionédis que há muitos anos sofria de um mal singular: era só tomar um gole de café e já sentia uma forte pontada no olho esquerdo. Não havia remédio que o curasse. E olha que ele adorava café.
Até que um dia, um médico, amigo da família, o aconselhou:
– Ó, Evangelino, por que não experimentas tirar a colherinha de dentro da xícara antes de tomar o café?
Ah, não! Ainda não deram risada? Pois eu vou apelar!
Segunda-feira, dia 5 de dezembro de 2005, um dia após o rebaixamento, estavam dois amigos coxas-brancas conversando no balcão de um café ali na Boca Maldita. Lá pelas tantas, um virou para o outro e se lamentou:
– Ai que loucura, como eu estou sofrendo! Não esperava esse rebaixamento do verdão, mulher!
O outro, visivelmente emocionado, enxugou a maquiagem com a ponta do lenço, limpou um restinho de café do canto da boca (com o mesmo lenço, coisa de gente porca) e respondeu, incisivamente:
– Pára, sua boba! Parece que não conhece o verdão! A gente caiu pra 2006, mas em 2007 nós estamos de volta à primeira divisão!
Essa foi boa, né? Coritiba na primeira divisão em 2007? Pode? Só rindo mesmo! Só rindo…
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