O jogo do Atlético contra o Santa Cruz, pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro, ficou marcado por um protesto da Torcida Os Fanáticos contra o presidente do conselho deliberativo Mário Celso Petraglia. A maior torcida organizada do clube, que geralmente é quem puxa as músicas e movimenta a festa na Baixada, se negou a cantar por boa parte da partida e ergueu uma faixa em um protesto direto contra o dirigente, que, junto com a diretoria, puniu a organizada há cerca de dois meses.
Até os primeiros minutos de jogo, Os Fanáticos permaneceram em silêncio, junto com o resto da torcida atleticana. Só era possível ouvir um pequeno grupo de crianças, atletas das escolinhas de futebol do Atlético, que puxaram algumas músicas e foram aplaudidas por todos no estádio.
Aos 10 minutos de jogo, a torcida organizada se manifestou pela primeira vez. Os membros puxaram uma faixa preta, com escritas em branco que dizia: MCP (Mário Celso Petraglia) você não é homem de palavra. A faixa foi retirada pelos seguranças e a torcida em seguida reclamou cantando Abaixo à repressão. Durante todo o jogo, a torcida intercalou momentos de incentivo com de silêncio.
Entenda o caso
Os protestos aconteceram por causa de uma divergência entre a organizada e a diretoria do Atlético, que começou ainda em abril deste ano. Em uma partida que estava no banco de reservas, o atacante Walter discutiu com torcedores e mostrou o dedo do meio. A Fanáticos respondeu com um vídeo, xingando e ameaçando o jogador. Desde então, a diretoria proibiu a entrada de materiais e adereços típicos da organizada.
A Fanáticos iniciou os protestos contra o clube no dia 12 de abril, na partida contra o Brasil de Pelotas, na abertura da Copa do Brasil e valia por tempo indeterminado. Desde então, a diretoria colocou cadeiras no setor da organizada, retirou e retomou o diálogo com a Os Fanáticos, mas não cedeu em relação aos materiais e adereços típicos da torcida.