Uma vitória gigantesca
O Athletico, na noite de ontem (04), conquistou a vaga na finalíssima da Copa do Brasil ao vencer o Grêmio nos pênaltis, após devolver o placar de 2×0 sofrido no jogo de ida em Porto Alegre.
Por si só, essa vitória já se apresenta muito grande, por desbancar um favoritismo enorme, além de acabar com a expectativa de uma final gaúcha com um dos maiores clássicos do país. Intruso, o Athletico proporcionou o imponderável.
Quando alguns números* são revisitados, porém, o tamanho da vitória atleticana aumenta, demonstrando que o tamanho da conquista vai além da importantíssima e tão almejada vaga numa final tão valiosa, nem um ano depois da conquista de um dos maiores títulos da história do clube.
Pra início de conversa, a vantagem atleticana nos confrontos com o Grêmio da Arena da Baixada (19 jogos, com 7 vitórias atleticanas, 7 empates e 5 vitórias gremistas) não se refletiam na Copa do Brasil até a noite de ontem: em 2016 e 2017, a vitória foi gaúcha, por 1–0 e 3–2, respectivamente.
Segundo maior vencedor da Copa do Brasil (com 5 títulos, atrás apenas do Cruzeiro, com 6), o Grêmio somava, até ontem, 13 semifinais disputadas, com 8 classificações para a final.
Tamanha tradição no torneio, ainda, trazia outra dificuldade para o Furacão: o Grêmio jamais foi desclassificado da competição após vencer por dois gols de vantagem no jogo de ida.
Em 2019, o tricolor gaúcho somava 15 jogos nos principais torneios “mata-mata” (Libertadores e Copa do Brasil), mas em nenhum deles havia sofrido mais do que um gol, demonstrando grande solidez defensiva que fez valer sua fama de copeiro. Pelo menos até a noite de ontem.
Não é a toa que apenas o imponderável garantiria a classificação atleticana. Assim, até mesmo um jejum de gols do artilheiro rubro-negro foi quebrado: Marco Ruben já estava há 12 jogos (quase três meses) sem balançar as redes, mas marcou o gol que levou a disputa para os pênaltis. Novamente ele, carrasco gremista na Libertadores de 2016, quando marcou três gols nos dois confrontos das oitavas de final daquele ano, eliminando o time gaúcho.
Pra fechar, vale dizer que a vitória salienta o bom retrospecto rubro-negro contra os quatro semifinalistas da Copa Libertadores da América: River Plate e Boca Juniors, embora tenham superado o Athletico nos desafios que travaram, não o fizeram sem sucumbir na Arena da Baixada. Já Flamengo e Grêmio foram eliminados pelo Furacão na Copa do Brasil, ambos perdendo nos pênaltis.
No futebol, claro, números são apenas números. Nada supera as emoções dessa (nova) grande conquista rubro-negra. Mas, às vezes, alguns dados ilustram a grandeza de alguns feitos que, definitivamente, entram para a história do clube.
* Os dados são da Footure, da Gazeta do Povo, e do Paraná Portal.