9 set 2021 - 10h52

PlaneJUMENTO

Antes de tudo, dar os devidos créditos ao @fabiangarrett93 que cunhou tal termo no Twitter sendo de uma felicidade incrível pois ilustra perfeitamente aquilo que o Athletico, que se vende como clube vanguardista, do futuro, um oásis de organização e planejamento no futebol brasileiro faz na realidade

PlaneJUMENTO.

Ele consiste em você saber de antemão um problema e fazer de conta que ele não existe. Vamos aos fatos?

Desde o mágico setembro de 2019 (exatos dois anos) o mundo sabia que Tiago Nunes não ficaria e que Marco Ruben iria embora. O que fez o clube? Pela bilhonésima vez apostou tanto no comando técnico com o imaturo e ainda despreparado Eduardo Barros quanto no comando do ataque para começar aquele 2020 que parecia tão próspero.

Somente em outubro de 2020, ou seja, pouco mais de um ano depois é que foram buscar a “solução” que atende por Renato Kayzer, uma tiriça que nem de longe vale o que foi pago, mas ajudou tapar o buraco e evitar uma queda que naquela altura dos acontecimentos era algo muito possível de acontecer.

Como o clube historicamente perde um troféu, mas não perde um negócio, foram embora Robson Bambu, Léo Peneira e o excepcional Bruno Guimarães. Há propostas que não se tem como recusar, mas ou o clube repõe minimamente à altura (e não sempre trazendo aposta, promessa, jogador em litígio, encostado ou fim de contrato), ou se banca permanência para voos ainda mais altos.

Então assistimos o clube demorar para acertar com treinador, porque existe um combo para treinar aqui: i) ganhar bem menos que média de 1ª divisão brasileira; ii) não pedir reforços, aceitar o que tem, iii) aceitar ingerência de DIF, fisiologia e mesmo da direção no seu trabalho; iv) não trazer sua comissão técnica.

Não à toa tanta gente foi sondada, até esteve aqui, olhou, conversou, mas não aceitou. Dorival Jr., que reputo ser bom treinador, mas está há anos em baixa e não tem absolutamente nada a ver com o tal “Jogo CAP” chegou e evidentemente não deu certo. Se apostou em Eduardo Barros e novo fracasso até chegar a fórmula já requentada de deixar Paulo Autuori trabalhar do seu jeito.

E escapamos com louvor.

O que se viu no planeJUMENTO 2021? Os mesmíssimos erros. Demora na contratação de reforços, gastos absurdos com jogadores nada mais que medianos, mas somente de olho em venda futura e não em rendimento efetivo e presente e uma enrolação para o comando técnico até inventarem novamente um desconhecido, barato e que engole tudo: o estagiário português Antonio Oliveira.

Sobre esse verdadeiro fetiche da direção atleticana em atirar no escuro pro comando técnico escrevi em meados de maio a obviedade de que mais essa aventura não daria certo. E hoje pagamos o preço da cegueira e teimosia da direção atleticana.

Se poupa num torneio, para se poupar no outro não dando conjunto, nem confiança nem nada ao time. Somos um vazio de ideias. Mesmo nas já distantes vitórias jogamos em geral mal, um futebol lento, burocrático, preguiçoso. Um time que após encontrar um gol se retrai quase que covardemente, trazendo não o Galo, Palmeiras, os bons Fortaleza e Red Bull pra dentro do nosso campo, mas mesmo os singelos times do Cuiabá, Chapecoense e Sport Recife.

Somos previsíveis, monótonos e lentos e em pouco tempo QUALQUER adversário nos neutraliza, nos lê e ataca nossos inúmeros pontos fracos com relativa facilidade.

Não acho que elenco seja tão ruim para ter tamanha pobreza e indulgência técnica em campo. Carlos Eduardo não é nem nunca foi craque, Marcinho é inconstante demais, Pedro Henrique teima em falhar todo jogo, mas seu reserva imediato idem, assim como Kayzer e bola não foram feitos um pro outro. Mas todos já jogaram melhor aqui mesmo no Athletico, mas quando tínhamos um mínimo de organização e empenho em campo.

O planeJUMENTO ainda nos brindou com somente 3 apostas na janela internacional: um que não joga bem desde 2017 e estava no time B do futebol russo, um zagueiro/lateral que não jogava há meses e uma revelação do São Paulo que estava alternando titularidade e banco do 17º colocado do campeonato chileno. Ou, seja e de novo, só apostas, tanto que NENHUM deles chegou apto a chegar e já estrear.

Em síntese, ainda dá pra salvar a temporada. O torcedor só pede que direção acorde e faça o simples, o óbvio. Sem treinador não vamos a lugar algum e o atual já se mostrou completamente inapto para encontrar as soluções dos inúmeros e repetitivos problemas do time em campo.

Ainda que o óbvio nunca esteja no planeJUMENTO da direção atleticana.



Últimas Notícias