Jogo dos sete (centos) erros
Elencar as falhas inequívocas do Athletico, dentro e principalmente fora de campo nesta temporada é tarefa fácil. Difícil mesmo é selecioná-las para o texto não ser tão longo e ainda mais complicado é tentar entender os porquês de tamanha teimosia em fórmulas como já provadas uma dúzia de vezes que não deram certo. A começar pela….
INVENÇÃO NO COMANDO TÉCNICO
Sem ser repetitivo, mas não tem como não sê-lo. Essa insistência no fracasso em se criar uma “escolinha de treinadores” é um amplo, total e irrestrito fracasso.
A lista é extensa e basta perguntar: como foi a carreira e onde estão as invenções da diretoria atleticana ao longo do tempo? Quem deu certo? Quem alavancou a carreira?
Poderia tentar atenuar as críticas ao fraquíssimo estagiário Wesley Carvalho, mas sua arrogância e absoluta falta de capacidade de comando não me permitem pegar leve, ainda que ele também seja vítima dessa sistema viciado e equivocado do clube que não se organiza, não se programa, parece ter somente um ….
PLANEJUMENTO
E que este ano ficou escancaradamente claro ao torcedor: não se planeja NADA, ao menos no futebol tudo parece ser feito no mais absoluto improviso, estilo “vida loca”, um dia de cada vez e que seja o Deus quiser.
Aposentar Felipão com placa comemorativa e volta olímpica em novembro de 2022 e o colocando como diretor técnico, o tal “técnico dos técnicos” parecia uma ideia genial, ainda que imensa maioria tenha sido contra a efetivação do fraco Paulo Turra no comando.
Daí, para dar um pouco de estofo ao seu pupilo, o Athletico colocou o time principal em praticamente todo o estadual, desgastando em demasia o elenco que hoje vive cansado.
A quantidade de lesões é assustadora, ainda que se pondere que quase todos os times da série A também joguem seus estaduais e a maioria tenha ido mais longe que o rubro-negro nas Copas, escancarando que existe sim um enorme problema também nos…
DEPARTAMENTOS MÉDICO E ANÁLISE
Do clube, pois não existe menor comparativo com os demais clubes. Uma coisa é pancada, fratura, outra e BEM diferente são lesões musculares em profusão e ainda uma extrema demora na recuperação dos atletas.
O time que se vangloria tanto da infraestrutura construída e até mesmo admite que investe mais nisso do que em jogadores prontos anda falhando muito fora de campo também. Até mesmo porque nosso departamento de análise ficou dormindo, pois eram claras nossas deficiências no final do ano passado, quando o CEO de negócios Alexandre Mattos deixou claro que “o maior reforço seria manter aquele elenco”, algo que evidentemente se desmente com os fatos pois era cristalina a necessidade de ….
CONTRATAÇÕES
Pontuais, especificamente na zaga, meias de criação e no ataque. Ter permanecido com Pedro Henrique, resgatar Zé Ivaldo, somente porque tinha feito uma boa segundona pelo Cruzeiro (há jogadores como ele, o atacante Leo Gamalho que são sim jogadores nível B), permanecer com o instável Matheus Felipe e não ter se preocupado para a transição da inevitável aposentadoria do capitão Thiago Heleno são sintomas claros da falta de conexão do discurso da direção com a dura realidade dos fatos.
Isso para falar somente da defesa!
Foto: José Tramontin/athletico.com.br
Mesmo na janela do meio do ano a busca de reforços foi extremamente tímida, já tínhamos problemas claros no primeiro semestre e fomos sem apetite ao mercado, trazendo ainda jogadores extremamente fora de forma e vários sem ritmo de jogo algum.
A isso, soma-se a falta de cobrança interna, pois não se pode tão bovinamente aceitar as precoces ….
ELIMINAÇÕES EM CASA
Nas Copas este ano, quando deixamos escapar classificações para o Flamengo mais batível dos últimos quatro anos e perdemos para um Azuris boliviano, ambos os jogos dentro da Baixada. Contra o Flamengo e falta de apetite de vencer e o conformismo com uma derrota simples no Maracanã custou caro, pois até não jogamos mal em casa, dominamos os cariocas, mas um gol contra acabou com nossas chances.
A eliminação para o primário time boliviano, quando já estávamos um mês fora da Copa do Brasil foi bizarra. O time mal comandado pelo estagiário inventou na escalação na Bolívia (Thiago Andrade), estreou jogador (Kaique) e foi num sistema suicida de tentar sair na velocidade de contra ataque na altitude!!!!!
Em casa faltou Punch, faltou energia e ir para o vale tudo, se poupando desde os 30’ do segundo tempo, economizando nas substituições e contando com os penais, onde fomos merecidamente eliminados porque todo castigo é pouco quando se prima pela
TEIMOSIA
Em ser reincidente contumaz nos mesmos erros! Esse texto é uma breve síntese mostrando que Athletico não fez e segue fazendo campanhas decepcionantes em 2023 à toa, é quase que um “plano” ter um ano pré-Centenário assim tão apagado.
Aliás, se neste ano que prometia tanto o clube foi extremamente cauteloso e conservador, devendo inclusive retirar daquele logotipo que chamam de escudo do clube o tal vento da ambição, imaginem para um ano em que teremos menos receitas e que própria direção já deixou claro que será tratado como um ano qualquer!
Em realidade o Athletico sempre foi mais ou menos isso aí, salvo um ou outro período de
EXCEÇÃO
Como foram o biênio 2004/05, um lapso de campanhas ruins com somente um estadual conquistado, lutas contra rebaixamento no Brasileirão até finalmente conseguir cair em 2012, eliminações das mais bizarras possíveis na Copa do Brasil até o vice dele em 2013 e 3º lugar no Brasileiro.
Mais um lapso de tempo até vencer a Sula 2018, Copa do Brasil 2019, enfileirar um tri estadual, vice da Copa do Brasil e nova conquista da Sula em 2021. Uma jornada de superação ano passado com um Brasileirão digno que nos colocou na maior competição das Américas este ano, onde fomos vice em 2022.
O que nos espera para o próximo ano? Um ano excepcional de conquistas ou ao menos chegar perto de conquista-las (e não coincidentemente com treinadores já rodados e experimentados) ou a repetição dos erros a começar pelo primeiro dessa lista, ficando o Athletico num looping infinito?