CENTENÁRIO: 2006 – o ano do futebol

Acredite, o alemão campeão do mundo Lothar Matthäus trabalhou no Furacão! [foto: arquivo]

Sem título em 2004 e “só” vencendo o estadual em 2005, mas com um vice Brasileiro naquele ano e um da América neste, a expectativa para o ano de 2006 era alta no Atlético. Até porque os discursos entre o fim de 2005 e o início do novo ano eram extremamente ambiciosos. Vejamos:

 “Pela primeira vez, no décimo primeiro ano do nosso trabalho, sairemos com o time pronto, organizado, com grupo definido, com todas as posições cobertas, em nível de primeiro grupo de qualquer time brasileiro“.
Mario Celso Petraglia, entrevista à Agência Placar em 27/12/2005, comentando o planejamento para a equipe em 2006.

“Quando me referi no discurso ao ‘time-pronto’, é porque o grupo foi formado em 2005. Agora, toda a programação para 2006 e 2007 sairá através das decisões do conselho.”
Mario Celso Petraglia, eleições do Atlético em 16/12/2005.

“Nós temos sempre muitas expectativas no futebol, que os anos melhorem. Em 2006, tudo indica que será maravilhoso, ainda mais porque este ano foi muito bom, especialmente porque posteriormente vamos investir no patrimônio. Uma vez recuperada a posse do terreno, nós estenderemos a Kyocera Arena e concluiremos a fase dois, a parte que lhe é anexa, além das benfeitorias necessárias, abrigando 40 mil atleticanos, testemunhando e dividindo a responsabilidade de levar o Atlético a todo o mundo internacional do futebol.”
João Augusto Fleury da Rocha, eleições do Atlético em 16/12/2005, apostando em uma grande temporada.

Pedro Oldoni fez 3 gols numa só partida no Maracanã [foto: Giuliano Gomes]
Porém houve um verdadeiro desmanche no time do ano anterior e as reposições foram MUITO inferiores ao time que estava por aqui. O clube começou o ano demorando para apresentar o novo treinador mas quando o fez, fê-lo com toda pompa e circunstância: nada mais, nada menos do que o alemão campeão mundial Lothar Matthäus chegava para comandar um time sem o goleiro Diego e agora com Cléber “Mexerica”, com as subidas de Rhodolfo, Chico e Alex Fraga, com a efetivação de Alan Bahia e Evandro, sem a liderança de Marcão e Cocito, mas com o zagueiro João Leonardo e o volante Erandir em seus lugares e a vinda de um colombiano bom de bola chamado Ferreira e o resgate para os últimos anos de profissional de Paulo Rink.

Com o treinador alemão a campanha foi até boa, uma invencibilidade com 6 vitórias e 2 empates e uma relação de tapas e beijos com a imprensa. Do “nada”, Matthäus fugiu da cidade, do país, alegou problemas pessoais e nunca mais voltou.

O time desandou completamente nas mãos do novato interino Vinicius Eutropio (olha como a história se repete infinitamente no Athletico) que em poucas semanas foi eliminado do estadual em casa pela Adap Galo e da Copa do Brasil, também na Baixada pelo poderoso Volta Redonda!

SEGUNDO SEMESTRE

Pra variar o rubro-negro começava mal o nacional, perdendo em casa para o Fluminense por 2 X 1. A equipe foi inconstante, chegando a flertar várias rodadas na zona de rebaixamento e acabou fazendo uma campanha medíocre, na acepção da palavra terminando em 13º lugar com mais derrotas do que vitórias (16 x 13) somente 4 pontos acima do 16º colocado com 44 pontos que foi o Palmeiras.

Das poucas boas lembranças no Brasileirão ficou a goleada por 4 X 0 diante do Botafogo no Maracanã com 3 gols do garoto Pedro Oldoni. O colombiano Ferreira chegou e logo se destacou pela voluntariedade num time que só se acertou no ano após a volta do treinador Osvaldo Alvarez, o Vadão, que com sua calma e tranquilidade conseguiu ajustar as peças de um time nada mais que mediano.

Ferreira em ação pelo rubro-negro [foto: Giuliano Gomes]
Em 2006 o Furacão, que já havia disputado a Libertadores da América nos anos de 2000, 2002 e 2005, debutava na Copa Sul-Americana. O torneio antes era totalmente eliminatório e o Atlético foi pouco a pouco passando: eliminou o Paraná Clube vencendo por 3 X 1 em casa e perdendo de 1 X 0 na volta, nas oitavas de final venceu o poderoso River Plate no Monumental de Nuñez por 1 X 0 e empatou em casa por 2 X 2 e nas quartas bateu o Nacional do Uruguai com duas vitórias, 2 X 1 em Montevideu e 4 X 1 numa Baixada enlouquecida.

Já nas semi finais foram duas derrotas para o Pachuca do México, mas mostrando que o time havia pegado gosto e começava a criar uma “casca” em torneios internacionais.

 

PERSONAGENS  E FATOS

Lothar Matthäus (treinador) = indissociável falar de 2006 e não lembrar das aventuras do treinador alemão na terra dos pinheirais. Melhor explicação possível você confere aqui

Muro caindo = depois de anos de discussões, negociações e muito desgaste, o Atlético e o Colégio Expoente entraram num acordo, o clube conseguiu a liberação na Prefeitura para que a escola pudesse ser reaberta em novo prédio com modificação na área de zoneamento e o plano de “fechar” a Baixada, então chamada jocosamente pelos adversários de “meio estádio” começava a funcionar.