Análise do jogo: Muitas modificações para poucos gols

Atlético e Internacional realizam ontem um duelo digno de quarta de final de uma Copa do Brasil, pois ambas as equipes iniciaram a partida com intuito de surpreender o adversário. Diferentemente do que os dois times têm mostrado no Brasileirão, o Internacional iniciou o jogo no 4-3-1-2 – o Colorado normalmente joga no 4-2-2-2, e o Furacão começou no seu tradicional 4-3-1-2. Mas, assim como seu adversário, o Atlético realizou uma alteração tática: o meio-campo atleticano continuou a se defender em losango, mas atacou com Éverton sempre abrindo pela esquerda – diferentemente do que nas partidas anteriores que o meia ora centralizava, ora abria pela esquerda.

Atlético no 4-3-1-2 e Internacional alterando o esquema tático do 4-2-2-2 para o 4-3-1-2 [arte: Caio Gondo]

Porém, como o Furacão está há mais tempo jogando no esquema tático inicial, é ele quem tomou as primeiras iniciativas do jogo. Do primeiro até o sétimo minuto do primeiro tempo praticamente só os comandados de Vagner Mancini ficaram com a posse da bola e, ainda, em campo ofensivo. Além disso, o Furacão do começo do jogo também apresentou pressão na saída de bola, intensidade ofensiva, compactando o time em campo ofensivo, e realizando rápida transição e cobertura defensiva. Estas modificações táticas resultaram no gol de Paulo Baier, aos cinco minutos.

Depois da pressão, o Atlético passou a se posicionar da maneira como está acostumado: com início da marcação na intermediária ofensiva, compactando o time entre as duas intermediárias, com Marcelo acompanhando um dos laterais adversários, com intensidade defensiva, rápida transição defensiva e utilização constante de contra-ataques.

Depois do sétimo minuto da primeira etapa, o Internacional passou a ter a posse de bola (o time iria terminar a partida com 62,72%), pois começou a achar Jorge Henrique, que entrava no espaço vazio central que D’Alessandro deixava ao subir pela diagonal direita, e Diego Forlan que se movimentava para ambos os lados do ataque colorado. Porém, até o fim do primeiro tempo, o time gaúcho não conseguiu criar oportunidades claras de gol e sofreu alguns contra-ataques rubro-negros.

No intervalo, Dunga colocou o meia Otávio e o atacante Scocco nos lugares do volante Josimar e do atacante Leandro Damião. Com isso, o time gaúcho passou a jogar no 4-2-3-1. Já Vagner Mancini passou a postar o seu time defensivamente com duas linhas de 4, deixando Paulo Baier e Éderson sem funções defensivas.

Atlético se defendendo com duas linhas de 4 e o Internacional no 4-2-3-1 [arte: Caio Gondo]

Mesmo o Internacional no 4-2-3-1, a movimentação sem bola de D’Alessandro continuava a criar problemas para o Atlético, já que o meia argentino continuava a se deslocar para a diagonal direita, mas no espaço que ele abria agora apareciam Scocco e Jorge Henrique.

Deivid deslocado pelo D’Alessandro, e com João Paulo e Léo tendo que fazer a marcação à frente da zaga [arte: Caio Gondo]

Da mesma maneira que as movimentações ofensivas coloradas funcionaram, o Internacional criou mais finalizações no gol de Weverton do que no primeiro tempo (foram nove arremates na primeira etapa e 12 na segunda). Mas vale lembrar que D’Alessandro só conseguiu criar espaços através de sua movimentação sem bola, pois com a bola, Deivid não deixou espaços para o meia argentino.

Entretanto, com a entrada do veloz meia Caio no lugar do já cansado Diego Forlan, aos 23, e a expulsão de João Paulo, aos 39, o Internacional conseguiu fazer o seu gol de empate, aos 44 do segundo tempo. De pouco adiantaram as entradas de Dellatorre, Fran Mérida e Marcelo Palau, pois pouco modificaram o cenário da partida.

Cenário da partida com a expulsão de João Paulo [arte: Caio Gondo]

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