15 jun 2021 - 8h32

Qual é o melhor time do Athletico de todos os tempos?

Apontar qual é o melhor time do Athletico de todos os tempos não é tarefa fácil. Estamos falando de um clube com 97 anos de história, que contou com muitas equipes espetaculares, que encantaram a torcida, conquistaram títulos e jamais serão esquecidas.

Em 2004, a Furacao.com promoveu a eleição da Seleção dos 80 Anos do Athletico. O time escolhido foi: Caju; Djalma Santos, Zanetti, Alfredo e Julio; Kleberson, Assis e Sicupira; Alex Mineiro, Jackson e Cireno. Técnico: Geninho. Dirigente: Mario Celso Petraglia. Mas lá a discussão era dos melhores em cada posição. Agora, o que queremos saber é: qual a equipe que numa temporada foi a melhor de todas?

A dificuldade de uma resposta consensual não impede a discussão. O primeiro ponto é decidir como comparar equipes que atuaram em épocas tão distintas. Como é possível dizer que o Furacão de 49 jogou mais ou menos que o time campeão da Copa Sul-Americana de 2018, considerando contextos futebolísticos tão distintos?

Por isso, é importante estabelecer os critérios para a escolha. Vale considerar a qualidade individual dos atletas? Qual o peso das conquistas e dos títulos? Uma equipe extremamente ofensiva deve ser mais bem avaliada dos que uma equipe competente em se defender?

Essas e outras questões foram debatidas em um episódio do podcast ouve meus querido! A discussão pode ser conferida no vídeo a seguir:

Mesmo considerando esses critérios, é inegável que há um fator subjetivo em uma escolha como essa. Fatores pessoais podem influenciar a decisão do torcedor, que por natureza tem uma relação emocional diferente com cada time. Para esse torcedor, uma determinada equipe pode ter deixado lembranças melhores do que a outros atleticanos.

Para ajudar você a escolher (e votar na enquete da Furacao.com), selecionamos algumas das maiores equipes da história do Furacão:

1949

O time que deu origem ao apelido do clube. Esse é um fator que por si só coloca o Furacão de 49 em um patamar especial. O Athletico era um clube jovem, com oito títulos paranaenses. Mas a equipe de 49 foi além: varreu seus adversários, goleou em vários jogos e estabeleceu uma marca de 11 vitórias em 11 jogos, suficientes para conquistar a taça – só perdeu quando podia, no último jogo (12 jogos, 11 vitórias, 1 derrota, 49 gols pró, 19 gols contra). O Furacão contava com craques como Jackson e Cireno, o artilheiro Neno e o capitão Nilo Biazzetto.

O Furacão de 49, o time que deu origem ao nome [foto: GPP]
O time: Laio; Nilo e Waldomiro; Waldir, Wilson e Sanguinetti; Viana, Rui, Neno, Jackson e Cireno. Técnico: Motorzinho.

“A mitologia se converte em realidade no sonho do torcedor apaixonado. Tudo o que representou o Furacão de 49, tendo por ápice dar-nos o apelido pelo qual somos conhecidos através dos tempos me faz eleger aquele o maior Atlético da história”, afirma Juarez Villela Filho, editor da Furacao.com.

1970

Uma equipe histórica, que encerrou um jejum de 12 anos sem conquista e consagrou Sicupira, o maior artilheiro da história rubro-negra. A equipe foi campeã do Paranaense de 1970 com 18 vitórias em 36 jogos e apenas 8 derrotas, com 61 gols marcados e 37 sofridos. Esse time foi tão marcante que quatro desses jogadores entraram na Seleção dos 80 anos (Djalma, Julio, Alfredo e Sicupira) e outro é inegavelmente um ídolo (Nílson Borges).

A equipe que conquistou o Título da Raça em 1970 [foto: arquivo]
O time: Vanderlei; Djalma Santos, Zico, Alfredo e Júlio; Reinaldo e Toninho; Liminha, Sicupira, Nelsinho e Nílson. Técnico: Alfredo Ramos.

“Eu sou muito defensor do legado que o paranaense de 70 deixou pro CAP, como esse time de 68 foi montado e quem estava nele. Desde Djalma Santos até Alfredo Gottardi, Sicupira e Nilson Borges. Acho um dos times mais ricos de história e ídolos da nossa história”, opina Adeh, do podcast Ouve meus querido!.

1983

Talvez tenha sido o primeiro time do Athletico com grande destaque nacional, ainda que antes tenham existido boas campanhas no Robertão. Mas o time de 83 foi bicampeão paranaense (42 jogos, 20 vitórias, 8 empates e 14 derrotas, 49 gols pró e 39 gols contra) e semifinalista do Campeonato Brasileiro (24 jogos, 11 vitórias, 6 empates e 7 derrotas; 32 gols pró e 28 gols contra). Entre os grandes feitos estão a eliminação do São Paulo com duas vitórias e a histórica vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo de Zico, no jogo de maior público do Couto Pereira. A dupla Washington e Assis encantou uma geração, Roberto virou o Mão-de-Anjo e Nivaldo orgulhou os atleticanos por quase uma década vestindo a camisa rubro-negra.

Washington formou uma dupla histórica com Assis [foto: arquivo]
O time: Roberto; Sóter, Jair Gonçalves, Flávio e Sérgio Moura; Déti, Assis e Nivaldo; Capitão, Washington e Abel. Técnico: Hélio Alves.

“Era um grande time, com uma base forte e o melhor goleiro do país na época: Roberto Costa. Fizemos história com Washington, Assis e Capitão. Naquele ano, fomos bicampeões do Estado, batendo Colorado em 82 e coroando o bicampeonato em 83. No mesmo ano, Flamengo ganhou no Maracanã por 3 x 0 e o mesmo placar nos levaria a decisão. Metemos 2 no maior público dos estádios da capital e por um capricho não fomos pra final. Estádio em pé cantando o hino do Furacão! Inesquecível!”, observa Rogério Andrade, colaborador da Furacao.com.

1996

Essa equipe pegou a base do time campeão brasileiro da Série B em 1995 e encantou uma geração de atleticanos. O célebre ataque formado por Oséas e Paulo Rink colocou o Furacão no mapa do futebol mundial; o primeiro chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira, e o segundo defendeu a seleção da Alemanha. Além disso, o time contava com os carismáticos poloneses Nowak e Piekarski, o habilidoso lateral Alberto e o goleiro Ricardo Pinto. Esse time venceu o poderoso Palmeiras da Parmalat, e parou nas quartas-de-final do Brasileirão (23 jogos, 12 vitórias, 3 empates, 8 derrotas, 41 gols pró, 28 gols contra).

Oséas e Paulo Rink brilharam com a camisa rubro-negra [foto: site oficial]
O time: Ricardo Pinto; Alberto, Reginaldo (Andrei), Jorge Luís e Branco; Alex Lopes, Nowak, Jean Carlo e Piekarski (Luiz Carlos Mattos); Oséas e Paulo Rink. Técnico: Evaristo de Macedo.

“Entendo que o time de 1996 pode não ter sido o melhor tecnicamente, mas – ainda com recursos escassos – foi o primeiro grande time de uma nova era na história do Furacão sob a gestão do Presidente Petraglia. A garra daquela equipe e a campanha no Campeonato Brasileiro daquele ano trouxeram de volta o orgulho da torcida atleticana. Se não fosse pelo trágico episódio com o goleiro Ricardo Pinto na batalha campal das Laranjeiras o Furacão poderia tranquilamente ter lutado pelo título do Brasileirão”, afirma Cleverson Freitas, editor da Furacao.com.

2001

O time de 2001 entrou para a história ao conquistar o título do Campeonato Brasileiro (31 jogos, 19 vitórias, 6 empates, 6 derrotas, 68 gols pró, 45 gols contra). Antes disso, havia sido bicampeão paranaense.  Em campo, Alex Mineiro e Kléber brilharam com 17 gols cada um e ajudando a formar o melhor ataque do campeonato. Em cada posição, um craque, com destaque para o futuro pentacampeão mundial Kleberson, o capitão Nem e os meias Adriano e Souza, que se revezaram no time titular.

Título de 2001: um feito histórico [foto: arquivo]
O time: Flávio; Alessandro, Gustavo, Nem, Rogério Corrêa e Fabiano; Cocito, Kleberson e Adriano (Souza); Kléber e Alex Mineiro. Técnico: Geninho.

“O time de 2001 era uma máquina. Além de todo contexto histórico, primeiro grande título da nova Arena da Baixada recém reformada, esse time foi memorável demais. O time tinha Kléber, Alex Mineiro, Gabiru, Ilan, Kleberson, entre outros. Foi o time que fez Kaká chorar. O time que teve Alex Mineiro Noel desejando a todos um 2002 com muita paz. Um time magnético que encantou o Brasil inteiro”, diz Rodrigo Linhares, colaborador da Furacao.com.

2004

Três anos depois, o Furacão voltou a assombrar o Brasil com uma equipe que ficou no quase – perdeu a taça por apenas três pontos de diferença. Mas a campanha do Brasileiro 2004 foi notável: 46 jogos, 25 vitórias, 11 empates e 10 derrotas; 93 gols pró, 56 gols contra. Washington foi o artilheiro máximo com 34 gols, marca até hoje não igualada. Um time muito habilidoso e ofensivo, que contou ainda com a magia de Fernandinho, Jadson, Dagoberto (e depois Denis Marques) e teve jogos inesquecíveis, como um 5 a 0 contra o Corinthians em pleno Pacaembu.

O time de 2004 encantou o Brasil [foto: arquivo]
O time: Diego; Fernandinho (Raulen), Marinho, Rogério Corrêa, Marcão e Ivan; Alan Bahia, Fabiano (Pingo) e Jadson; Dagoberto (Ilan/Denis Marques) e Washington. Técnico: Levir Culpi.

“O melhor time do Athletico foi o de 2004 pelo que jogou de bola e pelas memórias afetivas que tive vendo alguns jogos. A comparação com 2019 e 2001 é muito difícil, mas acho que tecnicamente falando o feito que o time de 2004 conseguiu foi mais difícil por ser um campeonato com mais de 40 rodadas, manter aquele futebol esse tanto de tempo foi algo impressionante pra mim”, opina Marcos Guérios, do podcast Ouve meus querido!

2005

Logo no ano seguinte, o Athletico mudou muito o time. Restaram poucos atletas do ano anterior, mas a trajetória esportiva em 2005 foi impressionante. No primeiro semestre, ganhou o Paranaense e disputou a Libertadores (14 jogos, 7 vitórias, 3 empates, 4 derrotas, 22 gols pró, 23 gols contra). Com essa equipe, o Furacão chegou pela primeira vez em sua história à final da Copa Libertadores da América, superando adversários como Cerro Porteño, Santos e Chivas Guadalajara. Diego fechou o gol, enquanto que Marcão e Cocito personificaram a raça dentro de campo. Fabrício entrou para a seleção do campeonato, e Fernandinho se despediu logo depois do torneio.

Lima brilhou no ataque do time finalista da Libertadores [foto: arquivo]
O time: Diego; Jancarlos, Danilo, Durval e Marcão; Cocito, Alan Bahia, Fernandinho e Fabrício; Lima e Aloísio. Técnico: Antonio Lopes.

2018

Em 2018, finalmente chegaria o tão sonhado primeiro título internacional. O Furacão conquistou a Copa Sul-Americana em plena Arena da Baixada, para a festa de milhares de atleticanos. A equipe contou com jogadores selecionáveis como Santos, Renan Lodi e Bruno Guimarães, e o brilho dos artilheiros Pablo e Nikão e a segurança do General Thiago Heleno. Na final, o time aprendeu a lição do craque Lucho: “Una final no se juega, una final se gana”. A campanha foi impecável: 12 jogos, com 8 vitórias, 2 empates e 2 derrotas; 21 gols pró e 7 gols contra.

Santos foi um dos ícones do time campeão sul-americano [foto: Joka Madruga]
O time: Santos; Jonathan, Paulo André (Léo Pereira), Thiago Heleno e Renan Lodi; Wellington, Lucho (Bruno Guimarães), Nikão e Raphael Veiga; Marcelo Cirino e Pablo. Técnico: Tiago Nunes.

“Eu acho que esse time foi o que teve os jogadores mais competitivos. Se tivéssemos começado nessa escalação poderíamos ter ganho praticamente tudo”, opina Mariah Vieira, colaboradora da Furacao.com.

2019

No ano seguinte, o Athletico manteve a base, mas teve algumas modificações – e o resultou foi o título da Copa do Brasil (8 jogos, 4 vitórias, 3 empates, 1 derrota, 8 gols pró, 5 gols contra). Bruno Guimarães assumiu o protagonismo e brilhou ao lado de craques como Nikão, Rony e Marco Ruben. Além dessa conquista de título nacional, esse time ainda enfiou 3 a 0 no Boca Juniors na Libertadores e faturou também o troféu da J.League YBC Levain Cup/CONMEBOL Sudamericana.

Camisa branca fez parte de uma das maiores conquistas do clube. [foto: AGÊNCIA F8/Vinicius do Prado]
O time: Santos; Jonathan (Khellven), Léo Pereira, Robson Bambu e Márcio Azevedo; Wellington, Léo Cittadini (Lucho), Bruno Guimarães e Nikão; Rony e Marco Ruben. Técnico: Tiago Nunes.

“É muito difícil apontar o melhor Athletico de todos os tempos, porque todas as opções ajudaram a construir a nossa história e são responsáveis pela forja do nosso atleticanismo. Por isso, abro mão de scouts e critérios mais objetivos, ouvindo apenas o meu coração para dizer que o time de 2019 foi aquele que realizou sonhos! Uma nova versão do time de guerra que aplicou hattrick no Boca Juniors, que esteve por três tempos com a mão na Recopa, que soube ser equilibrado no Brasileirão, que nos presenteou com a maior e mais emocionante remontada de todos os tempos e, na sequencia, conquistou a Copa do Brasil. 2019 foi o ano de ser feliz!”, opina Michele Toardik, colaboradora da Furacao.com.

A votação dos colaboradores da Furacao.com

Num levantamento com os colaboradores da Furacao.com, o melhor time da história do Athletico foi o de 2001. Dentre os 16 votos computados, a equipe campeã brasileira teve 37% da preferência – seguida logo de perto pelo time vice-campeão de 2004, com 25%. Mas o equilíbrio é revelado porque quase todos os outros times foram votados – à exceção da equipe de 2005.

 

O podcast Ouve meus querido!

“Ouve meus querido!” é um podcast semanal sobre o Athletico Paranaense, produzido pelo canal “fala meus querido!” em parceria com a Pacundê Podcasts. A cada programa um tema é definido e debatido sempre com a participação de algum jornalista ou torcedor athleticano.

O programa fica disponível às sextas-feiras no YouTube e em todos os principais agregadores de podcasts, como Spotify, Deezer, Google Podcasts e iTunes.

Você pode escolher em qual agregador quer ouvir pelo link: http://bit.ly/OuveMeusQuerido.



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