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19 mar 2004 - 21h26

O acinte

A torcida atleticana está de luto. Nas cores atleticanas, o “rubro” começa a perder força. O “negro”, num ato de perfídia, pretende dar um cruel destino ao “rubro”, buscando dar cabo à dualidade mais fervorosa do futebol paranaense. Prevalece o lado negro do rubro-negro.

A insensatez da Diretoria em aumentar vergonhosamente o preço dos ingressos nos deixou de luto. Um luto tão angustiante, tão profundo, tão pavoroso, que nem mesmo o texto aqui exposto é capaz de explicar. O nosso querido rubro-negro torna-se mais negro do que nunca.

Ainda não conseguimos assimilar o golpe que nos foi dado. Um golpe desferido às escuras, na calada da noite, às escondidas. O choque, ainda que breve, foi letal, brutal, vil e abjeto. O acinte foi tão desprezível, que nos retirou todo o entusiasmo para acompanhar nossa maior paixão: o Clube Atlético Paranaense.

Já havíamos sido surpreendidos com a desorganização após o título brasileiro de 2001 e com os subseqüentes desmandos na Diretoria. Mas, agora, a situação é crítica. Com esse aumento inconstitucional no preço dos ingressos, a nação atleticana teve suas bocas amordaçadas e sua paixão sufocada pela adoção de estratégias covardes de arrecadação. A Diretoria, que sempre fez questão de aparecer como símbolo de gestão administrativa, contraria seus próprios argumentos e promove um confisco que fere a alma do torcedor atleticano.

Sempre ouvimos dizer que a bilheteria, no futebol moderno, representa algo mínimo na receita dos clubes. Sempre ouvimos, em prosa e verso, que o Atlético precisava de fontes alternativas de receita, como marketing, venda de material esportivo, recebimento de verbas da televisão, etc. Aliás, esse foi o maior argumento para que a baixada fosse construída nos moldes de Arena Multieventos, ou seja, para dar outras opções de receita ao clube que não somente as provenientes da venda de ingressos.

Ledo engano. Agora o argumento mudou. Amparada por argumentos sórdidos, a Diretoria tenta justificar o aumento dos ingressos, afirmando que o futebol é um negócio custoso, que os salários de jogadores são altos, que a Baixada é cara. O futebol é caro, o ingresso é caro, mas o direito do torcedor ir ao estádio não tem preço. Impedir a torcida de comparecer ao estádio é um crime contra a economia popular atleticana.

O nosso Presidente, indagado sobre o afastamento do pobre das arquibancadas, teve a audácia de afirmar que o aumento não repercute para as classes menos favorecidas, pois, segundo ele, estas já estão privadas de tantos outros direitos fundamentais, de modo que não poderia ser diferente com o futebol. Lamentável. É preciso lembrar que os homens passam, o Atlético fica.

Tantas são as conseqüências negativas, que se torna difícil enumerá-las. A ardilosa decisão afasta o torcedor das arquibancadas, cria uma espécie de Atlético-Elite, impede o crescimento da massa atleticana, fere o direito do torcedor, prejudica o time, mercantiliza o inegociável, renuncia o irrenunciável.

A tristeza que abate a nação atleticana, provocada pela separação anunciada das arquibancadas, pela distância imposta de forma violenta, faz agonizar o maior Clube do Estado do Paraná. O momento de tristeza é acompanhado das nostálgicas lembranças. Jamais iremos nos esquecer dos bons tempos de jogos cheios, das multidões, das decisões, dos gritos apaixonados, do futebol com os amigos. O tom é de lembrança. Não há como suportar as quantias bizarras exigidas pela Diretoria, razão pela qual só se pode considerar o Atlético de hoje, como lembrança nas memórias atleticanas.

Agora, temos uma única alternativa: lutar. Lutar por um passado, que um dia nos fez chegar ao topo, lutar por um presente que lá nos faça retornar, e lutar por um futuro condizente com a grandiosa história do Clube Atlético Paranaense.



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