Atlético em 2004
O Atlético conseguiu nestes últimos cinco anos as suas maiores conquistas: os inéditos Tricampeonato Estadual, Campeonato Brasileiro e duas participações na Copa Libertadores da América; as construções do estádio mais moderno do Brasil (mesmo que parcial) e de um dos melhores e completos Centros de Treinamento da América do Sul. São marcos históricos do Atlético e do próprio futebol paranaense. Porém, tão difícil quanto construir é manter.
Manutenção não é simplesmente recomposição, ou mera substituição. Manutenção denota planificação, projeção, objetividade, finalidade. O que vimos nestes dois últimos anos foi a negação disto tudo. Este imemorável 2003 é a representação mais clara do abandono e desinteresse pelas conquistas. Neste ano conseguimos ser sexto colocados num campeonato paranaense (não tenho guardado na memória outro campeonato em que ficássemos em uma posição tão inferior, a não ser o do rebaixamento de 1967), tivemos uma campanha pífia no Brasileiro, perdemos o direito de disputar a próxima Copa do Brasil, e tivemos de nos consolar na disputa de um torneiozinho ridículo, feito à promoção de uma mais ridícula Federação Paranaense de Futebol.
Desfizemo-nos quase por completo (infelizmente restou o pior) do time campeão brasileiro, sem contudo substituirmos a altura o elenco dispensado (a exceção de Dagoberto e Diego, e das idas e vindas de Adriano e Alex Mineiro). O atual elenco é fraco e desinteressado. Aliás, o desinteresse foi a grande diferença entre o time do Atlético e aqueles outros dois times, o ano inteiro. Experimentamos técnicos de todos os credos e feitios, sem qualquer proposta ou ambição, salvo o último, por enquanto.
A Baixada, por imcompletude, já apresenta vícios de estádios obsoletos perante às exigências do Estatuto do Torcedor, a ponto de igualar-se em alguns itens àqueles outros dois remendões da cidade. Até onde sei, o que me desmente é o Centro de Treinamentos, este sim parece ter recebido tijolos a mais nestes dois últimos anos, ou não?
Em 2004 teremos uma nova administração, Conselho Deliberativo e Executivo. Espero que os anos de 2002 e 2003 não sejam perdidos. Que sejam lembrados como aquele jogo em fomos goleados por aquele time: uma referência do que não era para ser e foi. Para tanto precisamos de profissionalismo, de planejamento, de projetos, e então poder fazer e manter, e daí crescer. Sem Alessandro, sem Rogério, sem Rodrigo, sem Ivan… com a Arena completa e cheia!!!