Derrubem o pombal
Muito se fala no muro que separa um colégio do sonho da conclusão da Baixada. De tempos em tempos, renova-se a expectativa de que o impasse chegará ao fim. Da minha parte, não me iludo. O negócio virou uma pendenga judicial que pode arrastar-se por muitos anos ainda. Paciência. O muro, afinal, não incomoda tanto quanto o que está grudado nele: o horroroso pombal de MCP e seus cupinchas. Ali se concentram todos os problemas existenciais que o clube vem enfrentando. Problemas criados pela arrogância e pela insensatez de “espertos” que querem mudar o Atlético, matar a sua essência, substituir a paixão latina pela fleuma britânica. Estão loucos. A paixão não morre. Eles, sim. Como nós todos, que vivemos no mundo dos pés-de-chinelo e dos bêbados, vão secar um dia. Farão maldades enquanto tiverem forças. Mas passarão. Eis o que nos consola.
Pois não é de ver que os magnatas vêm agora com uma proposta de “conciliação” com a torcida? Será verdade? Não sei. Sei que a fórmula sugerida tem tudo para abrir uma nova crise. Bem do jeito da administração-modelo. Os instrumentos de percussão serão autorizados… para a Ultras. A maior facção ficará de fora, protestando como sempre. A manobra é surrada. Trata-se de cooptar o grupo menor, oferecendo-lhe vantagens, para esvaziar o grande “inimigo” – Os Fanáticos, na imagiinação doentia dos cartolas. Mais um arranjo malfeito, enfim. Coisa de gente que perdeu a noção de humanidade e o senso do ridículo (escalar um locutor para pedir apoio da massa é o fim, Fleury!). Posso estar enganado, mas o estádio permanecerá dividido.
A guerra ganhará novos e cansativos capítulos enquanto a Diretoria não tiver a grandeza de um gesto simbólico. Um só gesto, é o que peço: derrubem o pombal! Deixem o muro lá, se não tiver jeito, mas derrubem o pombal primeiro!
E liberem a bateria! Liberem a bateria! Liberem a bateria!