A ciência do fracasso
Perdemos mais uma. Em dois jogos, nenhum ponto, nenhum gol, nenhuma perspectiva. Não dá pra reclamar da falta de vontade. Os jogadores bem que se esforçaram. Mas, até que se prove o contrário, eles formam um conjunto extremamente limitado, desolador. O que fazer? Não tenho opinião formada sobre o Edinho. A princípio, não me parece o técnico ideal. Mas reconheço que, na teoria, ele tentou ser ofensivo. Não tem culpa se, entre os mais de cem jogadores registrados pelo clube – “revelações” de times rebaixados e xepas de um fim-de-feira europeu -, continuamos órfãos nas laterais. Ou se os donos dos maiores salários vivem na enfermaria. Foram apenas duas derrotas, mas o Edinho já mostra uma expressão desanimada. Seu discurso se esvazia rapidamente, indicando que não ficará muito tempo por estas bandas.
Há de tudo no CT do Caju, menos alguém que saiba lidar com os caprichos do futebol. Os negócios vão bem (pra quem?), enquanto o time se arrasta em campo. Tudo indica que a briga, este ano, será contra o rebaixamento. Disputaremos com os piores. Mesmo assim, não faltarão explicações científicas para o fracasso. Afinal, tudo no CAP é perfeito. Nós, os falsos atleticanos, é que temos o mau hábito de ver as coisas com olhos críticos. Somos um estorvo para MCP e seus marionetes, a trupe que se apossou da nossa paixão. Com seus ternos bem-alinhados, eles seguirão no comando do clube, tratando-nos como inimigos. E nós ficaremos sem saber por que os melhores jogadores foram embora, ou por que contrataram um caminhão de pernas-de-pau para vestir o manto sagrado. Segue a vida. Ciência é coisa difícil de entender, mesmo.