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9 maio 2005 - 23h15

Calma, o Rodriguinho está voltando!

Não há motivo para desespero. Perdemos apenas os três jogos disputados até agora no campeonato. Desmanchamos um time vencedor, contratamos cento e trinta jogadores e não conseguimos colocar em campo nada além de um amontoado desconexo de pernas-de-pau. Nossos atletas até que se esforçam. Mas ninguém é de ferro. Se um deles escorrega na área, cai com o braço na bola, não se recupera e entrega o gol para o adversário, não é por isso que vamos desanimar. Se oferecemos quase uma dezena de contra-ataques ao melhor ataque do Brasil, temos que entender, é do jogo. Se estamos sendo ridicularizados por apresentarmos um futebol de quinta categoria, sejamos superiores, como ensinam os nossos líderes. Vamos fingir que não vemos, não escutamos, não sentimos nada. Se as promessas anunciadas pela diretoria não saem do Departamento Médico ou têm diarréias freqüentes, bico calado. Criticar é coisa de falso atleticano. Se nosso ataque é inoperante, a culpa é dos adversários, que armam retrancas poderosíssimas.

Se o Dagoberto estará curado daqui a sessenta dias, como se repete desde o final do ano passado (e lá se foram quase oito meses), é porque a Medicina tem os seus mistérios. Se o Fernandinho vai embora, encontrar-se com o Jadson na Ucrânia, melhor para o clube. Se o Diego também está de saída, não temos nada a temer. Já trouxemos o que a segunda divisão tem de pior. Repatriamos o Cocito. Agora, para completar o serviço, depositamos esperança no Rodriguinho, a revelação que um dia pisoteou a camisa rubro-negra diante dos nossos olhos atônitos.

Não sabemos do nosso destino na Libertadores. O bando que estará em campo na terça-feira é o mesmo que disputa a lanterna do Brasileiro. A arquibancada, ao que tudo indica, permanecerá fria e nervosa ao mesmo tempo. Vivemos a modernidade e o silêncio que nos impuseram. Mas não há motivo para desespero. Dias melhores ainda são possíveis. O que fica é uma tristeza imensa, profunda. E a saudade dos momentos de um passado recente, quando reverenciávamos, nas vitórias ou nas derrotas, um Atlético que tinha alma.



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