O Fala, Atleticano é um canal de manifestação da torcida do Atlético. Os textos abaixo publicados foram escritos por torcedores rubro-negros e não representam necessariamente a opinião dos responsáveis pelo site. Os autores se responsabilizam pelos textos por eles assinados. Para colaborar com um texto, clique aqui e siga as instruções. Confira abaixo os textos dos torcedores rubro-negros:
15 maio 2005 - 0h56

Não queremos nem saber…

Olha, para ser isento, imparcial, sereno e distante da hipocrisia, não dá para afirmar de que o Mário Celso Petraglia não tenha razão alguma naquilo que disse na “entrevista coletiva” de ante-ontem, 12 de maio de 2005. É que, entre o “mundo midiático” e a realidade que nos cerca –talvez dissesse William Shakespeare, caso vivesse em nossos tempos-, “…existem mais mistérios do que pode sonhar a nossa vã filosofia…”. Como torcedor que ama e respeita o Clube acima de qualquer coisa, entretanto, permito-me dar a todas as questões que emergiram dessa momentosa e épica manifestação presidencial importância secundária, senão terciária, mesmo entendendo de que são elas realmente de considerável relevância. Merecendo ou não; bem ou mal; com ou sem estofo técnico para tanto, a verdade é que estamos aí, na segunda fase da competição futebolística mais importante das Américas e nada, absolutamente nada, pode ser considerado mais relevante do que isso. Aliás, mais do que relevante, importante ou prevalente em todo esse nebuloso contexto –e jamais esqueçamos disso- é o CLUBE ATLÉTICO PARANAENSE. Para mim em particular –assim como, penso, para a grande maioria da torcida rubro-negra araucariana-, não tem a mais mínima importância descobrir se quem tem mais razão é a Fanáticos –de obra pregressa em favor do Clube efetivamente digna de encômios- ou a Diretoria –de méritos incontestados por seus mais figadais desafetos-, ou, ainda, se, a despeito de ambas, a única dona da verdade e da razão é a Imprensa local –que, convenhamos, não é de todo má e/ou provinciana, pois possui inúmeras honrosas exceções pontuais que a colocam a salvo desses adjetivos-. A verdade, meus caros, é uma só: ninguém é 100% certo nem 100% errado, pois somos todos, enquanto seres humanos, passíveis de erros e acertos; e é exatamente no diapasão dessa “curiosa dinâmica dialética” que levamos a vida, sendo, portanto, pura perda de tempo e inútil desgaste de energias estabelecermos, como, em última análise, está a acontecer com esses referidos grupos de interesses, qualquer discussão acerca dessa incontestável verdade filosófica. Com toda a honestidade –e que me perdoem os extremamente susceptíveis-, nem de longe estão a me interessar as notícias decorrentes do caminhamento e do desdobramento dessas quizílias e picuinhas, pois o meu interesse maior é, sempre foi e vai continuar sendo unicamente o CLUBE ATLÉTICO PARANAENSE. A partir dessa afirmação/constatação que, creio, corresponde ao sentimento da quase totalidade de nossa imensa torcida, não podemos e nem vamos esperar que tanto a Fanáticos, quanto a Diretoria ou mesmo a Imprensa possam vir a contribuir eficazmente para que os nossos propósitos imediatos sejam alcançados, vale dizer, a recuperação do “team” no campeonato nacional e a conquista –por que não?- da Libertadores da América, pois que, como se conclui de maneira indubitável e peremptória, cada uma dessas corporações, nessa ambiência de tamanhos contrastes, está muito mais preocupada com seus próprios projetos e interesses do que com os do CLUBE ATLÉTICO PARANAENSE –exceções existem, mas são poucas-. A respeito dessa inútil discussão travada acerca do “sexo dos anjos”, cabe a nós torcedores assumir postura de total desconsideração e abstenção, redobrando, isso sim, nossas atenções, para a segurança das muralhas da Instituição, agora sujeitas, mais do que nunca, a serem transpostas pelos bárbaros. A única alternativa que nós torcedores temos diante desse sombrio cenário de pequenas e, certamente, efêmeras escaramuças, é apelar para os jogadores que são, em derradeira análise, aqueles que podem resolver os problemas do Clube dentro das quatro linhas do gramado; eles que, aliás, foram cruel e desrespeitosamente sintetizados, num dos episódios da inconcebível guerrilha, na imagem nefastamente produzida e amplamente divulgada do jogador Rodrigo Souto, como que se retirando precocemente da batalha, derrotado e aos prantos. O apelo, portanto –e estou me dirigindo a todos os atletas do Clube, ou antes, aos homens, profissionais e pais de família que, primeiro de tudo, eles o são-, já está feito: cabe a vocês, pois, e tão-somente a vocês, os mais injusta e violentamente humilhados nessa guerra, a consecução dessas duas importantíssimas e vitais tarefas antes referidas. Apesar de todos os pesares, temos a certeza de que vocês irão delas desincumbir-se com inteiro êxito. A vida, não raro, nos coloca diante de missões que temos que cumprir sozinhos. Vocês estão agora diante de duas. Cumpram-nas. Que lhes sirvam de alento, à falta de qualquer outro apoio, as imorredouras palavras de Gonçalves Dias, escritas na sua antológica “Canção do Tamoio”, quando disse:” Não chores, meu filho; Não chores, que a vida, É luta renhida; Viver é lutar. A vida é combate, Que os fracos abate, Que os fortes, os bravos, Só pode exaltar. O forte, o cobarde, Seus feitos inveja, De os ver na peleja Garboso e feroz; E os tímidos velhos, Nos graves conselhos, Curvadas as frontes, Escutam-lhe a voz”. Vocês também, pois, valorosos atletas guerreiros, “…não queiram nem saber…”.



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…

Opinião

O tempo é o senhor da razão

A famosa frase dita e repetida inúmeras vezes pelo mandatário mor do Athletico, como que numa profecia, se torna realidade. Nada como o tempo para…