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15 maio 2005 - 1h02

Petraglia, o culpado?

Lendo várias opiniões de atleticanos revoltados nesse democrático espaço, tive que escrever. Presidente Mario Celso Petraglia, o senhor é realmente o culpado por tudo isso, e como é! Era só não ter assumido esse clube e ter deixado ele falir de uma vez, ou praticamente acabar. Mas não, o senhor teve coragem e assumiu essa instituição (não teve um homem nesta hora com a mesma coragem, mas hoje eles criticam) e o que veio a seguir todos sabem, embora alguns tentem esquecer.

O que mais me deixa transtornado é que alguns atleticanos (?) que o criticam também presenciaram a situação do Clube Atlético Paranaense até 1.995. Mas, como todos sabem o povo brasileiro tem memória curta. Ou será que esquecemos dos tempos de Pinheirão, das derrotas para Platinense, Toledo, Matsubara, etc. É que naquela época somente 800, ou quando muito, 900 pessoas, sofriam com o furacão no Pinheirão. Eu não quero mais isso. Eu pensava que ia morrer e não ver meu furacão campeão brasileiro e aguentar os verdes para o resto da vida.

Ocorre que naquela época, a Torcida ganhava ingressos, e ninguém se revoltava com as “grandes” administrações que tínhamos, muito pelo contrário, Farinhaqui era endeusado, pois além dos ingressos, pagava também o Tubão ou Baldão (para quem não sabe, pinga c/ coca no balde). Naquela época o pouco que a torcida organizada arrecadava com venda de camisas ou outros produtos eram para organizar algumas excursões, renovar faixas e bandeiras e os torcedores tinham outra profissão. Diferentemente de hoje, onde virou um grande negócio ser das organizadas que vivem disso. Eu afirmo categoricamente que amo mais, sofro mais pelo meu clube do que esses profissionais-torcedores que torcem mais para a Torcida Organizada os Fanáticos do que para o Atlético e que vivem para e da organizada, eu não, eu vivo pelo Atlético, mas também tenho outro trabalho.

Essa mesma torcida, que apóia o time só quando está ganhando e que nem resmunga quando o time precisa, viu na proibição da bateria a forma de criticar outras coisas como perda de ingressos “na faixa” e da proibição de usar a marca Atlético sem dar nada em troca, pois se bateria ganhasse jogo teríamos sido campeões brasileiros antes. Ou será que se voltar a bateria seremos campeões da libertadores?

Jamais vou esquecer o título conquistado no Anacleto Campanela, após aquele temporal em São Caetano, que lavou a alma dos verdadeiros atleticanos antes do jogo – e não das organizadas que influenciam a geração-arena – quando um torcedor do meu lado (um senhor c/ mais de 40 anos) berrar após o título: Petraglia eu te amo! Naquele instante eu pensei comigo, eu também! E digo mais, se eu morresse naquele dia, morreria feliz pra caramba!

Com relação à perda do título de 2.004, pude perceber algo de estranho quando fui ao hotel na cidade de Barão de Cotegipe (15 km de Erechim), onde o Atlético se hospedou para o jogo contra o falido Grêmio. Havia um clima pesado, algo de podre no ar, uma preocupação entre os jogadores com algum problema grave, apesar da liderança até então, tanto que na hora disse isso para minha noiva.

Com relação a imprensa amadora do Paraná não há o que se falar, mas é assim no âmbito nacional, ser grande demais incomoda…

Meu Presidente, quero que saiba que o senhor é realmente o culpado por essas críticas por ter transformado o rubro-negro enorme, e se acostume com elas. Nem precisava da entrevista coletiva para justificar o que não precisa ser justificado.

Quero que saiba que tem muita gente (brilhante a opinião de Maurício Brasil no fala atleticano de 14/05/05), assim como eu, que ainda acredita na sua coragem e dignidade. Apesar de não concordar com algumas coisas (ausência de pessoas importantes que se afastaram na sua gestão e que dividiriam o seu serviço; o dinheiro gasto com a contratação do Fabrício e a insistência com este “craque”; a escolha de treinadores totalmente incapazes, e a principal, as contratações erradas deste ano o que ocasionou a ausência de um time forte em um ano muito importante, este o único motivo que poderia ocasionar os protestos das cadeiras), continuo até o fim acreditando no homem e nas suas convicções.

Para finalizar, caso o senhor se canse – eu não teria essa paciência com esses ingratos – vamos nomear alguém da fanáticos com novo presidente do Atlético ou pedir pela volta do Farinhaqui.



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