Após a entrevista de Mário Celso Petraglia na última quinta-feira, imaginei que muitas coisas pudessem acontecer, menos que grande parte da torcida passaria a defender de forma apaixonada o presidente do conselho deliberativo do Atlético. Não sei se fiz uma avaliação equivocada das palavras do presidente, mas tive a nítida impressão de que o Sr. Mário Celso Petraglia afirmou, sem meias palavras, ser dono do clube. E que ali quem manda é ele.

O colunista Ricardo Campelo escreveu, dia desses, que só queria o Atlético dele novamente. Acho que essa é a posição de muitos Atleticanos, que são taxados de falsos rubro-negros por desejarem que o clube que aprenderam a amar não se transforme em uma máquina insossa e estéril cuja finalidade parece ser apenas o lucro. Não sei se é realmente esse o objetivo da diretoria que aí está, porém, claro está que um dos fins certamente é o afastamento da torcida. “Não precisamos de torcedores, mas de consumidores”. Não é isso? Pois é.

Muitos exaltam as conquistas do Sr. Mário Celso Petraglia. “Olhe tudo o que ele fez nos últimos dez anos!”, é o que bradam os seus seguidores. Mas será que tudo isso foi feito par a torcida? Para nós? Infelizmente, acho que não. Tenho quase certeza que não. Pelo menos isso não foi feito para mim, que sou torcedor e não consumidor. Pois eu não durmo mais feliz em ver o Atlético cada vez mais tratado como negócio do que como time.

Muitos erros estão sendo cometidos e muita gente, por comodismo ou ingenuidade, está fechando os olhos para isso. E quem sofre são os torcedores, que perdem um pouco do seu time a cada dia. Até quando? Como diria o Ricardo Campelo, só quero meu time de volta.