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24 maio 2005 - 1h28

Talismã da agonia

Tenho um único desejo para quando morrer, o de ser cremado e minhas cinzas atiradas sobre o gramado da grandiosa Kyocera Arena, independentemente do nome do estádio daquele tempo, só assim terei paz pela eternidade. Embora se o mesmo acontecer com Fabrício quero que o seu destino seja o estádio Couto Pereira.

Sempre desprezei qualquer tipo de crendice, sou daqueles céticos de carteirinha, mas vendo a equipe de 2005 estou começando a acreditar, entre outras coisas, no azar; bolas na trave, gols atrapalhados e pênaltis perdidos. Aliás, pênaltis não são a especialidade do Atlético e mesmo tendo ganhado do rival na final do estadual o time, no quinto jogo do campeonato brasileiro deixa escapar a chance de se igualar ao Internacional em um momento crucial da partida por uma má cobrança de Rodrigo. Com mais um jogo perdido o time tem uma campanha lamentável para um início de campeonato, continua sem vitórias na série, uma equipe sem técnico desaponta os torcedores, até os cativos do estádio vem minguando, partida por partida, os que vão restando ficam a espera de uma recuperação milagrosa.

Uma figura que se destaca em todas as competições disputadas nesse ano pelo clube é o meia Fabrício que com uma a ajuda de “deus” e companhia é um titular intocável dentro de campo, jogador que empresta característica ao grupo: é medíocre, desajeitado e azarado.

Fabrício é como uma laranja podre que, sozinha, acaba com a colheita, um câncer para o time, e depois do paranaense uma doença em estágio avançado, que vai corroendo até mesmo o mais saudável se alastrando pela arquibancada e acabando com as esperanças para esse ano.

Muitos pensam que grande parte do problema está fora do campo, concordo com estes, mas não se pode ignorar o que acontece bem debaixo dos nossos narizes, Fabrício queimou jogadores como Maciel, Ticão, Caetano entre outros, e na partida de ontem contra o Inter mandou Rodrigo pro banco mais cedo quando quem deveria sair era ele próprio.

O meia tem um grande problema, deve ser virtuoso ou algo assim, pois sabe que o clube investiu nele e quer recompensar, ele é um homem esforçado mas não é de esforço que a equipe precisa, ela requer uma característica, um estilo de jogo, com direito a jogadas ensaiadas diferentes dos laterais cobrados por Marcão, aqueles que vão até a área, jogadores nós temos, estão mal treinados e fisicamente debilitados, mas facilmente tem um lugar na equipe, se esta for organizada.

Estou farto de contra-ataques que morrem nos pés de Fabrício, e das faltas cobradas por ele, das tentativas de gol olímpico e dos cruzamentos mal feitos, cansado até de mandar ele ir para o quinto dos infernos ou pra outros lugares, por isso minha maior esperança atualmente é que ele sirva para algo, pois creio que não estarei vivo para ver as cinzas dele destruindo outro.



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