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A decisão da Libertadores da América entre São Paulo e Atlético, que ocorrerá nesta quinta-feira às 21h45 no Estádio do Morumbi, é a grande atração em todos os veículos da imprensa esportiva brasileira desta semana. Nesta quinta, colunistas de todo o Brasil comentaram sobre a final. Confira um apanhado dos comentários sobre o Furacão e a decisão da Libertadores:

MÁRIO MARCOS DE SOUZA – ZERO HORA – PORTO ALEGRE
É possível imaginar como será a palestra do técnico Antônio Lopes pouco antes antes da final da Copa Libertadores, esta noite, no Morumbi. Experiente em decisões, adepto de treinos fechados e de discursos motivacionais, Lopes promete usar todos os recursos para despertar a fibra de seus jogadores – especialmente, a festa que o adversário preparou nos últimos dias para comemorar o título. O técnico tem dito que as atitudes dos dirigentes do São Paulo e certas entrevistas dos jogadores paulistas são um desrespeito aos paranaenses e está certo de que tudo isso será uma motivação extra para a decisão, capaz de quebrar o favoritismo do adversário. Terá mesmo de usar todos os recursos possíveis. Apoiado por apenas 2 mil torcedores contra mais de 50 mil são-paulinos, o Atlético-PR precisará ser um primor de superação para evitar o terceiro título do adversário, depois do empate no Beira-Rio. A vantagem é do São Paulo, mas é bom não duvidar da força do Atlético. Lopes é um mestre.

DIVANEI GUAZZELLI – DIÁRIO DO GRANDE ABC – SÃO CAETANO DO SUL
Ainda que o Atlético-PR tenha evoluído na Libertadores, em oposição à pífia campanha no Brasileiro, o São Paulo tem atributos vários para empalmar o terceiro troféu continental. Com a toda a supremacia do São Paulo, no entanto, é de se constatar que o Atlético sobreviveu à Libertadores, até agora, com resultados favoráveis fora de casa. Foi assim contra o Cerro Porteño e, da mesma forma, na seqüência com Santos e Chivas, o que não é pouco. Agora, a sobrevivência significa uma façanha incomum entre os paranaenses e é aí que o São Paulo deve precaver-se.

ALBERTO HELENA JR. – DIÁRIO DE S. PAULO – SÃO PAULO
Não espere o amigo um futebol deslumbrante na noite desta quinta-feira, no Morumbi, daqueles cujos lances sensacionais se desenrolarão na memória da torcida eternidade afora. Em decisões, isso raramente acontece. Ainda mais numa decisão como esta, entre São Paulo e Atlético-PR, em que os dois times estão supercondicionados à luta pela posse de bola, à ocupação de todos os espaços, enfim, a impedir de qualquer jeito o adversário de jogar bola. Esta, tadinha, deverá passar a maior parte do tempo espremida entre a rocha e a fúria do mar.

MÁRCIO GUEDES – O DIA – RIO DE JANEIRO
São Paulo e Atlético-PR representam, cada um de um lado, um claro símbolo do novo futebol mundial em tempos de decisão. De um lado, a lógica, o favorito, o time forte e estruturado, que joga com todas as vantagens, até pela longa invencibilidade em casa. De outro, o azarão, o lanterna do Brasileiro, o que subiu aos trancos e barrancos, o que tirou água de pedra, o Santo André, o Paulista, a Grécia ou o Once Caldas da vez. O Furacão não deve soltar fácil a rapadura, pelo espírito guerreiro e pela esperteza de Lopes, mas será complicado levar esta. Em todo o caso, só pra enfatizar e motivar: tudo é possível!

GIUSEPPE TOMAZO – DIÁRIO DO PARÁ – BELÉM
Uma decisão inédita para o futebol brasileiro e para não fugir a regra, o “Timão Campeão” marca presença na próxima quinta-feira, no Morumbi por ocasião da decisão da Taça Libertadores da América. Estarei ao lado de Guilherme Guerreiro, Antônio Carlos Sales e Serginho Maravilha. Equipe completa para a grande festa que farão as torcidas de São Paulo e Atlético Paranaense. Por enquanto ta tudo igual.

TOSTÃO – ESTADO DE MINAS – BELO HORIZONTE
A situação do Atlético-PR é diferente das anteriores, quando o time venceu o primeiro jogo em casa. Mas a diferença técnica a favor do São Paulo não é grande e em uma única partida, nenhum resultado é surpreendente. Porém, o futebol tem as suas próprias razões para premiar os vencedores. Nenhum resultado será injusto.

ADROALDO GUERRA FILHO – DIÁRIO GAÚCHO – PORTO ALEGRE
É difícil acreditar em surpresa. No primeiro jogo da decisão, aqui no Beira-Rio, ficou muito claro que o São Paulo tem mais qualidade do que o Atlético-PR, e que só perde o título da Libertadores se a zebra estiver solta. Dentro da sua casa, com quase toda a torcida a favor, o time de Paulo Autuori é favoritão, autêntica pule de dez, e em condições normais não vai deixar escapar a chance da volta olímpica.

LÉDIO CARMONA – O GLOBO ONLINE – RIO DE JANEIRO
São Paulo e Atlético Paranaense farão uma batalha histórica amanhã, diante de 70 mil torcedores num lotado e, com certeza, lindo Morumbi. Viram só? Há adrenalina aos baldes nos gramados do país. Basta os dirigentes do seu clube montarem bons times, serem competentes e chegarem lá. Em campo, sinceramente e com todo respeito ao Furacão, aponto o São Paulo como favorito. Pelo simples de ter um time melhor. Um goleiro espetacular, dois ótimos laterais, uma zaga razoável, dois volantes de primeira, um ótimo ataque e um meia de ligação (Danilo) que tem lampejos. Já o Atlético é mais frágil. Mas, com Fernandinho, Aloísio, Marcão e Lima, pode surpreender. Da mesma maneiro que já pegou muita gente de calça curta nessa Taça Libertadores. Palmas para São Paulo e Atlético Paranaense. E palmas para o futebol brasileiro que, atual campeão da Copa América, Campeão Mundial, Campeão da Copa das Confederações, agora comprou todas as ações de uma final da Libertadores.

PEDRO ERNESTO DENARDIN – DIÁRIO GAÚCHO – PORTO ALEGRE
São Paulo e Atlético-PR farão uma grande final. O São Paulo tem longa tradição no futebol brasileiro. O Atlético é um emergente como grande força. Já foi campeão brasileiro, já foi vice e agora é finalista da Libertadores. Fato inédito no futebol brasileiro, o São Paulo busca o tricampeonato da Libertadores. Inédita, também, é a final entre brasileiros. O primeiro jogo foi de muita marcação e muitas faltas. Pobre, tecnicamente, mas com todas as características de decisão. Espero mais futebol no jogo desta noite. Espero uma grande e inesquecível decisão.

FERNANDO SOLÉRA – GAZETA ESPORTIVA.NET – SÃO PAULO
Temos, de um lado, um São Paulo leve no meio-campo,de toques não tão longos, seguro com seus três zagueiros, dois alas quase perfeitos, além de dois atacantes experimentadíssimos, contra um Furacão guerreiro, de contra-ataques e cruzamentos perigosíssimos. Um valente que tirou de seu caminho simplesmente o Santos, em plena Vila Belmiro, e o Chivas de Guadalajara.

ALEX GUTENBERG – PARANÁ-ONLINE – CURITIBA
Quanto ao jogo, tudo parece estar do lado do São Paulo. Zebras acontecem e o Atlético, na base da união faz a força, pode empatar o jogo e ganhar nos pênaltis. Quem sabe. Agora, se os atleticanos utilizarem do mesmo expediente da semana passada, descer pontapé para não deixar o São Paulo jogar, vão se dar mal. É uma tentativa suicida. Apenas equipes argentinas (e o Once Caldas) sabem utilizar essa estratégia de anti-jogo.

AUGUSTO MAFUZ – TRIBUNA DO PARANÁ – CURITIBA
Nada mais especula do que a paixão do torcedor antes de um jogo como esse. As previsões, embora de natureza otimista, são sempre condicionais. Em especial, duas: e se o Atlético fizer um gol no início? E se o Atlético não sofrer um gol no primeiro tempo? São idéias nascidas não só do sentimento do torcedor, mas principalmente do treinador e dos jogadores. Imagino que pelas características do jogo e pela natural ansiedade do São Paulo em querer buscar logo uma solução, Antônio Lopes tenha programado o time para pressionar e não apenas ser pressionado.

LUIZ AUGUSTO XAVIER – ESTADO DO PARANÁ – CURITIBA
Entra hoje em campo o Atlético, no gramado do Morumbi, para fazer história. Para completar-se na história, já unido aos outros nove clubes brasileiros que chegaram à decisão da Libertadores. Um grupo seletivo, difícil de alcançar. Entra no lucro, já poderíamos dizer, por tudo o que se projetou de ruim no início da temporada e pelo que a equipe já alcançou dentro de campo. O Atlético entra hoje de vez para a história do futebol continental. Melhor será, para todos nós que orbitamos em torno do futebol paranaense, que seja como campeão da América. Por quê não?

RUY CARLOS OSTERMANN – ZERO HORA – PORTO ALEGRE
Há uma irremediável certeza na vitória inevitável do time do Morumbi. É toda a chance do Atlético do Antônio Lopes queimado de sol e cabelo ainda mais pintado: se o adversário se deixa contaminar por esse tipo de certeza, isso passa para as arquibancadas do Morumbi, que estarão lotados, e acaba desarmando o time. A tarefa de Autuori e de seus principais jogadores, Rogério Ceni à frente, é justamente a de ficarem surdos e cegos, metáfora, e até à hora do jogo. Depois é alerta geral, bola dividida, cara a cara.

CARNEIRO NETO – GAZETA DO POVO – CURITIBA
O Atlético chegou com méritos à decisão e o prejuízo por não ter podido jogar a primeira partida na Arena tornou-se consenso geral. Resta saber como será o seu comportamento logo mais. Caberá ao técnico Antônio Lopes escolher o caminho e, pelo que conhecemos dele, vai mandar o time jogar da mesma forma que se apresentou no Beira-Rio. Ou seja, consistente na marcação, lutando bravamente pela posse da bola e procurando o gol em contra-ataques. Houve elevado número de passes errados, daí a queda do nível técnico do jogo, particularmente do lado atleticano.