Enquanto isso, no interior de São Paulo…
Muitos aqui têm expressado nos últimos dias sua indignação pelas atitudes dos ervilhas em comemorar a estrondosa derrota de nosso amado rubro-negro para o São Paulo na semana passada. Somente agora, passados alguns dias do acontecido, é que me dispus a escrever um pouco sobre o assunto, e quem estava no Morumbi comigo na quinta-feira deve concordar com vários aspectos desta exposição.
Antes de dar minha opinião sobre o que aconteceu na semana passada, gostaria de deixar público que minhas palavras vão totalmente ao encontro com os pensamentos do colega Milton Cunha Neto, em seu artigo intitulado Fomos longe, de 15/07/2005. Milton, são pessoas sóbrias como você que ainda tornam o Fala interessante de se ler, parabéns. Se você que está lendo estas linhas agora tiver um tempo, volte um pouco atrás e tire um tempo para ler também.
Moro no interior de São Paulo, em São José do Rio Preto (onde teve o jogo final do Santos no ano passado, se lembram?). Meus amigos, se vocês acham difícil agüentar os coxinhas tentando tirar sarro de vocês, e se vocês acham que a imprensa paulista é bairrista, vocês deviam ver o que é a vida de um atleticano no meio dos São Paulinos, Corinthianos e CIA. Por favor, amigos atleticanos, não se dêem ao trabalho de escrever nesta coluna para criticar as atitudes dos coxas; Qualquer um de nós, se fosse ao contrário, estaríamos torcendo contra os ervilhas, é obvio !! Entendam que, apesar da rivalidade regional, que nunca vai acabar, o Atlético hoje não se limita a brigar contra o Coritiba pelo Campeonato Paranaense, mas sim contra o São Paulo numa final de libertadores !!! E, se vocês ainda estiverem preocupados com isto, saibam que para cada coxo que torcia contra o Atlético aí em Curitiba havia dez Corinthianos, Palmerenses e Santistas torcendo contra o São Paulo, e o mais duro é voltar triste para casa e ouvir alguém chegar para você e falar eu até estava torcendo para vocês, mas seu time é muito ruim!.
Agora, eu estive em São Caetano na final do nosso brasileiro e fui no Morumbi, porque preferi ir no estádio para ver meu time ser vice do que vê-lo com uma chance (remota) de ser campeão e não estar lá. Digo a vocês uma coisa: já fui em muitos jogos do Atlético em São Paulo, mas foi a primeira vez que realmente tive medo de ir em um estádio. A quebradeira que vocês viram na televisão fui pouca diante do que se presenciava ao vivo. Carros completamente destruídos, tropa de choque, cavalos. Torcedores do São Paulo querendo as portas do estádio com marretas! Bombas de efeito moral, tudo digno de um Vietnã. Ainda colocaram a entrada da torcida do Atlético na frente do estádio, tendo que passar pelo meio da Independente para conseguir entrar. Dentro do estádio: alguém esteve naquele Atletiba há uns cinco anos, quando colocaram a torcida do Atlético no anel inferior, embaixo dos coxas? Multipliquem por 10 e terão uma sensação do que era estar lá.
Para encerrar não quero ser repetitivo, pois escreveria no espaço abaixo tudo o que o Sr. Milton escreveu, conforme afirmei acima. Saliento apenas alguns pontos: 1. Com este time limitado, qual de nós há dois meses diria que chegaríamos na final? 2. Houve um erro sim de planejamento da diretoria desmontaram o time, não repuseram com ninguém com um pouco mais de experiência para dar cadência aos jogos. È claro que a molecada não ia dar conta da pressão! 3. Para quem ainda defende este Fabrício, lembre-se: o cara pode ser esforçado, mas é muito limitado (para ser eufêmico) e SIM – o pênalti que ele perdeu mudou a história do jogo. 4. Não adianta culpar o São Paulo por não jogarmos na baixada, eles apenas usaram a regra a seu favor! Faltou esperteza (ou convicção?) para a diretoria de derrubar aquele maldito muro antes. De resto, vamos agora esperar nossa recuperação no brasileiro, no final do ano vender de novo todo mundo que presta, trocar de técnico por algum novo mágico desconhecido, comprar as sobras de times da segundona, misturar tudo e ver no que vai dar.