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20 jul 2005 - 9h33

Futebol não é corrida de cavalos

O que vocês pensariam de alguém que lhes dissesse que vai votar no candidato “X” apenas porque está à frente nas pesquisas? Certamente a mesma coisa que eu pensei ao ver pela televisão que milhares de maringaenses torceram a favor do Corinthians contra o Paraná Clube.

Embora eu saiba que o nosso furacão é o time paranaense de maior penetração no interior do Estado, tenho certeza que também sofreríamos, ainda que em menor escala, se mandássemos um jogo fora de nossa querida Curitiba.

Alegam nossos co-irmãos interioranos que durante muito tempo nossos clubes não tiveram condições de fazer frente aos paulistas. Ora, com todo o respeito, aceitar esse argumento significaria a incapacidade de distinguir uma partida de futebol de uma corrida de cavalos (competição em quem se justifica apostar no provável vencedor).

O ridículo da situação ganha contornos mais nítidos quando tentamos transpor o exemplo para outras partes do globo. Alguém consegue imaginar um catalão, seja de nascimento ou de coração, torcendo para o Real Madrid? Ou quem sabe um garoto de Liverpool engrossando o coro da torcida do Manchester United? Ou talvez alguém de Leverkusen rendendo homenagens ao Borussia Dortmund?

Não é minha intenção incitar um cruzada contra o resto do nosso país. Reconheço que todos têm o direito de admirar o que é bom. Assim, é perfeitamente razoável e, portanto, aceitável que se aprecie o Santos dos anos 60, a academia palmeirense, o Flamengo do início dos anos 80 etc. Agora, admiração não se confunde com torcida, principalmente quando significa ir contra aquilo que pertence à terra que nos dá guarida.

Por fim, encerro esse desabafo com uma frase que me foi dita por um colega rubro-negro: “Tenho mais respeito por um coxa-branca do que por um paranaense corintiano!”



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