Filosofia
Não importa se é time A, B, C, júnior ou mamadeira. Pra mim, o Atlético é o Atlético. Sempre. Onde o manto entra em campo, eu torço. Sempre quando posso, acompanho a Copinha. Não necessariamente apenas os jogos do Furacão. Exemplo: vi o Adauto jogando (não me lembro a equipe agora, desculpe) e o cara meteu sete gols num mesmo jogo. O time dele venceu por 13 a 1. Achei o cara rápido e com bom posicionamento. Falei isso pro meu pai, falando que o CAP deveria contratá-lo. E o Atlético o contratou. Confesso que esperava um pouco mais, mas o rendimento nos juniores nunca é igual ao nível estabelecido pelo profissional. Mas ele foi bem e nunca fez corpo mole.
Mas vamos entrar na questão: filosofia. É engraçado perceber que vários times que disputam a Copinha possuem uma postura muito parecida com a do time profissional. O São Paulo é um. Jogadores técnicos, com bom toque de bola. Mas, ironicamente, tendo no par de atacantes o elo mais fraco. Como o profissional. Até pode ser coincidência, sei lá. Mas vamos ao Furacão.
O Atlético possui uma equipe homogênea, com jogadores rápidos, alguns mais técnicos que outros e que prometem muito. Mas me irrita ver essa piazada jogar com a mesma tática bumba-meu-boi do nosso time profissional (o do ano passado, porque espero muito mais em 2007). Pra quem não sabe, a tática bumba-meu-boi consiste em: Cléber rola para o Danilo, este dá aquela olhada pra frente, como se fosse um Beckenbauer, e manda aquela bicuda. Com gosto. Agora é a terceira etapa em que os gigantes Ferreira, Marcos Aurélio e Dênis Marques têm que voar para disputar a bola com os zagueirões. Fácil, não?
No último jogo contra o Bahia, todas as vezes (absolutamente todas!), em que o Atlético saiu tocando a bola, com calma, evoluindo progressivamente e com inteligência conseguiu levar muito perigo para o goleiro baiano. Uma pena que foram apenas umas três ou quatro jogadas. O resto, o bom e velho bumba-meu-boi. Bicudas, chutões, pra cima, pros lados, pra frente, pra trás. Inclusive quando o Bahia ficou com um a menos. Até o comentarista falou: “Esse ganhou o leitão!”
Começo a acreditar na existência de um grupo de velhinhos, que reside no Gulag do Caju e não sai nunca, que propaga a filosofia do bumba-meu-boi entre todos, envenenando gradualmente a mente de todos com essa idéia estapafúrdia. Não vejo outra explicação. Até porque a nossa descomunal estrutura, a ciência do Antônio Carlos Gomes, a visionária missão do Petraglia e a dedicação de funcionários como o Bolinha, desaparecem diante da força da filosofia do bumba-meu-boi.
Petraglia, cace os velhinhos e mate-os. Por favor. O toque de bola é o caminho. É a luz no fim do túnel.
Tenham um ótimo 2007!