Atletiba de 14/03/1971
O meu Atletiba inesquecível foi o de 4×3, disputado no Belfort Duarte, hoje Couto Pereira. Como em todos os jogos parti logo cedo de casa para achar um bom lugar, estava junto a vários primos e amigos. Aquela chuvinha e o frio não conseguiram arrefecer os ânimos da torcida do Atlético, diga-se de passagem a gloriosa torcida do furacão. Os coxas, do técnico TIM tinham um bom time, nós possuíamos alguns craques, a maioria era de jogadores voluntariosos, raçudos.
Os coxas marcaram o primeiro gol na metade do primeiro tempo, num lance mais de sorte do que qualquer outra coisa, mesmo assim a torcida atleticana não esmoreceu, continuou com suas contigas a empurrar o Atlético, veio o lance do pênalty em Sicupira, deliramos. Nilson se prepara para bater, estávamos com o grito de gol preso na garganta, mas quis o destino que a bola se chocasse no travessão. Ato contínuo, a torcida começou novamente a incentivar os jogadores e cantar musiquinhas para a mãe do juiz Palmerini. Mais uma ducha, gol do lendário Passarinho, coxa 2×0. Mas o Atlético jogava com raça e determinação, veio o gol do Sicupira para delírio de todos. Lembro-me que virei para meu primo e disse, esse jogo não perdemos, minha premunição se confirmou com o gol do Nilson, um golaço de pé direito, com a colaboração do Valtinho. Foi a chave para que a torcida ficasse enlouquecida, veio o intervalo. Parece-me que no vestiário os jogadores foram abençoados pelos Deuses do futebol, voltaram para o segundo tempo com vontade de liquidar a fatura, não deu outra, Valtinho logo no início fez o 3×2. A torcida veio abaixo, cada vez mais incentivava o time. Nilson, o predestinado daquele jogo fez mais um gol, aí eu já não mais conseguia pensar em derrota, mesmo com o terceiro gol dos coxas.
Foi o primeiro Atletiba que assisti em que o Atlético ganhou, tinha que ser um jogo para a história, pensava eu que era pé frio até então. Saudações Rubro-negras!