Colombianos esperam fim de disputa com ex-clube
Os jogadores colombianos Julián Viáfara e Edwin Valencia aguardam apenas o fim do imbróglio em que se transformou as saídas de ambos do América de Cali para assinarem contrato com o Atlético. Após serem noticiados pela imprensa colombiana como reforços do Rubro-Negro para a temporada 2007, uma série de problemas com o ex-clube dos jogadores impediu que as transferências se concretizassem. O goleiro Viáfara e o meia Valencia vieram para Curitiba e treinaram no CT do Caju, assim como o atacante Dayro Moreno, do Once Caldas. Depois de várias semanas, o Atlético finalmente apresentou Moreno como reforço e o registrou na CBF. Contudo, a situação de Viáfara e Valencia é diferente, pois os dois estavam vinculados a outro clube, o América de Cáli – mesmo time de origem do meia Ferreira.
Problema se arrasta desde 2006
Após fraca campanha no returno do Campeonato Colombiano 2006, em que o clube terminou na penúltima posição, a direção do América de Cali tomou uma medida drástica e puniu sete atletas do elenco por fraco desempenho. Entre os punidos, estavam Viáfara e Valencia. A punição consistia em uma multa em torno de 50% dos salários mais um "rebaixamento" para o time B. Tal punição gerou muita polêmica na Colômbia, pois infringia as leis trabalhistas do país ao impor uma punição a um trabalhador sem ter proporcionado o seu devido direito de defesa.
No dia 20 de outubro de 2006, o goleiro Julián Viáfara e o meia Edwin Valencia conseguiram rescindir os seus contratos e, teoricamente, estavam livres para assinar com qualquer outro time. Pouco tempo depois, os boatos de que ambos estariam acertados com o "Paranaense" ganharam força na imprensa colombiana. Porém, o que parecia ser uma simples transferência internacional ganhou problemas inesperados. O América, ex-clube dos jogadores, passou a se recusar a emitir o atestado liberatório dos atletas. Foi aí que o Instituto Colombiano dos Esportes (Coldeportes), maior autoridade esportiva daquele país, interferiu no caso. No dia 12 de janeiro de 2007, o Coldeportes autorizou a transferência de três jogadores que haviam rescindido contrato com o América – os jogadores eram Edwin Valencia, Julián Viáfara e Rubén Bustos. Enfim, parecia que o imbróglio tinha chegado a um fim. Mas o clube colombiano não desistiu e continuou dificultando as negociações, gerando destaque na imprensa local.
"Muy triste lo que sucede con los jugadores del América, Julián Viáfara, Edwin Valencia y Rubén Darío Bustos, quienes, pese a tener el aval de Coldeportes, todavía no reciben sus derechos federativos para actuar", afirmou o site EnLaJugada.com.
Sem contrato, mas inscritos no campeonato
Enquanto seguia o impasse, mais um destaque negativo aconteceu e causou ainda mais tumulto na Colômbia. A federação local aceitou a inscrição enviada pelo América de Cali para a disputa do primeiro turno do torneio nacional. Até aí tudo normal, mas nessa lista, que continha 28 jogadores, havia atletas que foram inscritos sem terem contrato em andamento, o que é considerado ilegal pela Fifa. Os jogadores irregularmente inscritos pelo América eram justamente Bustos, Valencia e Viáfara.
Parte da imprensa colombiana teme que a federação seja alvo de possíveis punições da Fifa por ter aceitado a inscrição desses jogadores. A cópia do fax enviado pelo América pode ser conferida no seguinte link: http://www.dimayor.com/equipos/nomina_america.jpg.
Goleiro não vê a hora de voltar a jogar
Em entrevista à rádio La Banda Deportiva, o goleiro Julián Viáfara lamentou a atitude de seu ex-clube. "O América está tentando de todas as formas atrapalhar a nossa transferência (dele e de Valencia), porém nós sempre fizemos o que era correto, respaldados pela lei", disse o jogador.
Viáfara afirmou que o Atlético está acompanhando de perto o problema e aguarda o fim da discussão para concretizar as negociações. "A direção do Atlético Paranaense entrou em contato com os advogados da Coldeportes e sabe que eles estão bem seguros do nosso caso. Eles (América) estão querendo lucrar e conseguir uma negociação", afirmou o colombiano.
No entanto, Viáfara disse que não será necessário pagar quantia alguma ao clube de Cali. Aliás, acrescentou que ele mesmo não deixará isso acontecer. "Não vou permitir que o Paranaense pague um peso (moeda local) sequer ao América para que eu volte a atuar", assegurou. Por fim, o goleiro acredita que o imbróglio já esteja perto do fim. "Esperamos que em duas, no máximo três semanas as coisas se acertem", concluiu Viáfara.