Geninho e a ética
Preciso puxar pela memória, mas não vou fazer isto. Neste instante, não me recordo quando foi que algum bom treinador trocou seu time, em pleno andamento do campeonato, pelo nosso Atlético. Mas por que não?
É porque a Diretoria preza pela ética. Lindo, de morrer: “Não vamos atrapalhar ninguém. Não vamos tirar nehum técnico de outro clube por causas das nossas necessidades. Não vamos fazer com os outros o que eles fazem com a gente. É só superar a desatenção, uma questão de tempo…blá-blá-blosta”.
E assim vão se passando os dias: em branco. Dias negros passados em branco. Os campeonatos, as pré-temporadas, os “planejamentos”. É resultado da teimosia gionédica que outrora contaminou a cúpula atleticana, êta doença difícil de curar. Até parecem que querem mesmo ir para a UTI (segundona) pra ver se melhora, tipo aqueles pacientes maníacos, loucos por tratamentos radicais, para que sintam pena do clube ter chegado lá embaixo: “tadinhos…treinaram tanto, trabalharam tanto, se esforçaram tanto…que caíram! CHOREI LARGADO!”
“How many times for Lopes, mr. Petraglia? Little Lopes, Rashomon (nipon bandit), Danilo, Marcelo and Dinei?” – é o que está perguntando a galera do Dallas, porque hoje, o CAP cruza fronteiras, continentes, até atingir as próprias parcerias internacionais. Acho que eles não estão preocupados com isto. É que nem a gostosona que, depois que casa, não quer mais saber do marido: o importante é o casamento, o contrato, vamos cumpri-lo, não importa como.
Têm eles ética sim, para com os outros e não para conosco, atleticanos. Perderam de virada para o time dos refugos do Atlético, mas não têm coragem de oferecer um salário um pouco maior para o treinador deles. Isso mesmo, porque já se tornou questão de coragem evitar o rebaixamento: duvido que o Geninho seja mais caro que o alemão Matheus. Tem mais: são várias vantagens, além do salário: Geninho fala português, mora mais perto, em Santos (onde tem um time com 4 ex-atleticanos, titulares) não tem bafo de xucrute e é bem casado (confia em sua esposa). E gosta do churrasco da Napolitana. Além de ter colocado o Atlético na história: será que tudo isso não vale o esforço? Ou vale mas perde-se a causa pela teimosia e pela vaidade que eles chamam de ética?
Queria eu saber o que é a turma da Kyocera está achando não do momento atual, mas do último ano pra cá. Que marketing, não? Tá mais pra “naming errors” do que “rights”. Será que não existem coisas tipo “força estranha” lá dentro que nem o Lottar quis ficar? Por que motivo a gente não vê uma oposição (pessoas de futebol) se opor a tudo isso? São os mistérios da meia-noite que tomaram conta das tardes e das manhãs no CT do Caju: ninguém sabe nada sobre bosta nenhuma.
Pra quem não sabe: “ética” = princípios de conduta, ciência da moral, cuja importância foi revelada ao mundo pelo filósofo grego Aristóteles, lá pelos 350 a. C., baseada no correto comportamento humano no âmbito da sociedade, visando o bem.
Pois no mundo da bola isto não existe. O que fala mais alto é a grana mesmo. Mas o pior é não saber usa-la administrativamente bem (a vaidade impede), posto que não é muita (apesar de ter sido o 2º melhor time em arrecadação ano passado). Então é pagar para ir para a segunda divisão. Foi isso que o Gionédis fez.
Atenção, alguém aí que tenha influência, faça um favor à nação rubro-negra: lancem uma campanha “geninho já”: só pra ver o que eles fazem…que tal? Faixas, cartazes, muros pintados, entrevistas, passeatas,apoio das rádios, torcida gritando, buzinaço, panelaço, o escambau!
Porque senão…”alea jacta est”, e pode muito bem acontecer o que o Ricardo Campelo previu na primeira parte de sua coluna (17/08), diga-se de passagem com categoria (parabéns), tal a amplitude de sua visão, ou seja, aquilo que a Diretoria ignora. “GENINHO JÁ!”