O Atlético para os Atleticanos
Confesso que já estava com saudades de um clima positivo no Atlético. Há muito tempo, mas há muito tempo mesmo, não sentia uma semana tão positiva como esta. Um clima positivo se instalou pelos lados da Arena e do CT do Caju, com novos jogadores, revisão de conceitos da direção e a boa apresentação do time contra o Palmeiras.
É claro que nossa situação ainda é perigosíssima, estando às portas da zona do rebaixamento. Qualquer tropeço, qualquer resultado que não seja a vitória no domingo e fatalmente surgiremos na tabela entre os quatro últimos novamente.
Isto contudo, é um detalhe. O que valeu foi, sem dúvida alguma, o atleticano voltar a ter a motivação, tão escondida nos últimos meses. O clima de guerra antes estabelecido entre a cúpula rubro-negra e sua torcida foi afastado com a reflexão, mesmo que forçada, da diretoria. É claro que não deveríamos ter chegado a este estado de coisas. Só quem perdeu foi o Atlético. Mas antes tarde do que nunca. Madalena arrependeu-se, é claro que se arrependeu. Mas é assim que tem que ser. É preciso navegar em águas calmas para se atingir objetivos.
Eu, tão crítico de nosso time nos últimos meses, nesta semana me rendi ao clima positivo, que eu também tanto buscava. Domingo passado foi contagiante ver nossa torcida vibrando com a vitória, cantando, sentindo renascer a esperança.
Se nosso time não foi uma maravilha, com certeza teve um novo espírito guerreiro, que não nos fez desistir um minuto sequer no jogo contra o Palmeiras, de maneira que, a esperança da vitória permaneceu viva o tempo todo, tal o clima positivo que se criou na Arena. E ela veio, dos pés do criticado, mas carismático, Pedro Oldoni.
E não foi só o Pedro. A volta do Rogério Correia, um Campeão Brasileiro, foi satisfatória. Piauí, sinceramente, pelo pouco tempo que jogou, mostrou mais qualidade e capacidade que Michel, Edno, Ivan e Moreno. A estréia de Marcelo Ramos nos devolveu a qualidade ofensiva, perdida quando da contusão do Alex Mineiro. O Netinho, que inclusive critiquei muito, cresceu com a participação destacadíssima de Claiton, que vi jogar muita bola no Internacional, no Santos e Botafogo e não entendia porque de sua até então baixa produção no Atletico. Contra o Palmeiras, Claiton não só foi o melhor em campo como mostrou raça e vibração suficientes para não deixar o time e a torcida esmorecerem nos momentos mais difíceis da partida. Alguém esta semana escreveu nesta sessão que ele é candidato a ídolo. Não duvido disto e concordo desde já.
E domingo tem mais. Espero que consigamos repetir a apresentação contra o Palmeiras, contra um adversário que sabemos não é de matar com a unha, que tem jogadores experientes e falastrões. Temos então que aliar a pegada do time em campo com o inconfundível clima das arquibancadas e assim, teremos ingredientes suficientes para vencer. Mas tem que ter a mesma pegada e o mesmo clima. Vamos chegar lá. Agora, o Atlético voltou a ser dos Atleticanos.