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3 dez 2007 - 14h54

Questão de competência

Começo com um trecho da coluna do grande advogado Domingos Moro (29/11/2007), deixando preferências clubísticas de lado, que entende tudo e mais um pouco de futebol: “Aliás, é absolutamente necessária a valorização da opinião dos torcedores e a correta interpretação de suas vontades. Os clubes modernos calcam seus programas e projetos expansionistas em suas massas torcedoras e em suas “marcas” e não apenas em seus quadros sociais ou acionários (conforme a natureza jurídica das instituições desportivas).” O nosso querido Atlético carece exatamente dessa valorização do povão para voltar a ser o temido Furacão e conquistar títulos. Esperamos que a diretoria se paute, em 2008, em três eixos principais: ingressos a preços acessíveis, comunicação democrática com o torcedor e formação de um elenco forte. Com a corda no pescoço pela péssima campanha no Brasileirão, fizeram a promoção de ingressos, o povão voltou e o time engrenou. Mas não queremos promoção somente quando o time está mal e precisa efetivamente do torcedor; este tipo de promoção me lembra aquelas promoções de farmácia, quando do acúmulo de estoque, pra não fechar no prejuízo.

É de extrema importância a reformulação do plano de Sócios, adequando os valores à realidade da nossa economia, com isso o Povão irá aderir em massa, e Arena com povão é sinônimo de números excelentes (o próprio site oficial enfatiza semanalmente a grande invencibilidade no Caldeirão do Diabo). Com isso, o Atlético estaria dando um grande passo rumo à democratização das decisões, outro eixo importantíssimo para alcançar resultados expressivos. A vontade da torcida deve estar em sinergia com a da diretoria e para isso acontecer somente com um diálogo constante, com canais abertos e diretos de comunicação, e não pensem que essa abertura trará somente críticas às medidas equivocadas dos dirigentes, posto que nossa torcida é exigente, mas coerente, e sabe reconhecer os méritos de trabalhos bem feitos.

O terceiro e último eixo passa pela formação de um elenco forte e competitivo, e não sendo montado aos trancos e barrancos e sendo remendado ao longo do ano, como foi neste 2007. As peças-chave devem ser mantidas: o salvador Antonio Carlos, a grande revelação Rhodolfo, o incansável Valencia, o capitão Claiton, o ídolo Ferreira e o experiente Marcelo Ramos e a já consolidada permanência de Ney Franco. A partir disso, as posições com carência, principalmente as alas e o ataque devem receber contratações suficientes não só para o time titular, mas também para contarmos com peças de reposição que supram as ausências advindas de suspensões e lesões. O Atlético não se considera exemplo de modernidade no país? Pois então, se fosse um jogo de baralho diria que as cartas estão na mesa e a sorte está lançada, mas como falamos de futebol profissional o mote é a competência.



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