Stonewall, again
Com o devido perdão, discordo da grande maioria rubro-negra que entende que houve ‘erro de interpretação’ do arbitróide no jogo de ontem.
No meu modesto entender, só existe aplicabilidade da hermenêutica (correta ou não) quando se tem total e irrestrita imparcialidade do Juiz: esta, a ser compreendida como princípio, torna-se requisito obrigatório (um dos) anterior para uma posterior função/atuação jurisdicional.
Notou-se, logo de início, que o maltrano estava programado àquela atuação: pênaltis que não existiram, faltas contra nós não marcadas, ausência de cartões para os gaúchos: há tempos eles só conseguem ganhar de nós nessa base.
Portanto, não há que se falar em interpretação duvidosa, pois havia ali uma pré-concepção, a parcialidade do apitante, mais uma vez enojadamente empregada contra um time paranaense, o que já se faz jurisprudência quando na terra da pampa pobre.
Isto também era sabido: a derrota pelo apito, porque futebol aqueles azuis faz tempo que não jogam. Continua o mesmo time de caboclo grosso de sempre, agora enfeitado com uma bonequinha de codinome Roger: rostinho de menina, corpo de mocinha, alma de boneca, tá no lugar onde sempre sonhou. Imagina o que não rola no vestiário daquela irmandade…a festa da dona Aurora, e sem chinas, só a ‘macharada’ dando e tomando cuia ‘sem fervê’.
O que traz indignação é a fragilidade da Federação Paranaense de Futebol, a qual, ao longo dos anos da Geração Avestruz, caracterizou-se não só pela gestão financeiramente ilícita, mas principalmente pela ausência absoluta de representatividade perante o cenário nacional. O que ocorre hoje, é tudo reflexo daquele ontem onairevesiano: e tudo continua como está, no mar da tranquilidade que navega a remida galera do Gordo-em-Chefe Ricardo Coração de Baleia.
Resta a nós, jogar muito, mas muito mais do que seria necessário, para superar toda essa droga que já vem malhada antes do jogo começar: tava escrito que iam meter a mão.
E também cobrar desta nova entidade (representativa dos clubes de futebol do Paraná), capitaneada pelo nosso Petróglio, para que se faça presenciar frente à cúpula daquela meliante CBF e exigir dela um mínimo de competência e vergonha na cara, porque não dá mais pra aguentar esta fraudulenta manipulação de interesses via arbitragens.
O cara não precisou interpretar nada: a sentença já estava pronta. Antes do jogo. Entendam que não foi só o Atlético que foi garfeado: alguém ganhou com isto, além dos gremistas.
Isto posto, tenho comigo e como nunca depois de 2001, a idéia de que este nosso time, depois que engrenar, vai chegar lá. Mas para isso precisa engrenar.
E não se pode chegar lá com Marcelo Ramos. Nem Danilo, o ‘homem-pênalti’. Roberto tem a chance de se destacar. Material humano agora não falta. Falta sacar do time estas laranjas podres. Com elas, ele não vai atingir o propósito que já demonstrou querer.
Outra coisa: quem vai se mandar na janela do meio do ano? Tomara que não desmontem de novo, porque daqui umas 3 rodadas o time vai estar voando: isto é tão certo quanto a previsibilidade da nossa derrota de ontem naqueles moldes.
‘-Petraglia, mostra tua cara! Quero ver quem paga pra gente ficar assim! Vai Petraglia! Vai lá no Rio e peita aquele elefante marinho! Diz pra ele que na próxima, nossa torcida não vai aguentar. Vai sobrar até pra anão.’
E os coitados bombacheanos tem ‘coragem’ (acho que não é esta a palavra certa) de comemorar aqueles ‘gols’ arrumados…das duas uma: ou não entendem bosta nenhuma de futebol, ou é porque adoram aquele esfregaço coletivo na grade do estádio: descem correndo em disparada na direção do orifício da frente (alguns, já são túneis), logicamente que com a guarda aberta por trás, pra levar o mesmo. Depois de alguns segundos, voltam aos seus lugares, esperando o próximo pênalti.
‘-Mas…Bah guri! O que é que tu acha que tamo comemorando? O gol? Tststs…não me faz te pegar nojo!’ – confessou o gaudério desgarrado.
‘-Seu gaúcho, tem coisa que é pra fazer escondido! Pra quê aparecer?’
‘-Faz parte de nossa natureza, tchê! Nunca viu um cavalo cobrindo no campo?’
‘-Não. Mas ontem vi um monte na arquibancada. E sendo coberto também.’
Que nojo…dá licença, acho que vou vomitar. Boa noite a todos.
Saideira: Fahel precisa de acompanhamento psicológico. Márcio Azevedo precisa treinar cobrança de lateral. Roberto Fernandes precisa treinar o time. Sem Marcelo Ramos. Nem Danilo.
Vomitei.
p.s.: para saber o que é ‘stonewall’, vide Google.