Atleticano de carteirinha
Eu sou atleticano de carteirinha desde 1967 quando comecei a acompanhar o futebol, já um pouco tarde, tinha 11 anos. Minha carteirinha de sócio contribuinte tem o nº 38996 com data de admissão em 25/04/1968, assinada por Joffre Cabral. Não lembro muito bem, mas deve ter sido uma dessas coisas que só uma Mãe faz por seus filhos. Atendendo meu desejo, pois nós éramos muito probres, mas ela me levou ali na Baixada para eu me associar. E eu me lembro que olhava pelo portão de entrada ao lado do ginásio onde em seguida subia um barranco onde se assentava uma grande escadaria de tijolos de dois furos colocados lado a lado para a torcida se acomodar, e lá de fora parece que dava para ver parte da arquibancada da Social. Engraçado essa coisas, eu nem sequer tinha assistido uma partida, sequer tinha entrado no acanhado estádio, mas eu queria ser sócio. E saí feliz da vida portando aquela carteirinha (ainda a tenho) que carreguei por muito tempo mostrando a todos que eu era um verdadeiro atleticano. Defendia o Atlético contra tudo e contra todos não sei nem bem porque. Acho que era amor a primeira vista. E foram muito anos sendo massacrado pelos coxinhas, mas resisti firme sempre defendendo meu Atlético. Assistir uma partida? Nem pensar. Meu pai não gostava de futebol e eu não fazia a menor idéia de quanto custava para assistir uma partida. Até que um dia meu tio Nilo (que Deus o tenha), e que era coxa, me levou num jogo na baixada, era um Atletiba e eu assisti na curva dos fundos atras do gol. Eu nem me lembro do resultado parece que foi empate. Mas eu tenho flashes gravados na minha memória da torcida, do barulho que ela fazia e de toda aquela grande escadaria lotadinha de gente fazendo festa. Eu nunca vou esquecer. Saí com a bunda doida de ficar sentado espremido naqueles tijolinhos da grande escadaria. Mas foi o máximo. O resultado? Pouco importou. Eu acho que naquele dia eu selei um compromisso com o Atlético, como um casamento para sempre, indissolúvel, como se dizia um amor para sempre na alegria ou na tristeza…
Passei por todas as crises e frustrações (quase três décadas) que muitos, do meu tempo, que aqui escreveram já descreveram muito bem. E continuo amando o Atlético como amo minha Mãe e minha Esposa.
E vocês vêem como é o destino. Hoje, 40 anos depois, continuo pobre (financeiramente) e abriu-se uma grande oportunidade para eu poder me associar novamente (Baratinho). Mas quis o destino que eu continuasse do lado de fora dos portões deste maravilhoso estádio. Mas agora com mais orgulho do que quando tinha apenas um barranco que me separava do gramado, hoje a escadaria de tijolinhos aumentou bastante e os tijolinhos de dois furos lado a lado foram substituídos por confortáveis assentos, temos uma grande estrutura.
E a minha querida mãe, que um dia me levou até lá e me presenteou com aquela carteirinha de sócio, hoje precisa muito de mim. E é claro vou dar todo meu apoio a ela em primeiro lugar. Mas vou continuar torcendo de fora para que o Atlético continue melhorando sempre e principalmente defendendo-o daqueles que o querem mau. É engraçado, quando o Atlético está bem eu também estou bem.
Ah! Vocês não fazem idéia de como é fácil e bom ser torcedor do Atlético hoje em dia. Por tudo isso, hoje eu não gosto de criticar o Petraglia e nossa Diretoria, embora em alguns momentos eles são merecedores de críticas, e devemos fazê-las para ajudá-los a fazer uma reflexão dos rumos ou de suas ações. Mas não concordo, e repudio todos aqueles que tem lançado suas críticas de uma forma pejorativa, insana e desrespeitosa a eles. E como se não bastasse, ainda temos quase toda a imprensa esportiva paranaense medíocre, pois é sabido que são quase todos coxas, denegrindo e querendo ver o circo pegar fogo no Atlético. Repudio também aqueles pseudo torcedores que acreditam nas coisas que a imprensa fala. Nossa história é muito bonita para ser manchada por alguns coxas travestidos de repórteres e comentaristas esportivos, que continuam tentando destruir o nosso grande Atlético. Obrigado Petraglia, Diretoria, Dirigentes, Funcionários, Jogadores, Torcida e todos aqueles que nos últimos anos construíram esse patrimônio e essa história recente. Hoje eu estou melhor do que ontem e tenho certeza que estarei melhor ainda amanhã.
Todos nós somos o Atlético, defenda-o sempre.