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6 ago 2008 - 23h55

O homem da espinhela caída

Após o jogo de domingo, ainda no carro, minha surpresa só não foi maior que a própria surpresa do repórter que interrompeu o comentarista para anunciar, quase sem voz, que MCP ia falar!

O mundo parou! A surpresa foi geral! Logo o todo poderoso; alguma coisa estava errada! Mas qual; o homem chegou tranqüilo, pedindo desculpas pelo atraso, e avisando que seu fiel escudeiro, e também presidente, já já estaria na coletiva!

De forma tranqüila e pausada, quase num sussurro, desfiou um monólogo enumerando seus feitos com seus erros e acertos; avocou a si a responsabilidade pela atual situação do clube; elogiou a torcida e enalteceu o espirito guerreiro do Atleticano, para em seguida colocar-se à disposição da imprensa para as perguntas de sempre, as quais respondeu com educação, sem subterfúgios ou evasivas!
Pressentia-se, mesmo à distância, esboços de sorrisos e simpáticos gestos!

Simplesmente louvável! Levou-nos à era dos presidentes românticos do Atlético, como o saudoso Jofre Cabral, ou o querido Dr. Otávio Augusto da Silveira, homens que falavam com o coração, quando o assunto era o Atlético!

Terminada a entrevista, fiquei a perguntar-me: onde está aquele senhor que poucos meses atrás, disse em entrevista à Tribuna do Paraná, que Ele era o Atlético?. Onde estaria o senhor que na mesma entrevista classificou e ofendeu a torcida do Atlético, chamando-a de uma falácia? –

Cadê o homem que quer porque quer mudar o nome do time; as cores do time e o nome do estádio? – Cadê aquele intrépido e destemido senhor que teima em passar uma borracha em tudo que foi feito no Atlético antes de sua chegada, como se esse período pregresso não passasse de um tempo nebuloso, obscuro, que serve apenas para cobrir-nos de vergonha? – Cadê o cidadão que dividiu o clube em duas eras: AMCP e DMCP, colocando-se entre elas como um virtuose; como um Messias moderno e irado, que chegou expulsando os vendilhões do templo, seus asseclas e puxa sacos incompetentes, impondo a todos o início de uma nova ordem de coisas, repleta de glórias e conquistas!

Uma pena que, voltando á nossa realidade, o cidadão que de forma tão solícita atendeu à imprensa e mitigou a fúria da desapontada torcida, não passa de um espectro; não passa de uma versão light para uso em períodos de crise intensa!

Nosso homem forte está apenas com a espinhela caída; nada que uma boa benzedeira, mais uns dois ou três empates em casa, e um ponto acima do primeiro colocado na ZR não resolva!

Seus fiéis discípulos aguardam com ansiedade a chegada da benzedeira!
O resto, para eles, não tem muita importância!



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